A noite em que Di María marcou mais golos do que em dois anos e meio de presenças na Liga pode valer por um momento de viragem na carreira do argentino. Desde a sua chegada a Portugal, não foi difícil perceber-lhe o potencial: fantasista, criativo, enérgico, Angelito começou cedo a semear promessas pelos relvados portugueses.
O problema, durante muito tempo, foi que as promessas se traduziam em escassos resultados práticos. De golos, nem era bom falar: apenas um no primeiro ano e quatro no segundo, dos quais somente dois na Liga. Nas assistências, o panorama não era muito melhor: quatro no primeiro ano, apenas duas no segundo.
O talento continuava lá, bem visível em momentos avulsos. E o estatuto de internacional reforçava-se, com chamadas constantes à selecção. Mas por cada instante mágico, quantos dribles em excesso, quantas bolas perdidas para o adversário?
A diferença entre o exibicionista inconsequente do passado e o desequilibrador temível da época em curso está bem vincada nos números. Oito golos em jogos oficiais e seis assistências na Liga tornam o rendimento de Di María digno do jogador de elite que há tanto tempo se espera ver confirmado. Mesmo que a euforia goleadora no Mar seja difícil de repetir, Angelito, que já tinha assinado um dos momentos mais espectaculares da temporada, está cada vez mais perto de deixar de ser apenas um menino bonito das bancadas. Este Di Maria é um valor acrescentado para qualquer equipa.
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