A identidade de um clube é feita a partir do que se ganha, mas sobretudo da forma como os que o representam sabem
estar. Nas vitórias, nas derrotas, em todos os momentos decisivos.
Na história do Benfica, por exemplo, a epopeia da construção do antigo Estádio da Luz é tão relevante para o benfiquismo como a conquista de duas taças dos campeões.
Nos últimos dias, dois jogadores do Benfica deram exemplos de saber estar que merecem ser elogiados.
Primeiro foi David Luiz, com palavras de incentivo e apoio para um colega-adversário do F.C. Porto (Varela), que acabava de sofrer uma lesão que o retirava da final da Taça da Liga e, mais importante, do sonho do Mundial.
Depois foi Ruben Amorim, honesto ao aceitar que o seu golo resultou tanto da sua felicidade como da infelicidade de um colega-adversário. Quando lhe perguntaram se tinha falado com Nuno, guarda-redes do F.C. Porto, a resposta foi exemplar: ««Não, não podia falar, ele não deve estar muito feliz e há que respeitar. Temos de saber ganhar e saber perder», disse o médio do Benfica.
Que os jogadores saibam estar é algo que nos deve reconfortar, numa época especialmente agressiva e num momento em que o futebol parece um lugar cuja frequência é perigosa.
Parabéns, pois, a David Luiz e Ruben Amorim.
P.S. : A emoção de Jorge Jesus ao dedicar a vitória na Taça da Liga ao pai foi também um dos momentos intensos dos últimos dias. O treinador do Benfica é o principal responsável pelo crescimento da equipa ao longo da temporada e tem sabido agarrar a oportunidade de uma vida. Mereceu, sem dúvida, a vitória sobre o campeão.
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