quarta-feira, março 24, 2010

Artigo de Opinião de Vítor Serpa

Diferença entre céu e inferno

JESUALDO afirmou que nenhuma equipa se tinha superiorizado e que o equilíbrio fora a nota de uma final que o Benfica venceu por robustos 3-0. Acredito que o professor tenha visto o que, evidentemente, não aconteceu. É como aqueles pais que só vêem virtudes nos filhos.
Não se pode levar a mal, mas também não se pode, nem deve, incentivar a visão insensata do jogo.
É verdade que o Benfica teve, consigo, a sorte de um primeiro golo quase inexplicável. Pode ter sido esse o momento decisivo desta final.
Mas é indiscutível que, a partir daí, tudo o que de bom tem este Benfica se acentuou e tudo o que de mau tem este FC Porto se tornou por de mais evidente.
Frio, cerebral, talentoso e, acima de tudo, muito seguro das suas capacidades, o Benfica teve um domínio quase cruel sobre o jogo e sobre o adversário.
Pelo contrário, o FC Porto não conseguiu esconder que vive tempos de profunda ansiedade e de um destrutivo nervosismo que bloqueia os jogadores, tornando-os perdidos numa batalha de cegos.
Não se trata, pois, de falta de atitude, mas, acima de tudo, de uma questão de falta de concentração e de autodomínio, o que é próprio de quem vive sobre as brasas de um inferno.

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