Espectáculos pobres, público distante, emoções dormentes e a lei dos mais fortes a prevalecer com o mínimo de esforço – eis a síntese honesta de um fim-de-semana que não deixa lembranças. Parafraseando André Villas-Boas, foi uma jornada em que os clubes principais "descansaram com bola", jogando em velocidade baixa, apostando nos erros dos adversários e sem correr riscos.
O Benfica esperou pelo erro de Moretto, o Sporting foi impiedoso para a ingenuidade do Portimonense e o Porto, sem liderança no banco, contou primeiro com um árbitro prestimoso para um penálti ridículo e depois com o erro clamoroso de Jailson na transformação de outro penálti que dava o empate (88’).
O Inverno antes de tempo acabou por ser o protagonista, de tal forma a intempérie interferiu, quer na realização de algumas partidas, provocando adiamentos inesperados, quer pela dificuldade que as equipas mais fortes sentiram para conjugar o desgaste dos elementos atmosféricos com o dos compromissos internacionais. Mas os principais perdedores foram os parceiros minhotos, principais candidatos ao quinteto da frente, junto com os três grandes, estes alinhados pela primeira vez nas suas posições de referência. O Vitória de Guimarães foi mais penalizado, porque perdeu em casa dois pontos frente a um adversário de nível inferior, um resultado que pode ter como consequência a perda de contacto definitiva com o 2º lugar.
Muito mais longe que isso ficou o Sporting de Braga, irreconhecível na competição que liderou largas semanas na época transacta. O nervosismo, traduzido em expulsões e castigos múltiplos, foi traiçoeiro em Leiria, mas também denunciou uma abordagem pouco realista, atendendo a que enfrentava a equipa-sensação desta fase da prova, uma U. Leiria que, todavia, ainda está longe de assegurar estrutura para poder manter o lugar que ocupa actualmente.
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