A meio da semana passada dizia-me um amigo: “É preciso correr com o Jesus. O Mourinho é que nunca falha!”. Ontem tivemos a resposta: de certa maneira, o Barça vingou Jesus, aplicando ao Real Madrid de Mourinho os mesmos 5-0 que o Benfica tinha sofrido do FC Porto.
Um dos grandes problemas do futebol português é a ansiedade das massas associativas e a limitada inteligência de alguns adeptos. Um treinador dispensa-se quando existe a convicção forte de que não poderá dar mais nada à equipa. Se o Benfica tivesse feito uma época passada cinzenta e este ano as coisas continuassem a correr mal, talvez se justificasse a mudança de treinador. Mas fará algum sentido fazê-lo em relação a um técnico que há um ano revolucionou o futebol do Benfica, que foi campeão nacional com algumas das exibições mais brilhantes das últimas décadas, e que agora ocupa o 2º lugar?
É verdade que a equipa tem feito alguns péssimos jogos. Mas a culpa será do treinador? Julgo que não: Jesus já mostrou capacidade para pôr a equipa a ganhar, a marcar e a dar espetáculo. Se há problemas, investigue-se onde eles estão e não se arranje um bode expiatório.
Até porque o despedimento de Jesus só complicaria ainda mais as coisas. O Benfica voltaria ao princípio, à estaca zero, à instabilidade que marcou um período negro. E além disso, quem o poderia substituir? Um estrangeiro de gabarito não viria meter-se num campeonato pouco competitivo. E algum português dá mais garantias do que Jesus para treinar o Benfica?
Dispensar o treinador seria a maior asneira que o Benfica poderia fazer. Terminaria o sonho que na época passada renasceu na Luz.
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