Podia ser um grande jogo – havia até quem dissesse, com exagero, que se tratava de uma final antecipada – mas não foi assim. Por um lado, porque o Benfica está a milhas do “outro” do ano passado e reeditar a excelência do seu futebol não foi, por isso, mais uma vez, possível; por outro, porque o Braga, sem sete dos seus habituais titulares, também não podia dar corpo ao verdadeiro arsenal de outras contendas.
A única coisa que ainda se aproximou do passado recente foi o nervosismo de alguns intérpretes no momento do regresso às cabinas, ao intervalo. Naquele que ficou conhecido como o episódio do túnel. Aí, temeu-se o pior, já que, minutos antes, tinha havido um desentendimento entre Coentrão e H. Viana que alastrou de imediato aos restantes. A pronta intervenção de Rui Costa e outros responsáveis dos dois emblemas evitou, porém, males maiores.
Então já o Benfica ganhava, com excelente golo de Saviola, curiosamente obtido numa altura (38’) em que o Braga começava a denunciar maior atrevimento ofensivo, depois de Domingos haver constatado que a sua equipa, de recurso como já se disse, tinha no fim de contas aguentado o balanço inicial de um Benfica nada convincente: muito mexido no meio, sim, mas pouco perigoso na frente de ataque.
A saída precoce de Luisão, após remate muito intencional a que Artur Moraes se opôs bem, terá também pesado nessa decisão mais aventureira dos bracarenses, embora o substituto Sidnei se tivesse mostrado à altura. Mas a esse empertigamento, se bem que intermitente, do Braga soube responder, de igual modo “soluçante” o Benfica, impulsionado ora pela magia de Aimar, ora pelo arreganho de Carlos Martins (cujos excessos não se recomendam) a que Cardozo, desta vez, não deu seguimento.
A perder pela tangente, o Braga tentou na parte final forçar o prolongamento. Esteve bem perto de o conseguir, num desvio de Alan, a obrigar Júlio César à defesa da noite. Mas seria o Benfica a chegar ao 2-0, aproveitando precisamente o adiantamento do adversário no terreno, com Salvio no papel de desequilibrador. Na sequência do lance, Aimar faria então o golo do descanso.
Vitória, portanto, merecida do Benfica, pelo seu maior caudal de jogo e oportunidades criadas mas, importa sempre sublinhá-lo, frente a um Braga sem mais de metade dos seus habituais “guerreiros”. E o facto de o Benfica ter registado o triplo de faltas (21 contra 7) também é capaz de querer dizer alguma coisa...
2 comentários:
1º - Sem SETE titulares? Onde?
2º - Novo túnel? O Benfica evitou-o! Os do Braga a bater e os do Benfica a serem expulsos! FANTOCHADA!
"o facto de o Benfica ter registado o triplo de faltas (21 contra 7) também é capaz de querer dizer alguma coisa..."
Na época em curso, este foi o primeiro (e espero que o último) jogo do Benfica em casa que não vi. Se foi como os outros todos, esse facto deveu-se certamente a o árbitro assinalar faltas inexistentes ao Benfica em número só ultrapassado pelas faltas do adversário que o mesmo árbitro não assinala.
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