quinta-feira, maio 31, 2007

Gato escondido com o rabo de fora

Pois é!
Soares Franco revelou, inconscientemente, a verdade da mentira.
Passo a explicar:
Nani foi vendido por 25,5 milhões de Euros.
Nani teria uma cláusula de rescisão de 20 milhões de Euros.
Como explicar que o Man. United tivesse aceite pagar mais do que aquilo que devia pelo jogador?
Simples. Soares Franco desvendou inadvertidamente o mistério!
Soares Franco disse: “Tinha contrato por mais duas épocas, com uma cláusula de 20 milhões. A partir do final da próxima época passaria a valer metade, porque estaria a seis meses de ser um jogador livre. O Sporting fez um esforço incomensurável para renovar e chegámos a acordo a 28 de Abril. Mas, alguns pormenores impediram a assinatura do mesmo.”
Ou seja, o que Soares Franco disse foi que obteve um acordo para a renovação de Nani, num contrato em que a cláusula de rescisão seria de 30 milhões em 28 de Abril de 2007, mas que alguns pormenores impediram a sua redução a escrito.
O Sporting alcança um acordo com um jogador que sabe cobiçado e que se não renovar passa a valer metade e não se apressa a formalizar o contrato.
Está mais de 1 mês impávido e sereno à espera que, entre outros, se resolvam problemas de agenda do empresário do jogador!
Valeu ao Sporting a palavra de Jorge Mendes.
Os padrões éticos de Jorge Mendes salvaram o Sporting de perder mais 5 milhões.
Todavia, tudo tem um preço…
A ética de Jorge Mendes também não será assim tanta… E vai daí Mendes fez valer a inexistência formal do tal acordo de 28 de Abril e dividiu a diferença a meio!
Não negociou a transferência pelo novo valor da cláusula de rescisão, mas também não o fez pelo antigo montante.
Num tempo em que vale tudo, em que se olvidam os mais elementares princípios e em que os atropelos à ética se sucedem, o Sporting fiou-se num acordo verbal.
Incompetência pura e simples!
Aliás, este parece ser um procedimento habitual em Alvalade.
Com Tello passou-se o mesmo e o resultado foi o que se conhece.

Antevisão do Bélgica/Portugal

Scolari está intimamente convencido de que alcançará o apuramento se obtiver 28 pontos.
Para os almejar, Scolari traçou como meta vencer o conjunto das partidas disputadas na condição de visitado e averbar empates nos encontros realizados enquanto visitante.
E se foi lesto a idealizar este plano de ataque à qualificação, mais rapidamente ainda deu-lhe execução prática.
Todavia, se nas duas primeiras jornadas Portugal correspondeu aos anseios do seu treinador, ao empatar na Finlândia e ao derrotar em casa o Azerbaijão, o certo é que ao terceiro jogo soçobrou na Polónia.
Esta derrota acarretou um duplo impacto - um ponto perdido nas contas de Scolari e dois entregues aos polacos.
Resultado: liderança polaca no grupo, com mais um jogo e cinco pontos de avanço.
Pensava-se que Scolari vacilaria face ao desmoronar da sua estratégia, mas tal não sucedeu.
Alvitro mesmo que, teimoso como é, terá reforçado a sua fé no juízo de certeza que firmara.
O jogo com a Sérvia foi disso exemplo fiel.
Podendo e devendo vencer, Scolari preferiu resguardar-se e segurar o empate, no estrito cumprimento do programado.
O conservadorismo e o calculismo de Scolari a tanto obrigam.
Faltou audácia e espírito de conquista.
Portugal resignou-se ao empate muito cedo.
Pese embora os sucessivos resultados inesperados acontecidos, nos quais avultam a derrota portuguesa na Polónia, a vitória finlandesa nesse mesmo País, as recentes derrotas da Sérvia e da Finlândia e o empate em casa da Bélgica com o Cazaquistão,
Scolari acredita que doravante tudo sucederá como projectado.
É evidente que ocupamos o segundo lugar, em igualdade pontual com a Finlândia e a Sérvia, e que com esta visita à Bélgica encerramos o ciclo de deslocações teoricamente mais complicadas.
O apuramento mostra-se perfeitamente ao alcance da selecção nacional, até porque defrontará na condição de visitada os seus mais directos adversários na luta pelo
apuramento – Polónia, Finlândia e Sérvia.
O calendário mostra-se francamente favorável às pretensões lusas de apuramento.
Contudo, a sensação de que podíamos e devíamos ter ousado mais na Finlândia e na Sérvia permanece perene.
Portugal não fez tudo o que podia para vencer esses jogos, nos quais transmitiu sempre a imagem que o triunfo estava ao seu alcance.
Oxalá Scolari tenha razão!

Para esta partida com a Bélgica, Portugal apresenta-se muito desfalcado face às ausências por castigo e lesão de Cristiano Ronaldo, Simão, Nuno Gomes e Ricardo Carvalho.
Se as ausências não são despiciendas, menos verdade não será que a capacidade de gerar talentos revelada pelo futebol português nos descansa.
Da falta de matéria-prima é que o seleccionador não se pode queixar.
A capacidade de regeneração do futebol luso tem sido extraordinária.
Scolari manter-se-á fiel ao 4x3x3 e deverá apresentar um onze no qual a maior novidade será o tridente atacante composto por Quaresma, Nani e Hugo Almeida.
Na baliza, deverá figurar Ricardo, ao passo que na defesa Meira formará dupla de centrais com Jorge Andrade, enquanto que Paulo Ferreira será o lateral-esquerdo.
No meio-campo, Petit e Deco têm lugar garantido, emergindo como dúbia a identidade do terceiro elemento: Moutinho ou Tiago.
Pela qualidade evidenciada nos dois últimos jogos da selecção, nos quais se emancipou do "complexo Mamede", Tiago assume-se como o grande favorito à titularidade.
Será um jogo decisivo para os belgas, que ocupam a quinta posição com apenas sete pontos em seis jogos.
Empatar ou perder significará o adeus à qualificação.

quarta-feira, maio 30, 2007

Sondagem


Porto e Sporting venderam bem Anderson e Nani?
Não
Sim
Só o Porto
Só o Sporting
  
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Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares

Segunda-feira da semana passada, o presidente do Benfica embarcou com a equipe de futebol para o Canadá, para mais uma daquelas digressões de final de época em que os pobres emigrantes são tradicionalmente desiludidos com penosas e desmotivadas exibições da equipa do coração. Sem nada de entusiasmante para dizer aos benfiquistas, sem nenhuma novidade para dar aos microfones como sempre diligentemente estendidos à sua passagem, o presidente do Benfica deu vazão ao mau humor matinal, atirando-se ao presidente da Liga. Por causa do Apito Dourado, é claro — quando não tem nada para dizer nem boas notícias para a sua gente, Luís Filipe Vieira recorre ao Apito Dourado. E, visivelmente, o Apito Dourado não lhe está a correr bem: depois de inúmeras diligências de investigação às suspeitíssimas vitórias do FC Porto sobre o Estrela da Amadora e o Beira-Mar, em 2004; depois das desmedidas esperanças postas no dream team de Maria José Morgado, depois das autorizadas e credibilíssimas denúncias da d.ª Carolina Salgado, a verdade nua e crua é que tarda a prisão de Pinto da Costa, tarda a despromoção do FC Porto à Liga de Honra (e já não foi a tempo de evitar mais um título…) e tarda a atribuição judicial ao Benfica dos campeonatos perdidos nas últimas décadas para o FC Porto.

É verdade que as coisas podiam ser ainda piores. Bastaria que o Apito Dourado se lembrasse de investigar também o que quereria dizer o presidente do Benfica com a célebre afirmação de que era mais importante estar na direcção da Liga, ao lado do major Valentim Loureiro, do que ter uma boa equipa de futebol; ou que se ocupasse daquela reveladora conversa telefónica em que os presidentes da Liga e do Benfica combinavam juntos o árbitro a nomear para um jogo da Taça com o Belenenses e em que Viera se saiu com aquela enigmática frase de que teria outras formas de resolver o assunto; ou aquela inesquecível conversa telefónica em que José Veiga ameaçava Valentim com um beijo como forma de pagar um favor prestado ao seu Estoril de então. Mas, mesmo com essas lateralidades do Apito convenientemente esquecidas e todas as suspeitas concentradas em quem lhe convém, o presidente do Benfica não está satisfeito e impacienta-se com estas morosidades da investigação, esses obstáculos à verdade desportiva que constituem coisas como a presunção de inocência, o direito do contraditório, o ónus da prova, as garantias de defesa, etc, etc. E vai daí, resolveu atirar-se ao presidente da Liga (o actual — não o seu antigo sócio e curiosamente o suspeito principal de tudo o que consta do Apito). Não se lembrando, como fez notar Vítor Serpa, que não cabe ao presidente da Liga poder disciplinar nem jurisdicional, Vieira insurgiu-se por nada ainda ter acontecido ao FC Porto — nem na justiça penal, nem, ao menos, na justiça desportiva. Porque, está bem de ver, no espírito de Luís Filipe Vieira de há muito que a acusação está provada, a defesa dispensa-se e a sentença já está determinada. Assim fosse ele a mandar e sozinho, tal e qual como manda no Benfica…

Mas, nessa segunda-feira, 21 de Maio, havia especiais motivos para o mau humor do presidente e para mais uma das suas investidas sobre o Apito, de que lança mão sempre que a hora é de desviar as atenções dos benfiquistas ou ocultar erros próprios. Na véspera, terminara o campeonato e, mais uma vez, o Benfica não fora além do terceiro lugar: nem título nem entrada directa na Liga dos Campeões. Nem Taça UEFA nem Taça de Portugal ou Supertaça — nada, mais uma época em branco. Como se isso não fosse suficiente, nesse fatídico domingo a equipe de andebol tinha ao seu alcance a possibilidade de conquistar o único título da época em todas as modalidades: a Taça de Portugal. Na final (e logo contra o FC Porto…), estava a ganhar por quatro golos de vantagem a cinco minutos do fim e com o adversário a jogar com menos dois elementos. E não é que conseguiu perder o jogo? Por isso, ao embarcar segunda-feira rumo ao Canadá, Luís Filipe Vieira levava na bagagem para mostrar aos emigrantes benfiquistas o saldo de uma época desportiva sob a sua gestão: no futebol, no basquetebol, no andebol, no hóquei, no voleibol, nada. Nem um campeonato, nem uma taça, nem um torneio de amigos. O atletismo parece que vai desaparecer e o ressuscitado ciclismo até agora só se fez notar por acrescentar mais um caso de doping ao universo desportivo benfiquista.

É tudo? Não, ainda. Resta, como diz Vieira, a superior credibilidade da gestão financeira e económica do Benfica. A entrada em bolsa, justamente, iria provar como os investidores confiavam nessa gestão. Foi o que se viu: as acções entraram e caíram 11% ao fim do primeiro dia, 22% ao fim do segundo, 45% ao fim do terceiro e, a partir daí, a imprensa, misericordiosa, deixou de dar notícias sobre o descalabro.

Ora, sob a gestão de Luís Filipe Vieira e crescentemente, o Sport Lisboa e Benfica é obra de um homem só — ele mesmo. Quem é o n.º 2 do Benfica? E o n.º 3? Ninguém sabe. Quem está autorizado a falar? Ele e só ele. Quem ameaçou e descompôs à cautela os que se atrevessem a disputar-lhe o lugar em eleições? Ele. Quem geriu o dossier Nuno Assis em termos de tal arrogância e prepotência que acabou a prejudicar o jogador e o clube? Ele apenas. Quem dirige o futebol, depois de Veiga se ter auto-suspenso e de Vieira já ter avisado que só o deixará voltar, e como seu capacho, quando e se ele quiser e depois de resolver os seus problemas fiscais? Viera (embora, todos os trimestres anuncie que vai passar a dirigir pessoalmente o futebol, esquecendo-se que é suposto já estar a fazê-lo).

Luís Filipe Viera acha que o cargo faz o homem e que o cargo de presidente do Benfica, por si só, confere ao seu detentor uma aura de importância, credibilidade e infalibilidade incontestáveis. Se lhe falta a razão nas guerras que compra, tem sempre o argumento do maior clube do mundo. Se lhe faltam os resultados que vive a prometer, tem sempre o Apito Dourado como desculpa — no futebol e, pelos vistos, em tudo o resto. Ele acha que lhe basta vestir a farda de presidente do Benfica para que todos se curvem à sua passagem. Acha que basta invocar o nome do Benfica para que o mundo lhe caia aos pés. E não percebe porque não cai: o mundo, os títulos, as acções da bolsa. Daí a sua permanente má disposição, a sua vontade de dar lições ao mundo, a sua incapacidade de reconhecer qualquer mérito alheio ou erro próprio, a insustentável inveja e despeito que passeia por todas as chafaricas do País.

No passado, elogiei a forma como Viera chegou ao Benfica, a sua atitude de humildade e vontade de trabalhar, e não, como quase todos, de buscar protagonismo e acreditação social no futebol. Mas, lá está, toca a todos: parece que o poder cega. Hoje, vejo, sobretudo no presidente do Benfica, alguém de mal com o futebol, com o desporto e com o mundo. Alguém que não consegue ganhar e que não sabe perder.

terça-feira, maio 29, 2007

Revisitando o Campeonato - Breves Notas - Os 3 Grandes

Porto

A ininterrupta liderança, ancorada numa primeira volta a roçar a perfeição, atesta a justiça do título conquistado pelo Porto.
Justa, mas sem uma supremacia evidente.
Não olvidemos que o campeonato apenas se definiu na última jornada e que o Porto totalizou tantas derrotas como Sporting e Benfica juntos.
Por outro lado, o confronto directo entre os grandes redundou num enorme empate, o que permite perceber a dimensão do equilíbrio.
Percebo que as últimas impressões são as que ficam, mas, ainda assim, custa alcançar a razão de tantos e tantos encómios dirigidos ao Sporting por oposição às sentenças depreciativas ditadas a propósito de Porto e Benfica!
Não foi o Porto que somou mais pontos?!
O Benfica não terminou o campeonato com apenas menos 1 ponto que o Sporting e invicto no confronto directo?!
É verdade que Paulo Bento escreveu uma página inédita na história do clube ao garantir a segunda participação consecutiva na Liga dos Campeões, mas caramba não terá sido demais?!
Parece-me que sim!
Dividindo o Campeonato em três partes iguais, a conclusão, sustentada por pontuações parciais, é inequívoca: o FC Porto brilhou no primeiro terço (25 pontos), o Benfica superiorizou-se no segundo (26 pontos) e o Sporting levou vantagem no terceiro (28 pontos).
O Porto ganhou pela quarta vez em cinco anos, a nona em 13, a 11ª em 16, a 14ª em 20 e a 16ª em 23.
Todavia, a época foi uma montanha russa, em que só a espaços a equipa conseguiu ser brilhante.
No final de 2006, tudo indiciava que o Porto seria em breve campeão, tal a sua consistência e superioridade.
Contudo, 2007 trouxe o advento de uma equipa titubeante e insegura, que alcançou o recorde negativo da pior segunda volta de um campeão nacional desde que o campeonato se disputa a três pontos.
Após cederem apenas cinco pontos na primeira volta (1-2 em Braga e 1-1 em Alvalade), o Porto desperdiçou 16 na segunda.
Paupérrimo!
Na segunda volta, logrou sobreviver na Luz e em Paços de Ferreira, mas nos demais jogos de grau de dificuldade elevado soçobrou.
Perdeu com o Sporting em casa, num jogo que poderia ter redundado na criação de uma vantagem de 11 pontos sobre os leões e no Bessa.
Uma primeira volta fulgurante alicerçou e alavancou a conquista do título - 13 vitórias dizem da competência portista, que não encontraria correspondência na segunda metade do campeonato.

Sporting

Com uma equipa baseada na juventude do omnipresente João Moutinho, da revelação Miguel Veloso e do imprevisível Nani, numa defesa segura, liderada por Anderson Polga, e nos golos de Liedson (melhor marcador da prova, com 15), o Sporting deve queixar-se de si próprio.
Apesar de terminar o campeonato com uma série de 18 jogos seguidos sem perder, invictos na condição de visitantes e com a melhor defesa, o Sporting claudicou no meio da prova, quando, entre a 15ª e a 20ª jornada, somou cinco empates, um deles penoso, na recepção ao Aves (0-0) e que lhe poderá ter custado a conquista do título, mais do que as derrotas averbadas com Benfica e com Paços de Ferreira, acabaram.

Benfica

Um início desastroso, com apenas quatro pontos conquistados (em 15) nas primeiras cinco deslocações, determinou a época de uma equipa que chegou a estar a longínquos 11 pontos de distância do Porto, embora com um jogo em atraso.
O Benfica logrou, no entanto, recuperar, quando já não parecia possível, terminando a temporada com 21 jogos consecutivos sem perder (a última derrota sucedeu a 17 de Novembro, em Braga).
Podia ter alcançado a liderança na partida em casa frente ao Porto, mas falhou e iniciou aí a série de resultados que o afastou do título, pois averbou três empates nos quatro jogos seguintes (2-2 em Aveiro, 0-0 com o Braga e 1-1 com o Sporting), numa altura em que, também, pesou o afastamento da Taça UEFA, as lesões de Luisão e Simão e a ausência de rotatividade.

segunda-feira, maio 28, 2007

Artigo de Opinião de Paulo Sousa

Aí está o fim de mais uma época desportiva. No início do ano traçaram-se objectivos. Agora é tempo de balanço.
A nível interno, Benfica, Sporting e FC Porto apontaram para a vitória no campeonato e para a manutenção o mais prolongada possível nas competições europeias.
O grande vencedor foi, sem dúvida, o FC Porto. A equipa de Jesualdo Ferreira iniciou o campeonato a jogar um futebol consistente, organizado e com maior regularidade de comportamentos colectivos. Desta forma, rapidamente ganhou vantagem em relação aos adversários directos.
No final da primeira volta, grande parte dos analistas já dava o FC Porto como campeão antecipado. No entanto, o início da segunda volta foi negativo para os azuis e brancos, que se deixaram aproximar na tabela classificativa.
Devido a inúmeros factores, o FC Porto perdeu chama no seu jogo. De repente, a equipa ficou apática e demasiado previsível. Na Champions fez o mínimo obrigatório e passou a fase de grupos. Depois, teve a infelicidade de defrontar o todo poderoso Chelsea, mas deu uma réplica à altura do nome do clube... Jogou bem na primeira mão e fez sonhar muita gente. Os portistas saíram eliminados na segunda mão, mas dignamente e de cabeça erguida. De volta à realidade portuguesa, conseguiram inverter o momento menos positivo e resolver a questão nos duelos directos com Benfica e Sporting. Depois, entraram em velocidade de cruzeiro até ao final do campeonato, jogando apenas o suficiente para garantir o título. Confesso que os últimos jogos do FC Porto não me agradaram nada e acredito que a equipa pode jogar muito melhor.

O Sporting venceu a Taça de Portugal. É sempre um objectivo secundário mas creio que todos devem estar satisfeitos com o desempenho da equipa durante esta temporada. O plantel é muito jovem, tem muita qualidade, muita frescura e foi a equipa que mais entusiasmou. A formação está cheia de jovens talentos que, com mais um ano de trabalho e de experiência, se tornará fortíssima. Vamos ver se o Sporting consegue manter todos os seus craques… Sinceramente, acho difícil. Não acredito que os tubarões europeus andem a dormir. E só mesmo a um dorminhoco pode escapar o perfume de jogadores como Moutinho, Nani, Djaló ou Miguel Veloso. De facto, são jogadores de grande potencial e com um futuro brilhante. Esperemos que olhem o exemplo de Cristiano Ronaldo e que optem por um clube estável e com condições para um crescimento sustentado. Se assim não for, deixem-se estar no Sporting porque estão bem entregues. Às vezes, o dinheiro não é tudo e o que não ganharem hoje vão ganhar a dobrar amanhã.

O Benfica não ganhou nenhum título e foi a grande desilusão da temporada. Prometeu muito no início da época, após a chegada de Rui Costa e com a manutenção de jogadores-chave como Miccoli, Nuno Gomes, Luisão, Léo, Petit ou Simão. Ou seja, o esqueleto da equipa manteve-se e todos sabemos o quanto isso é determinante numa equipa. O entrosamento é naturalmente maior quando os jogadores estão juntos há tanto tempo. Todos esperávamos mais deste Benfica, ou melhor, esperava mais estabilidade na organização de jogo da equipa, esperava maior volume de períodos de qualidade no jogo da equipa. Como afirmei após as primeiras partidas do campeonato, o Benfica chegou a apresentar os momentos de jogo mais ricos. Teve períodos em determinados jogos onde actuou muito bem, com uma dinâmica ofensiva muito rica. Foi pena não conseguir maior regularidade durante a competição.

No topo da classificação da Liga Bwin as coisas foram equilibradas a nível de pontuação. Podemos afirmar que quantitativamente o campeonato deste ano foi emocionante dado que o vencedor só se encontrou na última jornada. No entanto, gostaria também de reflectir sobre as formações que deixaram a desejar na competição. Quando penso em desilusão, a primeira equipa que me vem subitamente à mente é o Marítimo. A história recente do clube madeirense faz-nos pensar num clube escalado entre os cinco/seis melhores do nosso País. Ainda me recordo bem quando na época de 1994/1995 jogava na Juventus e defrontei o Marítimo para a Taça UEFA. Foi uma eliminatória extremamente difícil de passar pois a equipa do Marítimo nesse ano era muito forte. É certo que este ano o clube passou por algumas dificuldades extra no futebol jogado. Ulisses Morais começou mal, com a equipa a apresentar um futebol pobre e aparentemente pouco organizado. Posteriormente, ganhou alguma organização e estabilizou os resultados. Com a equipa a crescer, chegou a pensar-se em outros voos que não apenas o da manutenção. Mas uma regressão nos resultados e nas exibições atirou Ulisses para a rua. Surpreendentemente, Alberto Pazos foi o escolhido para sucessor. O espanhol não tem sorte com os ares portugueses e depois dos fracassos em Braga e no Farense, voltou a não ser feliz na Madeira. O seu desempenho foi pobre demais. Exibições de fraca qualidade e zero vitórias não eram com certeza o que os responsáveis do Marítimo estavam à espera quando o foram contratar…

domingo, maio 27, 2007

Análise à Final da Taça de Portugal

O Sporting conquistou a sua 14ª Taça de Portugal ao bater o Belenenses com um golo solitário de Liedson.
O primeiro título de Paulo Bento enquanto treinador e o primeiro do Sporting nos últimos cinco anos.
Bento não é Mourinho, mas é, certamente, o melhor treinador a trabalhar em Portugal.
Cabe-lhe a si a principal quota parte no sucesso leonino - rigor, trabalho e, sobretudo, competência.
Desta vez, inverteram-se as premissas – não houve golo na aurora da partida, mas apenas ao entardecer.
Paulo Bento não introduziu qualquer alteração no onze que havia apresentado na última jornada do campeonato, ao passo que o Belenenses surgiu no Jamor com os regressados Costinha, Amaral, Nivaldo, Rúben Amorim e Sandro Gaúcho.
Alicerçado num meio-campo dotado de enorme mobilidade e profundidade, no qual se destacavam Romagnoli na zona central e Nani no flanco esquerdo, o Sporting, como habitualmente, entrou de supetão na partida.
Cedo se impôs e sem tardar acercou-se com perigo da área do Belém.
O Belenenses procurava conservar um mínimo de coesão na zona central, através da colocação de Ruben Amorim e Sandro Gaúcho numa primeira linha à frente da defesa, mas o certo é que o Sporting conquistava um inequívoco ascendente.
Como previsível, Jorge Jesus baixou o seu bloco e apresentou-se num 4x5x1, que visava conter o ímpeto inicial leonino.
Ruben Amorim e Sandro Gaúcho constituíam uma primeira barreira suportada pelo tridente Cândido Costa, Zé Pedro e Silas que, quando ganhava a bola, procurava lançar Dady em rápidas transições ofensivas.
A forma como mexeu na equipa, esticando-a no sentido da baliza do Sporting, tornou claro que a estratégia de Jesus passava, antes de tudo, pela esterilização do momento ofensivo leonino nos primeiros vinte minutos de jogo.
E conseguiu-o. Sofridamente, mas conseguiu-o.
Ainda assim, nos primeiros minutos da partida, o losango do meio campo leonino superiorizou-se ao quinteto azul, criando e conquistando espaços atrás da linha defensiva do Belenenses, procurando as entradas dos avançados, bem como de algum médio, nomeadamente João Moutinho ou Romagnoli.
Por esta altura, o Sporting encontrava imensos espaços nas alas, especialmente na esquerda, onde Nani beneficiava dos movimentos excessivamente interiores de Cândido Costa, que entregavam Amaral a frequentes situações de 1 para 1.
Todavia, após um período inicial de acentuado sofrimento, o Belenenses conseguiu equilibrar a partida.
E, ao equilibrá-la, foi aportando profundidade aos seus movimentos ofensivos.
A partida conhecia intensidade e oportunidades de golo em ambas as balizas.
Ao intervalo, o nulo no marcador penalizava a inépcia concretizadora de ambas as equipas.
Paulo Bento e Jesus mantiveram os respectivos onzes para a segunda parte.
O jogo decresceu de intensidade, mas permaneceu aberto e emotivo.
A primeira situação de golo pertenceu ao Sporting na sequência de um cabeceamento de Liedson, ao segundo poste, que Costinha, pese embora tenha escorregado, logrou conjurar.
Aos 60 minutos, o Belenenses desperdiçou a melhor de todas as ocasiões de golo em todo o jogo.
Após cruzamento de José Pedro, Dady cabeceou à barra da baliza de Ricardo.
Três minutos volvidos, o Sporting respondeu e Romagnoli, em boa posição, permitiu nova defesa a Costinha.
Com o ritmo de jogo a cair pronunciadamente, os treinadores viram-se forçados a mexer nas equipas.
Paulo Bento revelou-se conservador ao substituir Tello, lesionado, por Tonel, deixando o flanco esquerdo entregue a Caneira e ao fazer entrar Yannick para o lugar de Alecsandro.
Por sua vez, Jorge Jesus mostrou-se mais ousado ao introduzir na partida Fernando e Garcês por troca com Ruben Amorim e Silas, assim emprestando um sentido mais atacante à sua equipa.
Quando já se adivinhava o prolongamento, aos 87 minutos, o Sporting alcançou o golo que lhe daria a vitória.
Miguel Veloso, beneficiando da “ausência” de Amaral, que se encontrava a receber assistência médica fora do relvado, cruzou na esquerda para Liedson que, no coração da área, desviou com sucesso.
O vencedor estava encontrado e o primeiro título de Paulo Bento enquanto treinador estava conquistado.
Para finalizar, resta-me congratular os condóminos sportinguistas pela conquista da 14ª Taça de Portugal.

sexta-feira, maio 25, 2007

Ás Voltas com a Final da Taça de Portugal

Soube-se, hoje, que a Final da Taça de Portugal irá gerar cerca de 1 milhão 250 mil Euros de receita global.
De acordo com os regulamentos, tal montante será repartido, em partes iguais, pelos clubes intervenientes e pela Federação.
Aliás, o mesmo sucede em todos os jogos da Taça de Portugal.
Não se percebe, nem se aceita que assim seja!
Percebia-se que assim fosse quando a Federação não gerava receitas próprias bastantes para a sua auto-sustentação e para o desenvolvimento de projectos de promoção e desenvolvimento do futebol.
Assim foi no passado, mas já não é assim no presente.
Para além das subvenções públicas, que o estatuto de utilidade pública lhe confere, a Federação Portuguesa de Futebol assume-se, hoje por hoje, como uma "empresa" capaz de produzir receitas avultadas pela cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos da Selecção Nacional, pela celebração de contratos de publicidade e marketing e pelos prémios de presença e de vitória obtidos nas grandes competições internacionais.
No quadro de generalizada recessão económica em que vivem os clubes portugueses, distribuir equitativamente as receitas dos jogos da Taça de Portugal assume foros de indecência.
Urge rever o modelo de partilha das receitas geradas pela Taça de Portugal, no sentido da entrega aos agentes do espectáculo dos proventos por si criados.
A sustentabilidade financeira do futebol português assim o impõe.

Quanto ao jogo propriamente dito, dizer que o vencerá quem o controlar emocionalmente.
Num contexto de generalizada "virgindade" nestes ambientes e em desafios de decisão, a gestão das expectativas desempenhará papel de primeira grandeza na definição do vencedor.

quarta-feira, maio 23, 2007

As SAD´s e a Bolsa

As acções da Benfica SAD foram admitidas à cotação, na terça-feira, na Eurolist by Euronext a 5,00 euros/título.
O Benfica seguiu o caminho já antes trilhado por Sporting e Porto.
Duvido seriamente da bondade da solução!
Percebe-se o objectivo, mas não se pode ignorar o percurso descendente dos papéis de clubes de futebol cotados em bolsa.
Havia que dar liquidez aos accionistas, mas não se pode olvidar a desvalorização que os títulos de Sporting e Porto conheceram desde a sua admissão à negociação bolsista.
Tirará o Benfica proventos da dispersão do capital em Bolsa?
Não!
Retirarão os accionistas mais valias?
A experiência de Sporting e Porto diz-nos que não e o primeiro dia de cotação das acções do Benfica confirma-o.
Quanto muito, perderão menos pelo aliviar da pressão inflacionista e do valor suportado junto da banca pela custódia de títulos!
As acções de Sporting e Porto valem hoje quase menos 50% do que no momento da admissão à cotação.
As acções da Benfica SAD tiveram uma estreia brilhante na bolsa (atingiram o máximo de 6,02 euros), mas rapidamente entraram em terreno negativo, tendo terminado a sessão a perder 11,6%, para uma cotação de 4,42 euros.
Aliás, a queda da Benfica SAD na sua admissão à negociação não constituiu uma excepção, sendo antes a regra.
Segundo dados da Euronext Lisbon, no primeiro dia de negociação, a SAD do Sporting movimentou 130.292 títulos, tendo as acções acumulado uma perda de 14,32% nas duas primeiras semanas de negociação.
O Porto arrancou 111.221 acções transaccionadas, e duas semanas volvidas, os investidores já estavam a perder 6%.
Às cotações de fecho de Terça-feira, a Benfica SAD apresentava um valor de mercado de 66,30 milhões de euros, ao passo que Porto e Sporting demonstravam capitalizações bolsistas de 36,45 milhões e 53,13 milhões de euros, respectivamente.
Para que as acções do Benfica, Porto ou Sporting se valorizassem necessário seria que os clubes firmassem contratos televisivos ou publicitários chorudos, pois que os aspectos meramente desportivos não assumem relevância bastante para de per si motivar o mercado (veja-se que as acções portistas baixaram a sua cotação no dia seguinte ao da conquista do título de campeão nacional).
A variação negativa da cotação dos papéis do Benfica justifica-se, essencialmente, pela busca do próprio mercado em ajustar o preço com a realidade financeira da Benfica SAD.
Verifica-se um claro desfasamento entre a cotação e o valor contabilístico, pelo que o mercado caminhará no sentido da recomposição do equilíbrio.
Pese embora a Benfica SAD tenha comunicado um resultado líquido antes de impostos na ordem dos 4 milhões de Euros, o certo é que sem a incorporação da Benfica Estádio na Benfica SAD os capitais próprios desta sociedade apenas totalizam 11,7 milhões de euros.
Ou seja, encontra-se em “falência técnica”.
Sendo o capital social da Benfica SAD de 75 milhões de euros aquando da admissão à negociação de 15 milhões de títulos na praça financeira portuguesa, emerge que os capitais próprios eram inferiores em 541 por cento ao capital social, bem abaixo do limiar dos 50% que impõe o Código das Sociedades Comerciais.
Claro está que a incorporação da Benfica Estádio resolve o problema, mas urge inverter o ciclo de perdas que tem conhecido desde a sua criação.
Por outro lado, as blindagens legais sobre as SAD´s cerceiam-lhes interesse mercantil.
Na verdade, a impossibilidade do lançamento de OPA´s sobre as SAD´s ou os direitos de veto que legalmente assistem aos clubes fundadores afastam os possíveis investidores.
Falta liquidez às SAD´s.
O desinteresse resulta, também, da ausência de uma política de comunicação.
O mercado exige que as SAD´s e os seus administradores assumam outro comportamento, no sentido da rigorosa divulgação de factos relevantes, da transparência na política de contratações, do planeamento tempestivo da temporada seguinte e, sobretudo, da ponderação nas intervenções públicas.
Mas, mais do que tudo, o principal problema é de lógica.
Uma qualquer empresa procura gerar resultados que se reflictam em valor para os accionistas, ao passo que as SAD´s buscam conquistar títulos.
Inexiste uma qualquer lógica financeira que presida ou oriente a actividade das SAD´s.
Esta antinomia de propósitos cria uma contradição de vontades que afasta os investidores.
Aliás, o modelo financeiro que assenta na dispersão do capital em Bolsa parece irremediavelmente ultrapassado.
Hoje por hoje, assiste-se ao controlo dos clubes por grupos de grandes investidores.
Desde Inglaterra a França tem sido esse o sentido do devir financeiro dos principais clubes de futebol.
No futebol português e face aos espartilhos legais não se mostra possível, no imediato, a adopção de semelhante solução.
Por ora, resta-nos esperar que um qualquer toque de Midas transforme sociedades deficitárias em empresas lucrativas.
Actualmente, não descortino qual o interesse em investir neste tipo de sociedades, para além do emocional.
Dominadas pelo governo apaixonado de uma turba de administradores cujo fito primordial ou mesmo único repousa na obtenção de títulos não se mostram minimamente atractivas do ponto de vista financeiro.
Impunha-se uma lógica de criação de valor para os accionistas para que o paradigma bolsista funcionasse verdadeiramente.
Contudo, tal não acontece e ainda bem digo eu!

terça-feira, maio 22, 2007

Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares

O FC Porto foi campeão — à tangente, sofridamente, com o credo na boca e o coração nas mãos, mas foi. Comandou da primeira à última jornada e teve um momento decisivo, pela positiva: quando foi à Luz, já com a morte encomendada, e mostrou a fibra de que se fazem os campeões.
Era o grande favorito à partida e o que maiores obrigações tinha, porque dispunha do maior orçamento e da melhor equipa. Mas perdeu Anderson durante meio campeonato, Quaresma em quatro jogos e Pepe noutros quatro.
Até Fevereiro, acumulou o campeonato com uma boa prestação na Liga dos Campeões e, não fossem as fatídicas férias de Natal, o fatídico jogo de Leiria, com a expulsão de Quaresma e duas derrotas consecutivas, a incapacidade demonstrada na recuperação fisica dos jogadores e uma inesperada instabilidade psicológica no final do campeonato, e poderia ter terminado tranquilamente o passeio que fez na 1.ª volta. Porque, se as últimas imagens são as que mais perduram, é bom que as pessoas não se esqueçem que um campeonato são 30 jogos e não apenas os dez últimos.
Por outro lado, e de uma forma que foi flagrante para qualquer observador atento e de boa-fé, o FC Porto teve contra si o factor Carolina Salgado/Apito Dourado, que se traduziu num campeonato inteiro em que, tendo sido vítima de vários erros de arbitragem, não teve a seu favor, e correspondentemente, uma única decisão favorável em jogadas controversas: nem um golo mal validado, um penalty mal assinalado, uma expulsão forçada de um adversário.
Da 1.ª à 30.ª jornada, na dúvida, na mais pequena dúvida, todos os árbitros, sem excepção, decidiram sempre contra o FC Porto — mesmo na última jornada, no Dragão, onde o golo do Desportivo das Aves, que podia ter valido um campeonato, foi obtido em offside. Quinze dias antes, no mesmo palco e contra o Nacional da Madeira, o que teria sido o primeiro golo do FC Porto foi invalidado por offside inexistente…

Campeão pela primeira vez, campeão merecidamente, com uma equipa que não fez e uma pré-época que não foi sua, Jesualdo Ferreira confirmou a regra de que no FC Porto qualquer um se arrisca a ser campeão.
Há quinze dias, nesta crónica, defendi a sua continuação, qualquer que fosse o desfecho do campeonato.
Agora, continuo a defendê-la, obviamente, mas estou mais à vontade para dizer que Jesualdo — ultrapassado esse Rubicão e as razões de um nervoso, às vezes quase paralisante, que se transmitia à equipa — tem agora muito que meditar. Tem de deixar de ser tão conservador e previsível — por exemplo na aposta em jogadores a quem dá o estatuto de inquestionáveis, mesmo quando eles não estão em forma, como Lucho ou Helton— e tem de saber jogar a época com um plantel de 18/20 jogadores e não de 13/15. Tem de dar sinais claros de que sabe ler o jogo em andamento, não substituindo apenas por substituir, mas para influir no jogo, tem de esclarecer de uma vez por todas o que é e para que serve o meio-campo, para não ter de voltar a viver pesadelos como os do jogo com o Sporting, no Dragão, onde o meio-campo do FC Porto foi quase enxovalhado pelo do Sporting.
Resta saber, é claro, quantos do seu trio genial— Pepe, Quaresma, Anderson— é que a nova/velha Direcção do clube vai vender este Verão…

Paulo Bento
foi o treinador do ano. Inquestionavelmente. Partiu com o mais baixo orçamento dos três grandes, uma equipa de miúdos, que levou meio campeonato a afinar e a ensinar o que era jogar para a vitória.
Por pouco, por muito pouco, tinha conseguido um triunfo que teria sido deveras impressionante e pedagógico. Ao intervalo do FC Porto-Desportivo das Aves, sabendo que o Sporting já vencia o Belenenses por 2-0 e observando mais uma melancólica exibição do FC Porto, eu já estava a mentalizar-me para aceitar que o Sporting seria um justo campeão. Porque a sua recuperação, o seu campeonato sem nenhuma derrota fora, a sua atitude de conquista, a sua crença, a sua capacidade de pôr pressão sobre o Porto e a sacudir de si próprio, o justificavam.
Mas (felizmente!) o FC Porto entrou para a segunda parte do seu jogo de cara lavada e vontade de ser campeão. Isso não impede que se reconheça o grande campeonato feito pelo Sporting e a grande condução levada a cabo por Paulo Bento.

Mas há um reverso da medalha. Eu sei que, durante anos, os sportinguistas vão dizer que não ganharam o campeonato porque, no Sporting-Paços de Ferreira, da 2.ª jornada, o Paços ganhou com um golo marcado com a mão. E são esses detalhes, essa imagem de marca dos sportinguistas, que irritam os outros: o Sporting vive a queixar-se, a reclamar, a lamuriar-se, a encontrar sempre uma culpa alheia para os desaires próprios. É verdade que o Paços ganhou em Alvalade com um golo marcado com mão. Se isso não tem acontecido, o Sporting tinha empatado: perdeu aí um ponto. Mas, logo na jornada anterior, a 1.ª, venceu no Funchal o Nacional com um golo precedido de falta: se tem sido anulado, como deveria, teria empatado e não vencido: ganhou aí dois pontos. No Dragão, no jogo que relançou o campeonato, marcou o único golo na cobrança de uma falta que não existiu e, no último segundo, Pedro Henriques não teve coragem de assinalar penalty flagrante de Polga sobre Pepe. O mesmo Pedro Henriques, no jogo da Luz, perdoou duas vezes a expulsão a Caneira, e Lucílio Baptista, o árbitro preferido em Alvalade, perdoou penalty claro a Liedson, na penúltima jornada em Coimbra, quando havia 0-1.
Mas já todos sabemos que memórias destas não constam do arquivo sportinguista. Felizmente, abortou a tentativa de conseguir ganhar o campeonato na secretaria, graças à repetição do jogo de Leiria — fundada em razões e expedientes jurídicos tão rebuscados e descarados que nada abonam à suposta atitude de cavalheiros que os sportinguistas acham que os caracteriza.
Mas a mensagem foi clara: cavalheiros sim, mas para ganhar vale tudo, mesmo aquilo a que em direito se chama «litigância de má-fé». E foi pena, porque, como o disse, acho que, por aquilo que se viu em campo, o campeonato também não teria ficado mal entregue ao Sporting. Mas em campo, não na secretaria.

Os benfiquistas vão cair em cima de Fernando Santos, que é o elo mais fraco e mais fácil de atacar. Em minha opinião, muito injustamente. É certo que não foram campeões e que nem ao segundo lugar chegaram. Mas ficaram a um ponto do segundo e a dois do primeiro — o que é notável para a equipa que Fernando Santos teve ao seu dispor.
Durante a primeira volta, e várias vezes vi o Benfica jogar um grande futebol, só que — como aconteceu também com o FC Porto e não aconteceu com o Sporting — o Benfica teve azar com as lesões e defendeu durante muito tempo uma campanha europeia de sucesso.
O que sucede no Benfica é que há um desfasamento claro entre a arrogância do discurso constante do presidente e os meios que ele faculta aos seus para darem corpo à sua ambição.
Fernando Santos não foi campeão no futebol — e o vólei, o basquete, o hóquei, o andebol? Em que é que o Benfica é campeão, para além do futebol de salão?

segunda-feira, maio 21, 2007

Os Melhores e os Piores da Época

Hoje, proponho-vos a eleição dos melhores e dos piores deste campeonato em diferentes áreas.

Melhor/Pior Guarda-redes;

Melhor/Pior Lateral;

Melhor/Pior Central;

Melhor/Pior Trinco;

Melhor/Pior Médio de Transição;

Melhor/Pior N.º 10;

Melhor/Pior Ala;

Melhor/Pior Ponta de Lança;

Revelação/Desilusão;

Melhor/Pior Treinador;

Melhor/Pior Dirigente;

Melhor/Pior Árbitro;

Melhor/Pior Comentador Desportivo;

Liga dos Astros

A Classificação Final da Liga dos Astros é a seguinte:

1º Lugar: Joker Alho - 1709 pontos;

2º Lugar: Caça Lagartos/Suçuarana - 1704 pontos;

3º Lugar: Kubas4EverTeam - 1668 pontos;

4º Lugar: Eagles - 1664 pontos;

5º Lugar: Caixa Campus - 1553 pontos;

6º Lugar: Cruzados - 1398 pontos;

7º Lugar: Afinal estou Vivo - 1168 pontos;

8º Lugar: Nª Sr.ª do Caravagio - 748 pontos;

9º Lugar: Santy Thunder Team - 389 pontos;

10º Lugar: Caixa Blogus - 212 pontos;

Classificação Final do Espaço Prof. Karamba

A classificação final do Espaço Prof. Karamba é a seguinte:

1º Lugar: Cavungi – 755 pontos;

2º Lugar: Carlos - 700 pontos;

3º Lugar: Zex - 695 pontos;

4º Lugar: Jorge Mínimo – 660 pontos;

5º Lugar: Kubas - 635 pontos;

6º Lugar: Fura-Redes - 630 pontos;

7º Lugar: Vermelho - 580 pontos;

8º Lugar: Vermelho Sempre - 550 pontos;

9º Lugar: Vermelho Nunca – 535 pontos;

10º Lugar: Sócio - 480 pontos;

11º Lugar: Samsalameh – 450 pontos;

12º Lugar: Holtreman - 435 pontos;

13º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 420 pontos;

14º Lugar: Petit - 330 pontos;

15º Lugar: Costa - 315 pontos;

16º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;

17º Lugar: Lion Heart – 145 pontos;

18º Lugar: Salvatrucha - 140 pontos;

19º Lugar: Drácula - 130 pontos;

20º Lugar: Braguilha - 100 pontos;

21º Lugar: Jimmy Jump Reloaded - 20 pontos;

22º Lugar: Cuto - 10 pontos;

23º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;

Análise à Jornada

E cumpriu-se o previsto.
O Porto sofreu, mas venceu.
O Sporting, sem dificuldade, derrotou um Belenenses de 2ª.
O Benfica triunfou num jogo que deu para quase tudo… até para Derlei marcar.
Na ausência de Petit, Fernando Santos surpreendeu ao apostar num 4x4x2 clássico em detrimento do previsível 4x3x3.
Paulo Jorge surgiu bem junto à linha sobre a direita, ao passo que Karagounis alinhou na esquerda como falso ala.
Rui Costa e Katsouranis alinharam, quase a par, no centro do terreno.
Derlei e Miccoli compuseram o duo mais avançado.
Face à lesão de Litos, Machado não insistiu num esquema com três defesas, antes tendo estruturado a sua equipa num 4x3x3 bastante ofensivo.
Sarmento, Káká, Medeiros e Lino foram os defesas, Paulo Sérgio, o trinco, Filipe Teixeira e Dame os médios de transição, Sílvio e Miguel Pedro, os alas, e Joeano, o ponta de lança.
Sem a pressão dos pontos, Machado libertou-se das grilhetas tácticas que tantas vezes impediram a Briosa de alcançar vitórias.
O Benfica entrou bem - forte e decidido - e, sem surpresa, chegou cedo ao golo.
O golo havia já estado iminente em dois lances protagonizados por Karagonis, sendo que à terceira foi de vez.
Numa rápida transição ofensiva, Rui Costa abriu na esquerda para Karagounis, que atirou forte e rasteiro para defesa apertada de Pedro Roma, que não logrou segurar a bola, surgindo, então, Derlei a rematar fraco, mas, ainda assim, com força suficiente para a bola ultrapassar a linha de golo.
Empurrado pelo golo e superiormente dirigido por um inspirado Karagounis, o Benfica embalou para uma primeira parte de bom nível, na qual construiu, pelo menos, três boas ocasiões para ampliar o marcador.
Primeiro num desvio de cabeça de Derlei a cruzamento de Karagounis, depois num forte remate de Miccoli e a terminar num livre de Karagounis.
Na primeira parte, a Briosa, apenas, por uma vez conseguiu acercar-se com perigo da baliza de Quim.
Filipe Teixeira desmarcou Joeano que obrigou Quim a defesa difícil para canto.
Ao intervalo, Fernando Santos fez entrar Manu para o lugar do lesionado Paulo Jorge, enquanto Machado lançou Gyano e Alexandre para os lugares de Sílvio e Sarmento.
Gyano juntou-se a Joeano na frente do ataque, Alexandre ocupou o lugar de Paulo Sérgio no meio-campo, que, por sua vez, derivou para a lateral direita.
Não obstante as alterações efectuadas, a partida manteve a mesma tendência, com o Benfica a tomar cedo as rédeas do encontro.
Karagounis permanecia no comando do processo ofensivo encarnado e ia criando boas chances de golo, que Miccoli e Derlei se encarregavam de desperdiçar.
Na segunda metade, a Briosa surgiu mais afoita e criou algumas oportunidades de golo, mormente por Dame, que, em duas situações, obrigou Quim a outras tantas defesas de excelente nível.
O Benfica ainda chegaria ao segundo golo, por Mantorras, após excelente passe de Katsouranis.
O Benfica fez o que se lhe pedia, mas terminou sem honra, nem glória a sua participação na temporada 2006/2007.
No Dragão, o Porto não ganhou para o susto.
Uma vez mais, revelou dificuldades em controlar emocionalmente o jogo.
Jesualdo voltou a mexer na equipa, fazendo entrar Meireles para o lugar de Assunção.
30º onze em outras tantas jornadas, uma “proeza”, sem dúvida.
O Prof. Neca foi fiel aos seus princípios e apresentou a esperada estrutura de contenção.
Um aparente 4x3x3 que efectivamente não era mais do que um 4x5x1 e muitas vezes um 4x6x0.
O Porto entrou forte no jogo, com o propósito de marcar cedo e, assim, cercear qualquer quimera leonina.
Todavia, não almejou tal desiderato e foi mesmo o Aves, por intermédio de Paulo Sérgio e Mércio a criar as melhores situações de golo dos vinte minutos iniciais.
Todavia, quando a equipa já se impacientava, até porque o Sporting liderava, Quaresma arrancou um cruzamento perfeito e Adriano cabeceou para o primeiro golo.
Estavam decorridos 26 minutos e pensava-se que o jogo terminara.
Puro engano!
Aos 34 minutos, Moreira empatou e gelou as bancadas do Dragão.
Até ao intervalo, o Porto não conseguiu desenhar um momento ofensivo com qualidade e, deste modo, o resultado não sofreu modificações.
O descanso fez bem aos jogadores do Porto, que reiniciaram a partida rejuvenescidos.
Aos 52 minutos e fruto de uma entrada determinada, o Porto chegou ao 2-1.
Lisandro, na sequência de uma brilhante diagonal, rematou forte batendo Nuno.
Aos 59 minutos, a confirmação de um Porto campeão.
Quaresma executa um canto na esquerda e Jorge Ribeiro desvia a bola para a sua própria baliza.
3-1 e a certeza de uma vitória anunciada.
Até final, realce para o quarto golo do Porto, apontado por Lisandro, num soberbo remate cruzado, e para a estreia de Baía no campeonato.
Este jogo foi o espelho da época portista.
Uma montanha russa, em que só a espaços a equipa conseguiu ser brilhante.
No final de 2006, tudo indiciava que o Porto seria em breve campeão, tal a sua consistência e superioridade.
Todavia, 2007 trouxe o advento de uma equipa titubeante e insegura, que alcançou o recorde negativo da pior segunda volta de um campeão nacional desde que o campeonato se disputa a três pontos.
Em Alvalade, confirmação de um final de temporada em grande.
Havia dito que “Noutras circunstâncias seria um jogo difícil para o Sporting, mas antecedendo a Final da Taça de Portugal em que as equipas se irão defrontar e não almejando o Belenenses a conquista de nenhum objectivo específico, não o será.
Jorge Jesus não quer dar a conhecer a Paulo Bento a sua estratégia para o jogo da Taça e, assim, resguardar-se-á, apresentando uma equipa diferente da habitual, composta por alguns jogadores que não têm jogado, e sob uma estrutura igualmente distinta.”
Assim foi.
O Sporting ainda viveu a ilusão do título, mas teve que se contentar com a entrada directa na Champions.
Triunfou sem contestação, num jogo em que Liedson se coroou como melhor marcador do campeonato.
Nos restantes jogos, destaque para a conquista europeia do Paços de Ferreira e para a descida do Beira-Mar.
Tal como no passado, a parceria financeira com investidores estrangeiros não se revelou proveitosa para os cagareus.
Para finalizar, resta-me congratular os condóminos portistas pela conquista do 22º título de campeão nacional

sexta-feira, maio 18, 2007

Adivinhações

Lanço-vos o desafio de prognosticarem os seis primeiros e os três últimos classificados da Liga Bwin.

Aqui fica o meu palpite:

1º Lugar: Porto

2º Lugar: Sporting

3º Lugar: Benfica

4º Lugar: Braga

5º Lugar: Belenenses

6º Lugar: Paços de Ferreira

14º Lugar: V. Setúbal

15º Lugar: Beira-Mar

16º Lugar: Aves

quinta-feira, maio 17, 2007

Antevisão da Jornada

Eis-nos chegados à jornada de todas as decisões.
Pedro Roma escreveu no site da APAF que “Nesta parte final do campeonato português, em que se decidem título, acesso às provas europeias e permanência na Liga, o que nós, jogadores, pedimos aos árbitros não é mais do que dirigentes, treinadores e adeptos nos pedem a nós: rigor, atenção, concentração e consciência de que o mínimo erro é, ou pode ser, comprometedor.
A nós pedem-nos para lutarmos para as nossas cores; aos árbitros pedimos, e julgo não exagerar ao fazê-lo em nome de todos os jogadores da Liga, isenção, critério e imparcialidade, sem atender ao peso (ou a dimensão) dos clubes e das camisolas.
Nenhum jogador quer ficar ligado à perda de um título ou a uma descida de divisão e acredito que, do mesmo modo, nenhum árbitro gostaria de ver o seu nome correctamente associado ao insucesso de um clube. Por isso, neste momento de decisões, os árbitros – e os seus auxiliares – têm de ser ainda mais coerentes, atentos, perspicazes e abstraírem-se de pressões. Para que prevaleça, acima de tudo, a verdade desportiva, que as decisões aconteçam sem influência de terceiros e que ninguém critique, justificadamente, este ou aquele árbitro.”
Gostaria de acreditar que assim é.
Todavia, a realidade desmente esta visão idílica.
E desmente-a antes e depois.
Antes, nas nomeações e depois, nas actuações de cada um dos árbitros em cada um dos jogos.
A propósito das nomeações para esta última jornada, escreveu JC no redvermelho:
“São já conhecidos os árbitros para os jogos dos três grandes.
João Ferreira de Setúbal no Benfica-AAC; Jorge Sousa do Porto no SCP-Belenenses;
Olegário Benquerença de Leiria no FCP-Aves.
Destaco a nomeação do Larápio para o FCP-Aves.
Para o jogo do título, é nomeado um árbitro sem qualidade, que recebeu nota negativa pela sua arbitragem desastrosa no último jogo que arbitrou, o AAC-Braga.
Falta de bom senso da comissão de arbitragem?
Um árbitro que não esteve à altura de um jogo bem menos complicado como o foi o AAC-Braga, como pode ser escolhido para arbitrar o decisivo FCP-Aves?
É óbvio que a diferença de potencial entre estas duas equipas até indiciaria, noutras circunstâncias, um jogo fácil de dirigir.
Mas atendendo ao que está em jogo -o título para o FCP e a manutenção para o Aves - não seria de nomear um árbitro menos polémico e com mais qualidade?
Isto para já não falar da nomeação de um árbitro do Porto para arbitrar o SCP-Belenenses.
Não acredito em bruxas, mas que as há, há. “
Incompreensível a nomeação de Olegário Benquerença.
Ou, por outra, compreensível no quadro do futebol português.
Penso que o Porto irá vencer, com maior ou menor dificuldade, o Aves.
Não concebo outra hipótese!
O futebol português teria que ter mudado muito para que tal não se verificasse!
E, infelizmente, não mudou!
Claro está que o Porto é muito, mas mesmo muito superior ao Aves.
Até historicamente - Em cinco jogos outras tantas vitórias, sendo que o Aves apenas conseguiu marcar por uma vez (curiosamente, logo no primeiro confronto, disputado ainda na década de 80).
Todavia, o Porto tem demonstrado dificuldades em controlar emocionalmente os jogos.
A ansiedade evidenciada pelos jogadores portistas será o seu maior adversário na partida de Domingo.
Jesualdo deverá repetir o onze e o modelo apresentados em Paços de Ferreira, enquanto que Neca apostará no “ferrolho” tão do seu agrado, na esperança de lograr um golo num lance de contra-ataque ou de bola parada.
O Aves irá estacionar o autocarro em frente à sua área e procurará explorar as transições rápidas para chegar à baliza de Helton.
Foi desta forma que o Aves alcançou bons resultados na condição de visitante.
O ciclo positivo averbado pelo Aves actuando fora do seu reduto dealbou na deslocação a Alvalade, onde arrancou um empate sem golos, assim pondo termo a uma série de seis derrotas consecutivas fora de casa.
De lá para cá, obteve um importante empate em Setúbal e as únicas vitórias forasteiras frente a Nacional e Naval.
Apesar de apresentar um dos piores registos ofensivos da Liga, não deixa de ser curioso verificar que o Aves marca mais golos fora (11) do que em casa (10), sendo que seis desses tentos aconteceram nos últimos três jogos.
Pese embora, a quebra verificada nos últimos jogos, o Porto tem tudo a seu favor, a começar na estatística e a acabar nos adeptos.
Em Alvalade, creio que o Sporting irá vencer, sem grande dificuldade, o Belenenses.
Noutras circunstâncias seria um jogo difícil para o Sporting, mas antecedendo a Final da Taça de Portugal em que as equipas se irão defrontar e não almejando o Belenenses a conquista de nenhum objectivo específico, não o será.
Jorge Jesus não quer dar a conhecer a Paulo Bento a sua estratégia para o jogo da Taça e, assim, resguardar-se-á, apresentando uma equipa diferente da habitual, composta por alguns jogadores que não têm jogado, e sob uma estrutura igualmente distinta.
Na Luz, o Benfica recebe a Académica.
Será um típico jogo de fim de época para cumprir calendário.
A Briosa apresentar-se-á sem qualquer pressão alcançado que se mostra o desiderato principal da época.
O Benfica anseia desesperadamente por férias e não me parece que conscientemente alguém acredite no milagre do título.
Só assim não será, se Porto e Sporting decidirem complicar os seus jogos, possibilidade manifestamente remota.
Na ausência de Petit, Fernando Santos deverá optar pelo 4X3X3 em detrimento do 4X4X2 com meio-campo em losango.
Paulo Jorge e Derlei deverão preencher as faixas ofensivas e Miccoli deverá surgir como elemento central, em cunha entre os centrais academistas.
O meio-campo será preenchido por Rui Costa, Katsouranis e Karagounis, ao passo que a defesa permanecerá inalterada.
Face à lesão de Litos, Machado não deverá insistir num esquema com três defesas, pois que Danilo apenas recentemente recuperou de lesão prolongada.
Assim, o onze provável da Briosa deverá ser composto por Pedro Roma (embora não seja de descurar a utilização de Douglas ou de Eduardo para que se estreiem no campeonato), Sarmento, Káká, Medeiros e Lino, Paulo Sérgio, Alexandre e Brum, Dame, Filipe Teixeira e Joeano.

Liga dos Astros

Recordo que só serão admitidos a participar em cada jornada, os condóminos que apresentem a sua equipa sem recurso às tão criticadas remissões para as equipas apresentadas nas semanas anteriores.
As equipas apresentadas por remissão ter-se-ão por não escritas, não sendo consideradas.
Boa Sorte!

Espaço Prof. Karamba

Os jogos sujeitos a aposta esta semana são os seguintes:

F.C. Porto - Desp. Aves

Beira-Mar - P. Ferreira

Sp. Braga - Nacional

Sporting - Belenenses

Benfica - Académica

Nestas duas últimas jornadas, por forma a salvaguardar a integridade da "competição", os palpites devem ser enviados para o meu e-mail até às 12h00 da próxima sexta-feira, após o que serão publicados (claro está que quem quiser publicá-los directamente é livre de o fazer).

quarta-feira, maio 16, 2007

Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares

"Há quatro ou cinco jornadas que me venho repetindo: isto só está ganho para o FC Porto depois do apito final do último jogo.
Ao contrário do que disse Jesualdo Ferreira, não é fácil entender as razões de tanta instabilidade e tanta falta de consistência do futebol azul-e-branco.
Pressão? Claro que há pressão, há sempre pressão quando se tem de ganhar um jogo e um campeonato, mas se há coisa para que o FC Porto está preparado desde há largos anos é para viver sob pressão.
Pelo contrário, eu penso que, se calhar, aquilo que tem faltado é a consciência da pressão de ganhar.
Veja-se este jogo contra o Paços de Ferreira: desde os três minutos que os jogadores já sabiam que, como habitualmente, o Sporting estava a ganhar em Coimbra, fruto de uma oferta do adversário. Logo, desde os três minutos que os jogadores portistas sabiam que tinham de lutar pela vitória: o empate não apenas deixava as coisas mais complicadas, como era um resultado perigoso para manter até final. E que fizeram eles, face a isso? Nada. Passaram 20 minutos a trocar a bola displicentemente, sem pressa alguma, sem nenhum esforço para ligar minimamente uma jogada, e com alguns deles, como Lisandro (que época desastrada!), a jogarem tão mal que mais parecia terem caído ali por engano.
Então, sucedeu aquilo que já se tornou um hábito, desde os tempos de Co Adriaanse e desde que Helton agarrou a titularidade da baliza portista: nos jogos contra equipas mais fracas, fora de casa, quando o FC Porto não entra logo para matar, acontece invariavelmente que, no primeiro remate à baliza feito pelo adversário, sofre um golo.
Mal batido no golo do Paços, Helton (que não foi o único culpado), confirmou uma suspeita que venho alimentando: que ele é um grande guarda-redes para uma equipa mediana como o Leiria, mas que não é guarda-redes para uma grande equipa, habituada a jogar ao mais alto nível.
A sua especialidade são as defesas impossíveis, que, numa equipa mediana, significam pontos e vitórias. Mas, numa grande equipa, só muito raramente o guarda-redes é chamado a defesas impossíveis.
O que se lhe pede é que não falhe nenhuma das possíveis, que não cause sobressaltos no jogo aéreo ou com os pés, que saiba comandar a defesa e que transmita absoluta tranquilidade para que a equipa se possa ocupar livremente daquilo que mais tem de fazer: atacar e atacar.
No Leiria, Helton terá ganho inúmeros pontos para a equipa, graças às suas defesas; no FC Porto, lembro-me de algumas grandes defesas, mas não me lembro que alguma delas tenha segurado resultados.
A perder desde os 20 minutos, num campo pequeno de mais para o espaço que talentos como Quaresma e Anderson precisam, a ter de arrostar com duas enxurradas de granizo, uma em cada parte, eu cheguei a crer, durante uma hora a fio, que 2700 sportinguistas teriam de honrar a sua palavra e nunca mais voltarem a entrar num IKEA, comprando os seus móveis na indústria local de Paços de Ferreira.
Diga-se que nunca mais o Paços acertou um remate na baliza — o golo, de livre, foi o único que acertou em todo o jogo —, mas que, se a bola não tem ido de encontro à perna de Adriano, o campeonato teria ficado perdido ali, submerso naquele lençol de água, com um ar de fatalidade quase natural.
Pelo que, meus amigos: se querem ser campeões para a semana, mudem de atitude radicalmente, desliguem os telemóveis aos vossos agentes daqui até domingo, respeitem a multidão que vos tem acompanhado jogo após jogo e deixem-se de desculpas com a pressão ou outras coisas mais próprias de equipas de derrotados, que não é o caso. Se querem ser campeões, até aos 20 minutos têm de estar a ganhar por 2-0 ao Aves e depois não podem descansar no resultado.

Ano após ano, torci em vão pelo regresso do Leixões à I Divisão. Não apenas porque é do Porto (ou quase…), porque é um clube simpático e popular, porque tem uma massa de adeptos que merece o melhor, mas também porque o nome do Leixões faz parte integrante das minhas memórias de infância e juventude. 19 anos depois, ei-lo de volta e eu só desejo que para muitos e bons anos.
Também o Vitória de Guimarães faz parte das minhas boas memórias futebolísticas de sempre e, por isso, foi também por ele que eu torci este ano. E o Vitória de Guimarães, com uma falange de adeptos de uma dedicação e militância raras, bem merece também este regresso aos grandes. Não só pelos adeptos, mas também por uma outra razão: a dignidade com que encarou a sua descida impensável ao escalão secundário.
E vale a pena, a propósito, comparar a atitude do Guimarães com a do Gil Vicente. O Guimarães desceu, sem um protesto, sem uma desculpa esfarrapada, com a consciência de que a descida fora merecida e de que só havia um caminho: trabalhar para um regresso tão rápido quanto possível. Trabalhou e acreditou até ao fim e teve a justa compensação.
Agora, o Gil Vicente? O Gil Vicente quis transformar uma batota desportiva numa vitória de secretaria. Acicatado por um presidente populista, que os sócios transportavam aos ombros como herói, embalado nos malabarismos jurídicos de uma ilustre equipa de causídicos, o Gil convenceu-se que, mais depressa parava o futebol em Portugal do que órgão algum os obrigava a jogar na Honra.
A arrogância e a cegueira litigante, sem qualquer traço de razão desportiva, foram tão grandes, que o presidente do clube nem recuou perante a irresponsabilidade de mandar a equipa faltar aos três primeiros jogos da Liga de Honra, só cedendo quando o treinador e os jogadores lhe fizeram ver que, a partir daí, iam todos para o desemprego.
Resultado: o Gil perdeu logo de entrada a possibilidade de lutar pela subida em pé de igualdade com Leixões e Guimarães, por exemplo; o futuro financeiro e desportivo do clube é negro; o presidente-herói pôs-se ao fresco; e só os advogados parece que continuam a litigar — agora para que as faltas de comparência voluntárias não contem como tal, ao abrigo da interpretação adequada do parágrafo X, do artigo Y, da lei Z. E a verdade é esta: se, no final de tudo, o Gil for desaparecendo aos poucos, ninguém verterá uma lágrima por ele.

PS — O Conselho de Justiça, presidido por aquele ilustre magistrado que achou mais importante uma partida de bridge com os amigos do que dar uma sentença desportiva em tempo útil, concluiu (ainda na sentença do caso Quaresma), que «Ricardo Quaresma não tem registo de serviços relevantes prestados ao futebol português». A gente lê isto e fica sem saber se é de rir com a ignorância demonstrada, se é de ficar chocado com a pesporrência exibida. Mas há uma coisa que eu reafirmo, e ao contrário da opinião dominante: se eu mandasse, dispensava todos os ilustres juristas do futebol. A eles, sim, é que não consigo encontrar-lhes sinal de qualquer serviço relevante prestado ao futebol português."

A Bola - 15/05/2007

terça-feira, maio 15, 2007

Um Exemplo de Competitividade

A 29.ª jornada não definiu qualquer lugar relevante da tabela classificativa: campeão, vice-campeão (com entrada directa na Liga dos Campeões), sexto posto (dá acesso à Taça UEFA) e despromovidos.
À entrada para a última jornada, os candidatos ao título, Porto, Sporting e Benfica, mostram-se separados por apenas dois pontos.
O sexto lugar, que dá acesso à Taça UEFA, continua em aberto, acessível a três candidatos: Paços de Ferreira, U. Leiria e Nacional da Madeira.
O Paços de Ferreira tem 41, o U. Leiria 40 e o Nacional 38 pontos.
Beira Mar e Aves, com 22 pontos, e V. Setúbal, com 21 pontos, discutem entre si a permanência na Liga Bwin.
Tudo conjugado, cumpre concluir estarmos na presença de um dos mais emotivos campeonatos europeus.
Nas restantes ligas europeias, só a espanhola, holandesa e checa terão sido tão ou mais disputadas.
A quatro jornadas do fim, a liga espanhola segue ao rubro.
O Real Madrid assomou, este fim-de-semana, à liderança, ainda que em igualdade pontual com o Barcelona, que perdeu terreno ao empatar com o Bétis, 1-1, em Nou Camp.
Logo atrás seguem o Sevilha e Valência, a dois e quatro pontos dos líderes, respectivamente.
Na Holanda, o PSV conquistou o título na última jornada, ao vencer o campeonato por um golo de diferença do Ajax.
O Ajax era campeão ao intervalo, mas a goleada do PSV imposta ao Vitesse (5-1), deu o título à equipa de Eindhoven.
À entrada para a última jornada, o PSV, o Ajax e o AZ estavam empatados na classificação geral, sendo que a equipa de Alkmar se apresentava como a grande favorita à conquista do título, pois dispunha de vantagem no confronto directo com os seus adversários.
Contudo, acabou por ser derrotada por 3-2, no terreno do Excelsior.
Apresentando similar competitividade apenas o campeonato checo onde faltam duas jornadas para o final e ainda há quatro candidatos ao título.
Sparta Praga, Boleslav, Liberec e Slavia Praga estão separados apenas por três pontos, com o primeiro e o terceiro classificados com um jogo em atraso.
Na Alemanha, a reviravolta deu-se a duas jornadas do fim, com o Estugarda a assumir a liderança em detrimento do Schalke 04.
O Estugarda entra para a última jornada com três pontos de avanço e basta-lhe um empate para se sagrar campeão alemão, numa luta a dois, 15 anos após o seu último título.
Em França, Itália e Inglaterra, já se conhecem os respectivos campeões, título que alcançaram de uma forma razoavelmente tranquila.
Em França, assistiu-se a mais um passeio triunfal do Lyon, que conquistou o hexa.
Em Itália, após o escândalo que abalou o calcio na época transacta, o Inter de Milão não conheceu dificuldades em alcançar o título, tamanha foi a vantagem que granjeou para o segundo classificado Roma.
Em Inglaterra, o Manchester United averbou o seu 16º título e impediu que Mourinho conquistasse o tri-campeonato.
Manchester United terminou o campeonato com mais cinco pontos que o Chelsea, dando-se ao luxo de perder na última jornada frente ao West Ham.

segunda-feira, maio 14, 2007

As contas das decisões

As contas do Título

No total existem 27 combinações possíveis de resultados - 17 diferentes combinações que dão a vitória ao Porto, 8 ao Sporting e apenas 2 ao Benfica.
Assim, o Porto apresenta 63 % de probabilidades de ser campeão, o Sporting 30% e o Benfica 7%.

Porto

É campeão se ganhar ao Desportivo das Aves
É campeão se empatar e o Sporting não ganhar ao Belenenses
É campeão se perder, o Sporting também perder e o Benfica não ganhar à Académica

Sporting

É campeão se ganhar e o F.C. Porto não vencer.
É campeão se empatar, o F.C. Porto perder e o Benfica não ganhar.

Benfica

É campeão se ganhar, o F.C. Porto perder e o Sporting não ganhar.

As contas da UEFA - 6ºLugar -

O sexto lugar, que dá acesso à Taça UEFA, continua em aberto, acessível a três candidatos: Paços de Ferreira, U. Leiria e Nacional da Madeira.

O Paços de Ferreira tem 41, a U. Leiria 40 e o Nacional 38 pontos.

Entre Paços de Ferreira e U. Leiria a vantagem é dos leirienses. As duas equipas empataram a zero, mas os leirienses têm melhor diferença de golos.

O Nacional da Madeira tem vantagem sobre os dois adversários directos e também num eventual campeonato a três, se ficarem todos com 41 pontos.

As contas da Descida

Beira Mar, V. Setúbal e Aves discutem entre si a permanência na Liga Bwin.

Se o campeonato tivesse terminado este domingo, V. Setúbal e Beira Mar desceriam.

Os sadinos são últimos com 21 pontos e para se salvarem terão sempre de ganhar na última jornada, na Figueira da Foz, e esperar que os outros dois não vençam.

O Aves tem vantagem sobre o Beira Mar caso as duas equipas terminem empatadas.

Em caso de empate entre os três, a 22 pontos, a vantagem é do Beira Mar.

Liga dos Astros

A Classificação Geral da Liga dos Astros é a seguinte:

1º Lugar: Joker Alho - 1642 pontos;

2º Lugar: Caça Lagartos/Suçuarana - 1637 pontos;

3º Lugar: Kubas4EverTeam - 1606 pontos;

4º Lugar: Eagles - 1596 pontos;

5º Lugar: Caixa Campus - 1492 pontos;

6º Lugar: Cruzados - 1398 pontos;

7º Lugar: Afinal estou Vivo - 1168 pontos;

8º Lugar: Nª Sr.ª do Caravagio - 748 pontos;

9º Lugar: Santy Thunder Team - 389 pontos;

10º Lugar: Caixa Blogus - 212 pontos;

Espaço Prof. Karamba

A classificação geral do Espaço Prof. Karamba é a seguinte:

1º Lugar: Cavungi – 750 pontos;

2º Lugar: Zex - 680 pontos;

3º Lugar: Carlos - 675 pontos;

4º Lugar: Jorge Mínimo – 645 pontos;

5º Lugar: Fura-Redes - 620 pontos;

6º Lugar: Kubas - 605 pontos;

7º Lugar: Vermelho - 560 pontos;

8º Lugar: Vermelho Sempre - 540 pontos;

9º Lugar: Vermelho Nunca – 520 pontos;

10º Lugar: Sócio - 470 pontos;

11º Lugar: Samsalameh – 450 pontos;

12º Lugar: Holtreman - 430 pontos;

13º Lugar: Estar Vivo é o Contrário de Estar Morto – 420 pontos;

14º Lugar: Petit - 330 pontos;

15º Lugar: Costa - 315 pontos;

16º Lugar: Francisco Lázaro - 165 pontos;

17º Lugar: Salvatrucha - 140 pontos;

18º Lugar: Drácula - 130 pontos;

19º Lugar: Lion Heart – 125 pontos;

20º Lugar: Braguilha - 100 pontos;

21º Lugar: Jimmy Jump Reloaded - 20 pontos;

22º Lugar: Cuto - 10 pontos;

23º Lugar: Sh Cala-te - 5 pontos;

Breve análise à Jornada

A 29.ª jornada não definiu qualquer lugar relevante da tabela classificativa: campeão, vice-campeão (com entrada directa na Liga dos Campeões), sexto posto (dá acesso à Taça UEFA) e despromovidos (com excepção da Académica que viu a sua permanência matematicamente confirmada).
Como bons portugueses, postergámos as decisões para o último dia do prazo.
O Porto tremeu em Paços de Ferreira, chegando mesmo a perder a liderança do campeonato durante cerca de uma hora.
Sporting e Benfica venceram os seus jogos e aproximaram-se da liderança, distando agora o Sporting apenas um ponto do Porto e o Benfica dois.
Ou seja, não obstante o maior favoritismo do Porto, que depende exclusivamente de si, os dois grandes lisboetas ainda almejam o título.
O Benfica derrotou o Setúbal por 0-1.
Num mau jogo de futebol, o Benfica venceu sem grandes dificuldades um Setúbal, que agoniza no último lugar.
Sempre em ritmo muito lento, o Benfica controlou a partida do princípio ao fim.
Pese embora este domínio, o Benfica conheceu algumas dificuldades na sua materialização.
Derlei esteve desastrado na finalização e só à sua conta desperdiçou três boas chances de inaugurar o marcador.
O único golo da partida foi apontado aos 79 minutos e da autoria de Miccoli.
O italiano tirou Janício do caminho e disparou forte para o fundo da baliza à guarda do sérvio Milojevic.
Décimo golo de Miccoli no campeonato, quinto nos últimos quatro jogos, selando o vigésimo jogo do Benfica sem perder.
Esta vitória permite-lhe fantasiar com o título, sendo certo que apenas uma conjugação altamente improvável de resultados lhe possibilita a sua concretização.
Terá que vencer a Académica na última jornada e esperar que o Porto perca com o Aves e o Sporting empate com o Belenenses.
Por seu turno, o Setúbal tem a permanência à distância de uma vitória na Figueira da Foz, desde que Aves e Beira-Mar não vençam os seus encontros.
Na Mata Real, o Paços de Ferreira conseguiu travar as aspirações do líder, impondo uma igualdade a uma bola.
Apesar das dificuldades, o Porto deu mais um passo em frente para o bicampeonato.
O Porto sentiu imensos problemas em controlar emocionalmente a partida e a intranquilidade dos seus jogadores foi por demais evidente.
Ainda assim, entrou melhor na partida.
Na sequência de um lance polémico dentro da área entre Paulo Assunção e João Paulo em que pareceu existir motivo para grande penalidade, Lucho, em posição frontal, rematou ao poste direito da baliza de Peçanha.
Todavia, praticamente na resposta, o Paços marcou. Na cobrança de um livre, Antunes fez jus aos seus dotes e desfeiteou Hélton.
Em desvantagem, o Porto estava virtualmente no segundo lugar.
Frente a um Paços determinado e insubmisso, o Porto nunca conseguiu verdadeiramente assenhorear-se do controlo do encontro.
Jogou sempre mais com o coração do que com a razão e as oportunidades de golo foram um bem raro e escasso.
Aproveitando o excelente momento de forma de Bosingwa, o Porto canalizou grande parte do seu processo ofensivo pelo lado direito e foi por aí que criou mais perigo.
Hélder Postiga atirou ao poste após cruzamento de Quaresma da esquerda naquela que foi a melhor ocasião de golo dos portistas.
Aos 76 minutos, na sequência de uma bola parada, o Porto chegou à igualdade.
Canto da esquerda, confusão na área pacense e a bola a entrar na baliza de Peçanha, após "alívio" de Mangualde que embateu em Adriano.
Um golo em carambola que pode vir a dar o título ao Porto.
No final, uma sensação de conforto perpassava pelos adeptos portistas, já que com este resultado o Porto continua a depender apenas de si para chegar ao bicampeonato.
Em Coimbra, o Sporting venceu a Académica por 2-0.
Os golos foram marcados a abrir e a fechar o jogo: Liedson aos 4 minutos e João Moutinho aos 89.
A equipa de Paulo Bento iniciou o jogo da forma que lhe tem sido habitual nas últimas semanas, isto é, marcando.
Aos 4 minutos, Liedson inaugurou o marcador, concluindo uma iniciativa de Nani pela esquerda, que Medeiros não soube conjurar devidamente.
Logo de seguida, Pedro Roma derrubou Liedson no interior da área e o Sporting beneficiou de uma grande penalidade.
Todavia, Liedson permitiu a defesa de Pedro Roma, desperdiçando, assim, a oportunidade de "matar" o jogo.
A Académica esboçou então uma reacção e esteve perto do empate em dois momentos: Lino, no final da primeira parte, e Dame N´Doye, no início da segunda, acertaram na trave da baliza de Ricardo.
No entretanto, ainda no primeiro tempo, Lucílio Baptista não assinalou, como devia, penalty, num lance em que Liedson derrubou Miguel Pedro no interior da área leonina.
Manuel Machado voltou a incorrer no erro de utilizar três centrais em jogos contra o Sporting.
Havia sido assim nas partidas para o campeonato e taça disputadas em Alvalade, com os resultados conhecidos, mas tal não demoveu Machado de recorrer, de novo, aquele sistema táctico.
Errar é humano, não aprender com os erros é estupidez.
A par desta incongruência táctica, Machado prescindiu de Dame no onze inicial, uma decisão tão incompreensível quanto asnática.
Quando colocou em campo a sua melhor equipa, estruturada no sistema que lhe é próprio, a Briosa tomou conta da partida.
Machado começou com três centrais e terminou com três pontas de lança o que diz bem do seu desvario táctico.
Pelo meio e enquanto alinhou em 4x4x2, a Académica dominou o encontro.
Apenas nos últimos vinte minutos, o Sporting voltou a criar situações de golo.
Tello ameaçou na sequência de um livre directo e João Moutinho, após passe de Nani, selou o triunfo leonino.
O Sporting continua na liça, necessitando agora de novo empate do Porto na última jornada para se sagrar campeão, assim triunfe frente ao Belenenses.
A Académica, mesmo sem somar qualquer ponto, garantiu a permanência na Liga Bwin.

quinta-feira, maio 10, 2007

Antevisão da Jornada

Esta semana, a generalidade da comunicação social tem falado no jogo do título por referência ao Paços de Ferreira x Porto.
Contudo, apenas se conhecerá já, esta semana, o vencedor do campeonato caso o Porto faça mais pontos do que o Sporting.
Os três grandes actuam na condição de visitados e enfrentam partidas de grau de dificuldade médio-alto.
O Porto desloca-se a Paços de Ferreira naquele que será o desafio mais trabalhoso e intrincado dos que envolvem os três grandes.
Enquanto visitado, o Paços apenas conheceu a derrota frente ao Belenenses, tendo averbado empates com Benfica e Sporting.
A Mata Real tem sido fortaleza inexpugnável para a generalidade dos adversários.
Na luta por um lugar europeu, o Paços será um conjunto fiel aos seus princípios de jogo, que actuará olhos nos olhos com o Porto, sem tibiezas, nunca se encolhendo e procurando dar sentido ofensivo ao seu futebol.
Organização, sistematização e leitura perfeita das circunstâncias do jogo deverão ser a matriz essencial do modelo de jogo pacense.
Defenderá quando a tal for forçado, mas não deixará de se estender no terreno quando puder, ancorado num fortíssimo sentido colectivo, emprestando coerência e consistência ao processo defensivo e ofensivo.
Apenas uma equipa que assenta no primado do colectivo poderia passar incólume à saída de 4 unidades nucleares – Ronny, Didi, Dani e Fredy.
O Paços é uma equipa singular no contexto do futebol português – encara cada jogo e cada adversário sempre da mesma forma, sem abdicar da sua identidade.
O Paços é a equipa mais proletária e mais socialista da Liga Bwin – corre, luta e sua sempre em prol de um ideal comum, sobrepondo o colectivo ao individualismo.
Pedro, Primo, Ricardinho e Phil Jackson continuam lesionados e nenhum deles vai recuperar a tempo de defrontar o Porto. Ao contrário de Mangualde e Antunes, que regressam após castigo.
No Porto, com os regressos de Quaresma e Bruno Alves, sobram duas interrogações: manterá Jesualdo o 4x4x2 em losango e a identidade dos substituídos.
O 4x4x2 em losango permite a Anderson dispor de total liberdade para pensar o momento ofensivo portista, ao passo que o 4x3x3 lhe impõe a execução de tarefas defensivas para as quais não conhece vocação, nem disponibilidade física.
Por seu turno, o 4x3x3 favorece Quaresma porque lhe possibilita jogar na ala, ao contrário do 4x4x2 em losango que o “obriga” a actuar em zonas mais interiores, mais próximo do ponta de lança.
Perante este dilema, penso que Jesualdo optará pelo 4x3x3 quer por ser o sistema em que a equipa está mais rotinada, quer por ser aquele que mais se identifica com o do Paços.
Em 4x3x3, Jesualdo poderá libertar mais Anderson se colocar Lucho e Assunção como pivots defensivos.
Garantirá consistência defensiva sem cercear a “genialidade” de Anderson.
Se introduzir esta cambiante, transformando o 4x3x3 num 4x2x1x3, Jesualdo alcançará o equilíbrio.
Jogo de prognóstico reservado, com favoritismo repartido por ambas as formações.

Em Coimbra, a Académica recebe o Sporting.
A três pontos da liderança e dispondo de vantagem no confronto directo, o Sporting não desarma e até encontra razões históricas para tamanha esperança.
Corria a época de 1979/80 e num campeonato que também contemplava 16 equipas, o Porto estava na liderança e parecia próximo do “tri”, mas um empate com o Varzim, aliado a uma vitória do Sporting sobre o Beira-Mar, guindou os leões ao topo da tabela na antepenúltima jornada.
O Sporting venceria depois em Guimarães graças ao polémico autogolo do ex-leão Manaca, comemorando o título na última jornada com o Leiria.
Paulo Bento deverá apresentar o mesmo onze que defrontou e derrotou o Setúbal, pese embora a recuperação de Alecsandro.
Ainda sem ter alcançado matematicamente a permanência na Liga Bwin, a Académica encarará esta partida como uma final.
Sem poder contar com Pitbull e Vítor Vinha, lesionados, Machado não deverá apresentar uma equipa muito diferente daquela que
empatou na Madeira.
Assim, Pedro Roma, Sarmento Litos, Káká, Lino, Paulo Sérgio, Alexandre, Brum, Filipe Teixeira, Dame e Joeano deverão ser os eleitos, não sendo, contudo, de excluir que Machado apresente a sua já habitual surpresa.
Machado estruturará a sua equipa num 4x4x2 em losango, procurando “encaixar” no Sporting.
Temo que a Briosa apresente dificuldades no processo ofensivo, mormente na
transição, às quais não serão alheias a opção por um tridente de médios
defensivos, garantes do equilíbrio defensivo, mas deficitários na capacidade
de construção.
A Académica assumirá uma postura de contenção, ancorando o processo ofensivo num futebol mais directo, de transições rápidas e de contra-ataque, o que lhe permitirá atenuar os problemas assinalados.
O processo ofensivo viverá quase em exclusivo da maior ou menor inspiração de
Filipe Teixeira, Dame e Lino.
As bolas paradas, mormente as sobre a direita em benefício do pé esquerdo de Lino, serão outro dos trunfos ofensivos da Briosa.
Jogo de prognóstico favorável ao Sporting.

O Benfica desloca-se a Setúbal para defrontar um agonizante Vitória.
Desesperado por pontos, o Vitória fará deste um jogo de vida ou de morte.
Diga-se em abono da verdade, que um resultado que não passe pela obtenção de pontos deve ditar a despromoção do Vitória.
Todavia, o histórico dos confrontos entre Benfica e Vitória é largamente favorável aos encarnados, que em 58 jogos disputados no Estádio do Bonfim, venceram 31 partidas, empataram 14 e perderam apenas 13.
Superioridade esta que tem vindo a acentuar-se, pois que a última derrota do Benfica remonta à época de 1998/99 (desde então o Benfica averbou quatro vitórias e um empate).
Com Luisão, Nuno Gomes e Simão lesionados, mas com Anderson de regresso, Fernando Santos deverá introduzir algumas alterações na equipa.
Anderson deve emparceirar com David Luiz no eixo da defesa, o que implicará o retorno de Katsouranis ao meio-campo e o adiantamento de Derlei para a frente de ataque com a consequente saída de Manú do onze titular.
Deste modo, o Benfica deverá apresentar-se estruturado no habitual 4x4x2 em losango com Quim, Nelson, Anderson, David Luiz e Leo, Petit, Katsouranis, Karagounis e Rui Costa, Miccoli e Derlei.
Jogo de prognóstico favorável ao Benfica.

Revista da Imprensa Desportiva

Gato Fedorento - Tesourinhos Deprimentes - Olegário Benquerença

Ninguém sabia que Olegário Benquerença também era cantor, tocava acordeão e era familiar de Quim Barreiros. Não se sabia, mas os «Gato Fedorento» fizeram questão de o divulgar.
O árbitro participou no programa «Cuidado com as imitações», em que foi convidado devido à sua afinidade familiar com Quim Barreiros, de quem é primo.

terça-feira, maio 08, 2007

A Verdade da Mentira - Parte II

O presente post trata-se da reprodução de um artigo publicado no Blog "BnR B", o qual versa sobre a forma como se procedeu à alienação do património imobiliário não desportivo pelo Sporting, mormente no que tange à intervenção de Amadeu Lima de Carvalho em todo o processo:

"Comecemos pelo comunicado de 29 de Março que tenta dissociar o Sporting de qualquer relação com Amadeu Lima de Carvalho esse incompreendido responsável pelo fecho de uma universidade;

29-03-2007 COMUNICADO DO CONSELHO DIRECTIVO

Tendo em conta alguns pedidos de informação chegados ao Sporting Clube de Portugal durante o dia 29 de Março de 2007 relativos à intervenção do sr. Amadeu Lima de Carvalho na operação de venda do património não desportivo deste Clube esclarece-se o seguinte:
1. O património não desportivo foi adquirido pela Sociedade SILCOGE - Sociedade Construtora de Obras Gerais , S.A. conforme consta da escritura pública respectiva;
2. Nesta operação de compra e venda interveio como mediadora imobiliária a Sociedade SILFIDUCIA - Sociedade de Mediação Imobiliária , Lda que contou com a colaboração, na qualidade de consultor de gestão financeira e desenvolvimento de estudos de mercado, da Sociedade Dignidade e Firmeza, Unipessoal, Lda representada pela mulher do sr. Amadeu Lima de Carvalho;
3. Como contrapartida da intervenção na operação em causa das duas entidades referidas no número anterior, foram pagos os honorários contratualmente acordados no valor global de um 1 809 459 mil euros que correspondem a 3,55% sobre o valor de venda de 50 972 944 euros;
4. Uma parte dos referidos honorários, equivalente a oitocentos mil euros foi pago através da entrega de quatrocentas mil acções da Sporting Sociedade Desportiva de Futebol, SAD;
5. Todos os valores e elementos supra mencionados constam dos documentos mediante os quais a operação foi concretizada;
6. Para além da sua condição de sócio e da titularidade de um camarote no Estádio José Alvalade, ajustado no momento da realização da operação, nenhuma outra ligação existe entre o Grupo Sporting e o sr. Amadeu Lima de Carvalho;
Lisboa, 29 de Março de 2007
Sporting Clube de Portugal
O Conselho Directivo"

Pretende-se com este comunicado esclarecer a intervenção, no negócio da venda do património imobiliário não desportivo do Sporting, do Sr. Amadeu Lima de Carvalho, que ganhou notoriedade pelo seu envolvimento no escândalo da Universidade Independente, estando actualmente preso preventivamente no âmbito de um inquérito criminal sobre o assunto.
Trata-se de uma peça que, por errónea e incompleta, traduz um certo insulto à inteligência dos destinatários. Mas trata-se, afinal, de mais um exemplo da convicção, que parece ter-se instalado em Alvalade, de que, sobre um assunto mais nebuloso, basta regurgitar qualquer arremedo de explicação, que o vulgo sportinguista tudo engolirá com lauto prazer. E se calhar com razão, porque o mesmo tipo de estratégia conduziu há um ano a uma votação maciça nestes dirigentes.
Pois, pelo menos desta vez, os caros leitores vão saber coisas que o comunicado "incomunicou", e daí cada um poderá partir para a sua própria reflexão:

A pretexto de explicação sobre a intervenção do dito indivíduo na venda do imobiliário, informa-se que, no âmbito desse negócio, o Sporting pagou a duas empresas a quantia de 1.809.459,00€, correspondentes a 3,55% do valor total da venda (diga-se desde já que se trata de um valor superior aos corriqueiros 3%, mas que não pode ser considerado exorbitante num negócio desta natureza). Interessante seria também saber se este valor incluía IVA (se não, há que somar-lhe cerca de 380 mil euros). Mas adiante.

E o dinheiro serviu para pagar o quê? Pois bem, à “Silfiducia”, os serviços de mediação imobiliária que terá prestado; à “Dignidade & Firmeza”, os serviços de consultoria de gestão financeira e desenvolvimento de estudos de mercado. Infelizmente o comunicado não esclareceu a concreta repartição da verba entre as duas sociedades.

Mas comecemos pela primeira. A “Silfiducia” é uma conhecida empresa de mediação imobiliária. Mas como pertence ao mesmo grupo que a “Silcoge”, que juntamente com o Deutsche Bank adquiriu o património, fica por saber que raio de serviços de mediação terá prestado, para mais num negócio tão antecipada e prolongadamente apregoado. É um pouco como eu comprar um apartamento directamente a um particular, mas como sou dono de uma imobiliária, aproveitar para lhe cobrar comissão. Adiante, uma vez mais.

Vamos então deter-nos nos pomposamente designados serviços de “consultoria de gestão financeira e desenvolvimento de estudos de mercado” que justificaram a maquia que a “Dignidade & Firmeza”, da esposa do Sr. Amadeu Augusto Lima de Carvalho, veio a embolsar.

“Dignidade & Firmeza”? Que nome estranho é este? Será o resultado de um peculiar sentido de humor, atentos os desenvolvimentos recentes do caso UnI? Será apenas uma designação muito foleira, a fazer lembrar um estabelecimento comercial dos anos 50?
Não, meus amigos. “Dignidade & Firmeza” era uma das designações pré-aprovadas para a constituição das chamadas “Empresas na Hora”, aquelas em que basta aparecer na Conservatória e perder uns minutinhos, para saír de lá com uma sociedade constituída.

Pois o caso é mesmo esse. A “Dignidade & Firmeza - Unipessoal, Lda. ” foi constituída, através do processo “na hora”, no passado dia 19 de Dezembro de 2006. Tem a forma de sociedade unipessoal por quotas, com o capital social de 5.000,00€, e é sua sócia única a Sra. D. Maria Luísa Barros dos Santos Carvalho, casada com o Sr. Amadeu Augusto Lima de Carvalho, tendo aquela ficado desde logo nomeada gerente. O seu objecto social consiste, como não podia deixar de ser, em “consultoria de gestão financeira e estudos de mercado, no sector imobiliário”.

A sede da sociedade situa-se em Lisboa, na Av. das Forças Armadas, 4, 7º F, a mesma morada da residência do casal e do domicílio profissional do Sr. Amadeu Augusto Lima de Carvalho.

Afortunada empresa, a da Sra. D. Maria Luísa Barros dos Santos Carvalho. Modestamente nascida com o capital social mínimo exigido por lei, adoptando uma estrutura jurídica própria das microempresas, com uns estatutos cuja minuta se pode descarregar da net, e sem possuir sequer instalações próprias, logo que foi constituída teve ocasião de prestar os seus reputados serviços de consultoria no mais mediático negócio imobiliário do ano.

Logo que foi constituída? Reformulo: antes mesmo de se constituir. É que a proposta da Silcoge/Deutsche Bank foi aprovada numa sessão do Conselho Leonino que teve lugar no dia 16 de Novembro de 2006, ou seja, mais de um mês antes de a "Dignidade & Firmeza" sequer existir.
É caso para dizer que a jovem empresa fez jus à oportunidade, porque o seu sucesso foi precoce, meteórico e retumbante. Tanto consultou, tanto estudou, que mais de um mês antes de estar constituída já havia colaborado na obtenção de uma proposta de compra firme, e logo em 15 de Janeiro de 2007, menos de um mês depois de entrar em actividade, conseguiu que se realizasse a escritura pública de compra e venda daquele mega-negócio, no valor de 50.972.944,00€.

Está assim finalmente esclarecida a intervenção do Sr. Amadeu Augusto Lima de Carvalho no negócio. Não foi nenhuma. Não passava, afinal, do consorte de uma recente mas promissora consultora imobiliária, ao comando de uma pequena mas auspiciosa empresa.

Veremos agora se a nova gerência da empresa conseguirá manter tão virtuoso rumo. Sim, porque no passado dia 7 de Março de 2007 a Sra. D. Maria Luísa Barros dos Santos Carvalho deixou mais pobre o mundo da consultoria de gestão financeira e estudos de mercado, sendo - agora sim - substituída na gerência da “Dignidade & Firmeza” pelo nosso conhecido Sr.... Amadeu Augusto Lima de Carvalho (aqui) , que entre consultoria, advocacia, reuniões da SIDES, viagens a Angola e agora prisão preventiva, é capaz de ficar com pouco tempo para usufruir do camarote que passou a deter no Estádio José Alvalade.

A que título recebeu este camarote? Não terá sido certamente no âmbito do negócio, uma vez que nenhuma intervenção teve nele. Quiçá tenha sido a Sra. D. Maria Luísa Barros dos Santos Carvalho quem lho ofereceu.
Por fim, é de notar que, do valor total, 800 mil euros terão sido pagos mediante a entrega de 400 mil acções da Sporting SAD, tendo por base um valor unitário de 2 euros. O curioso é que nos últimos seis meses a cotação das acções nunca caiu abaixo dos 2,52€ (confirmar aqui), e que nos primeiros dias de 2007, por altura da conclusão do negócio, andaram permanentemente acima dos 2,65€ (confirmar aqui)
Neste último link pode verificar-se que, a 15 de Janeiro de 2007, data da outorga da escritura, as acções da Sporting SAD valiam 2,68€. Ou seja, admitindo que o Sr. Amadeu Augusto Lima de Carvalho as tenha recebido nessa data (ou antes, a Sra. D. Maria Luísa Barros dos Santos Carvalho, porque ele não teve nada a ver com o assunto), as 400 mil acções valiam então 1.072.000,00€. Acima dos 800 mil que se destinavam a pagar, mas coisa pouca, apenas uns frugais 272 mil euros, pequenita mais-valia instantânea de 34%.
Ficaram os esclarecimentos ao "esclarecimento"."

Liga dos Astros

Recordo que só serão admitidos a participar em cada jornada, os condóminos que apresentem a sua equipa sem recurso às tão criticadas remissões para as equipas apresentadas nas semanas anteriores.
As equipas apresentadas por remissão ter-se-ão por não escritas, não sendo consideradas.
Boa Sorte!

Espaço Prof. Karamba

Os jogos sujeitos a aposta esta semana são os seguintes:

P. Ferreira - F.C. Porto

Boavista - Sp. Braga

Belenenses - Marítimo

Académica - Sporting

V. Setúbal - Benfica

Nestas duas últimas jornadas, por forma a salvaguardar a integridade da "competição", os palpites devem ser enviados para o meu e-mail até às 12h00 da próxima sexta-feira, após o que serão publicados.

segunda-feira, maio 07, 2007

Reflexões em Torno da Verdade da Mentira

O director clínico do Benfica, João Paulo Almeida, admitiu, na sexta-feira,
que o departamento que chefia prestou uma informação incorrecta sobre a
lesão de Simão por forma a satisfazer uma solicitação do futebolista.
O Benfica manteve como válida a informação segundo a qual Simão sofria de
uma tendinite, mesmo depois de os exames revelarem a existência de uma lesão
meniscal, tendo João Paulo Almeida explicado que a decisão de não a corrigir
teve como objectivo "evitar especulações".
É evidente que o sigilo é imperativo legal e ético a que os médicos estão
obrigados no exercício da sua profissão.
Mas se assim é, também não é menos verdade que perante o mediatismo do
fenómeno futebol seria, de todo em todo, impossível manter reservada a
informação que se pretendia ocultar.
Simão, por certo, que não o ignorava, os responsáveis clínicos do Benfica
também não e os responsáveis pelo departamento de comunicação muito menos.
Deste modo, apenas por estultícia ou incompetência se justifica o modo como
o departamento médico do Benfica agiu.
Nem sequer a confidencialidade que almejavam lograram.
Mentir ainda que acabe por corresponder à ocultação do verdadeiro estado clínico de Simão não pode nunca confundir-se com reserva.
Reserva é silêncio, não é, nem pode ser falsidade.
Por outro lado, sonegar informação pública no sentido da preservação da
privacidade e da reserva da intimidade de um cidadão seria um procedimento
legítimo.
Todavia, a situação clínica de Simão não é um facto privado.
Simão é um cidadão com uma exposição mediática fortíssima, por via da qual a
sua privacidade e intimidade sofrem compressões assinaláveis.
Restrições essas que impõe um tratamento público de muitas questões que,
normalmente, seriam privadas.
Esta é, precisamente, uma das que se inclui nesse rol.
Divulgar informação fidedigna sobre a lesão que apoquentava Simão e as
possibilidades terapêuticas que se colocavam para a sua superação, era um
imperativo de consciência!
Reagir tempestivamente igualmente.
A partir do momento em que a comunicação social divulgou a notícia da operação, impunha-se uma reacção imediata, pronta e esclarecedora.
Pelo contrário, deixou-se cozinhar em lume brando o caldo da especulação que se pretendia evitar.
Mas, se se pretendia salvaguardar o conhecimento pelo público da situação
clínica do jogador, que se optasse pelo silêncio.
Seria um mal menor!
Faltar à verdade, nunca!
Até porque assim apenas se conseguiram descredibilizar.
Qualquer um dos outros propósitos que se visava alcançar surgiram
frustrados.
Descredibilizaram-se enquanto homens, pondo em causa a sua seriedade e a sua
competência.
Firmaram documentos nos quais veicularam conscientemente informações
erróneas.
O departamento médico feriu de morte o boletim clínico que subscreve.
Agora, parece que em vez de actualizações diárias do estado de saúde dos jogadores passaremos a ter apenas dois comunicados por semana.
Não vejo qualquer utilidade nesta medida, a não ser diminuir-se a possibilidade de lançarem falsidades na praça pública.
Qualquer informação saída do departamento médico do Benfica necessita, doravante, de ser auditada para ser credível.
Ao invés de terem optado por diminuir a frequência da comunicação, o Benfica devia ter contratado os serviços de uma qualquer empresa que certificasse a fidedignidade da informação prestada, através da aposição de uma chancela com algo de semelhante a isto “Acreditem, desta vez é verdade”…
Contudo, esta infeliz situação deixou a nú algo igualmente grave.
A completa falta de organização que graça no Benfica.
A este propósito, Fernando Santos afirmou em conferência de imprensa que no
boletim clínico se consignava que o jogador padecia de uma entorse no
joelho.
João Paulo Almeida asseverou que, embora assim fosse, Santos conhecia a
verdadeira maleita de Simão.
Não faz sentido!
Se Santos sabia porque não o disse na conferência de imprensa realizada
antes do encontro com a Naval?!
Simão já tinha sido operado e essa versão ilibava-o de qualquer
responsabilidade.
Mas, mais.
Sabendo que essa versão seria trazida a público dias depois, ou seja,
sabendo que seria desmentido dias depois, Santos não anunciou a verdade da
mentira!
Porquê?
Das duas uma - ou Santos é masoquista ou está num processo de profundíssima
demência.
Ou seja, inexiste uma política de comunicação interna e externa
Inexiste qualquer comunicação entre departamentos e inexiste articulação na
intervenção pública dos diferentes departamentos - clínico, técnico e de
comunicação, no caso vertente - .
É minha convicção que Santos desconhecia por completo a situação clínica de
Simão.
Ou melhor, sabia tanto quanto nós, isto é, a mentira.
Se concatenarmos este episódio com um outro ocorrido este fim de semana, talvez
sejamos compelidos a concluir que Santos está completamente isolado no Benfica.
É que ninguém fala com o homem.
Na tal conferência de imprensa realizada antes do encontro com a Naval,
Santos deu a entender que Veiga estaria de regresso ao comando do futebol do
Benfica.
Foi mesmo ao ponto de afirmar estar a preparar a próxima em coordenação com
Veiga.
No Sábado, Luís Filipe Vieira desmentiu o retorno de Veiga e garantiu que
assumiria a gestão do departamento de futebol.
Várias hipóteses se colocam na tentativa de explicar o errante comportamento
de Santos.
1 - Santos leu no jornais que Veiga estaria de regresso e apressou-se a
referi-lo para que aquele sentisse o seu total apoio.
2- Santos pretendeu engrossar as fileiras do lobby pró-Veiga e fez a sua
própria promoção do antigo empresário.
Seja como for, resulta daqui que Santos desconhece, em absoluto, o
organigrama do departamento de futebol do Benfica para a próxima época e que
não iniciou, ainda, a preparação da temporada 2007-2008.
Mau, muito mau.
O cúmulo da desorganização ou um bom indicio no sentido da saída de Santos?
A resposta será conhecida em breve…