Análise à Jornada

No Sábado, o Benfica venceu a Naval por 2-1.
“Matou um borrego” ao quarto jogo disputado entre as duas equipas, mas não convenceu.
Longe disso.
Apesar de não poder contar com Simão, Nuno Gomes e Luisão, todos lesionados, e com Anderson castigado, Fernando Santos não abdicou do seu 4x4x2, em losango, colocando Derlei atrás de Manú e de Miccoli.
Mais do que a obstinação de Fernando Santos pelo 4x4x2 em losango, emergiram os erros de casting na escolha do onze.
Derlei nunca foi e agora não é de certeza um n.º 10 e Manú não é, nem nunca será capaz de jogar noutra posição que não junto à linha.
Ainda assim, o Benfica, apoiado na criatividade e mobilidade de Miccoli e na “vontade” de Rui Costa, Karagounis e Petit, assumiu sem dificuldade o controlo do jogo.
Sem surpresa e como decorrência natural da supremacia que evidenciava na partida, o Benfica chegou ao golo logo aos 11 minutos, na sequência de um excelente trabalho de Miccoli na esquerda. O italiano cruzou de forma perfeita e Petit só teve de encostar
Após o golo, o Benfica continuou a exercer domínio completo sobre a partida, encostando a Naval ao seu meio-campo.
Daí até ao intervalo, o encontro foi-se tornando enfadonho, até pelo ritmo cada vez mais lento a que ia sendo jogado.
No início da segunda parte, aos 49 minutos, a Naval podia ter empatado, mas Fajardo falhou.
Este lance se para mais não serviu teve, pelo menos, o condão de despertar o Benfica que acelerou um pouco e retomou o controlo da partida.
Aos 51 minutos, grande passe de Rui Costa a desmarcar Miccoli, o italiano endossou a bola para Manú que, sem dificuldade, encostou para o 2º golo benfiquista.
Contudo, o auxiliar invalidou mal o golo, assinalando um fora de jogo inexistente.
Poucos minutos volvidos, Karagounis, na direita, driblou dois adversários, cruzou atrasado para Derlei, que com a baliza completamente à sua mercê, atirou fraco, permitindo o corte de um defesa figueirense.
A partir deste lance, o Benfica foi diminuindo ainda mais a intensidade que emprestava às suas acções e a Naval começou a acreditar que seria possível acercar-se com perigo da área encarnada.
Após algumas ameaças, os figueirenses lograram mesmo o tento do empate.
Minuto 77, Lito começou a jogada no meio-campo, entrou pela direita e fez a «tabelinha» com Elivelton antes de empurrar a bola para o fundo da baliza de Quim.
Estava consumada a igualdade e o Estádio da Luz tornou-se um imenso mar de lenços brancos.
Todavia, aos 88 minutos, Miccoli resolveu.
Recebeu um passe de Paulo Jorge, rodou e rematou cruzado e colocado ao poste mais distante, batendo Taborda.
Vitória justa, mas exige-se bem mais a uma equipa como o Benfica.
No Dragão e em Alvalade, Porto e Sporting venceram os seus adversários sem contestação.
Não tive ocasião de ver os jogos, pelo que me abstenho de fazer mais comentários.
Nos restantes encontros da jornada, destaque para as vitórias do Braga, que lhe permitiu assegurar a qualificação para a Taça UEFA, do Leiria, que lhe permitiu garantir a Taça Intertoto, do Estrela, que lhe permitiu assegurar a permanência, e do Beira-Mar, que lhe permitiu sonhar com a manutenção.
Referência final para o empate da Briosa no Funchal, que se não permitiu garantir, desde já, a permanência, não deixou de constituir mais um precioso auxílio nessa árdua tarefa.