O Benfica deu pontapé na crise, entrando da melhor maneira na Liga dos Campeões. O triunfo diante do Hapoel é bálsamo para uma equipa que precisa, sobretudo, de paz e tranquilidade depois de um arranque em falso.
A arbitragem de Olegário Benquerença foi a gota que fez transbordar o copo na Luz. Os encarnados têm razão para se sentirem lesados, face às decisões do árbitro. Depois da participação no Mundial, o leiriense entrou pela porta grande, num dos jogos quentes da jornada. Recomendava-se um aquecimento, algo mais ligeiro, para começar.
Já a homenagem de que Benquerença foi alvo por parte da AF Porto foi, no mínimo, imprudente. Agora, depois do leite derramado, só adiante mesmo chorar. Nada mais há a fazer. O prejuízo está feito e já não pode ser reparado.
O Benfica disparou em várias frentes. Abriu várias frentes de batalha, dispersou atenções e acentuou a crispação em redor de uma equipa que tem vivido em sobressalto, agora que parece terminada a lua-de-mel em que se transformou a caminhada até à conquista do título, na época passada.
As águias podem reclamar isenção e igualdade de critérios. Podem lutar pela transparência do futebol. Têm esse direito, se sentirem lesadas e se, de facto, houver razões para desconfianças.
Mas é importante que resolvam os problemas internos. Enquanto não recuperarem a consistência defensiva, enquanto não voltarem a evidenciar a eficácia atacante, enquanto os adeptos continuarem a assobiar os próprios jogadores (Roberto, Cardozo…), enquanto se perderem bolas que resultem golos, os campeões nacionais ficarão mais expostos.
Antes de lançarem os trunfos contra inimigos externos, é conveniente que coloquem ordem na própria casa.
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