quarta-feira, setembro 29, 2010

Um grito na relva - Luís Freitas Lobo

Quando um jogador alterna tanto o seu nível exibicional, entre "a luz e a sombra", acaba quase sempre por ser a 'sombra' a dominar a ideia que se tem dele. Durante muito tempo, penso que foi esse 'lado lunar' mais forte que dominou a carreira (e o jogo) de Carlos Martins, um temperamental por natureza, um talento por vocação. Chegou a ser visto quase como um 'caso perdido'. O Sporting (Paulo Bento) desistiu mesmo dele.

O aproximar da idade da razão futebolística (que situo entre os 26/27 anos) deu-lhe outra visão sobre o mundo e o futebol. Carlos Martins continua, claro, temperamental (reclama furioso por uma falta a meio-campo da mesma forma que grita contra um penalti no último minuto), mas o seu talento tem hoje, em campo, uma estrada tática e emocional mais equilibrada. No Benfica, tem o problema tático de muitas vezes jogar descaído de mais para um flanco. Como o talento, porém, aparece sempre em qualquer cenário, seja na luz ou na sombra, durante o jogo só resta esperar vê-lo surgir no melhor local (e momento).

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