quarta-feira, setembro 22, 2010

Cheirinho a Benfica - José António Saraiva

No domingo, na primeira meia hora do dérbi da Luz, vislumbrou-se o Benfica da época passada. Mas não se iludam os benfiquistas: este Benfica nunca poderá ser o de há um ano, porque a “dinâmica” de Jesus exige um jogador que o clube não tem. Um jogador de grande classe do meio-campo para a frente, capaz de transportar a bola no pé, entrar na área, desnortear os adversários e criar espaços para os colegas. Um “abre-latas”.

É possível que Coentrão consiga fazer um pouco este papel. Mas Coentrão não tem o virtuosismo de Di María. E, por outro lado, César Peixoto não é Coentrão... O que torna esta ala esquerda muito mais fraca do que a anterior.

Mas o jogo com o Sporting mostrou algo que nunca se vira no ano passado: a dada altura o Benfica retraiu-se, fechou-se, passou a jogar em contra-ataque – e o curioso é que podia ter construído nesta fase um resultado histórico. Na segunda parte, por três vezes gritou-se “Golo!” na Luz. E isto prova que o Benfica precisa de ser mais matreiro, mais cínico, não dando tanto o peito às balas.

Repito, entretanto, o que escrevi há oito dias: o FC Porto está mais forte. Não é uma equipa tão dinâmica como o Benfica, mas é mais sólida, tem melhor índice atlético e dispõe de três jogadores capazes de resolver jogos: Varela, Falcão e Hulk.

É mais fácil hoje travar a dinâmica deste Benfica do que parar as investidas individuais de Varela ou Hulk. E isto dá ao FC Porto uma enorme vantagem, porque mesmo quando joga mal pode ganhar.

Uma nota final para Cardozo: em cinco dias, passou de vilão a deus das bancadas da Luz. Foi uma prova eloquente de como as multidões são volúveis!

1 comentário:

Luis Rosario disse...

Este tipo é um anti-benfiquista primário.

Queria-te sugerir que deixasses de publicar os textos dele.

Abraço