O modo como o Benfica geriu a vitória no campeonato mostra os quilómetros de distância que ainda o separam do FC Porto na gestão dos sucessos. Quando o FC Porto foi campeão europeu, perdeu a maior parte da equipa e manteve-se no topo. O Benfica ganhou o campeonato, valorizou os jogadores, vendeu dois – e desnorteou-se por completo.
Fez tudo mal. Começou por inventar problemas onde não existiam, despedindo um guarda-redes que cumpria e contratando um desconhecido por uma fortuna.
Perante as saídas de Di María e Ramires, em vez de tentar adquirir jogadores para as mesmas posições e manter tudo como estava, perdeu o tino, começou a fazer aquisições a eito – e acabou por gastar mais dinheiro do que aquele que recebeu. Ou seja, vendeu dois dos melhores jogadores, ficou com uma equipa pior – e ainda perdeu dinheiro! Pior era impossível.
Fiz muitos elogios ao Benfica na época passada, por isso lamento o que está a passar-se. Mas também é verdade que o FC Porto está muito melhor fornecido de jogadores. Qualquer dos elementos do trio de ataque – Varela, Falcão e Hulk – pode resolver um jogo sozinho. Ora qual é o jogador do Benfica que hoje o pode fazer? Da defesa para a frente, o Benfica não tem um único grande jogador: Aimar é frágil, Carlos Martins é irregular, Gaitán é banal, Cardozo é um zero à esquerda quando não é bem assistido, Ruben Amorim não é um fora-de-série, Saviola já não tem gás.
Estes jogadores só podem dar bom rendimento quando o coletivo funciona na perfeição. Se isso não acontece, as fraquezas vêm ao de cima.
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