segunda-feira, novembro 27, 2006

Análise à Jornada

Depois do desaire em Braga, na jornada passada, o Benfica regressou às vitórias, com uma exibição dominante, mas pouco objectiva e eficaz.
Foram necessários 25 remates para fazer dois golos, sendo certo que o primeiro resultou, inclusive, de um auto-golo.
Fernando Santos e Ulisses Morais não apresentaram quaisquer surpresas, tendo mantido a estrutura táctica e o modelo de jogo adoptados em jornadas precedentes.
O Benfica entrou pujante, dinâmico e pressionante e aos 15 minutos havia já criado três boas ocasiões de golo.
Pese embora, o caudal ofensivo benfiquista, o primeiro golo surgiria num lance de fortuito.
Perto do terço de jogo, na sequência de um livre lateral, Alex Von Schwedler introduziu a bola na sua própria baliza.
Com o 1-0, o Benfica diminuiu a pressão, o seu bloco defensivo recuou e a equipa como que adormeceu.
O Benfica mantinha o controlo e o domínio do jogo, não obstante a qualidade do seu processo ofensivo tivesse, agora, decrescido.
O Marítimo não conseguia articular o seu jogo ofensivo, mostrando-se incapaz de criar perigo no último reduto encarnado.
Todavia, na sequência de um soberbo remate de Marcinho, o 1º e único ao longo de toda a partida do Marítimo à baliza de Quim, a equipa insular empatou.
Até ao final, o Benfica não reagiu convenientemente ao golo maritimista, revelando-se ofensivamente inoperante.
Na segunda parte, esperava-se o regresso do Benfica dos primeiros 20 minutos.
Contudo, aos 50 minutos, o Benfica perdeu o seu jogador em maior destaque na partida – Miccoli, uma vez mais acossado por uma lesão muscular.
Segundo revelou Fernando Santos no final da partida, o jogador apresentou queixas ao intervalo, mas a equipa técnica de acordo com o jogador entendeu mantê-lo em campo até que a sintomatologia não sofresse agravamento.
Uma insensatez, uma imprudência, conhecendo-se o historial clínico do jogador e a sua importância na equipa.
Saiu Miccoli e entrou Mantorras, que volvidos pouco mais de 15/20 minutos em campo começou a coxear visivelmente.
Não se alcança o ostracismo a que Kikin Fonseca tem sido votado em detrimento de um jogador cuja condição física não lhe permite actuar, em pleno, mais do que um quarto de hora.
O Benfica entrou, na segunda parte, imbuído do mesmo espírito e atitude evidenciadas no dealbar da partida.
Poucos minutos depois, Marcinho entra de forma brutal sobre Simão e vê o cartão vermelho.
Ao contrário de outras situações em que a impunidade reinou, nesta o árbitro da partida esteve muito bem ao punir a entrada do jogador do Marítimo.
Se a tarefa maritimista não se afigurava já fácil, a tormenta acentuou-se.
Em superioridade numérica, o Benfica acentuou a posse e a circulação de bola e com a entrada de Karagounis empurrou, decisivamente, o Marítimo para o seu último terço.
As ocasiões de golo repetiam-se, mas o caminho das redes de Marcos tardava em ser descoberto.
A inspiração de Marcos e a inépcia dos jogadores benfiquistas impediam a materialização do domínio encarnado.Aos 67 minutos, após uma penetração vertical de Simão na área adversária, Katsouranis apareceu bem ao segundo poste e rematou rasteiro para a baliza: 2-1.
A cultura táctica e a capacidade de aparecer nos espaços de Katsouranis fez, uma vez mais, a diferença.
A sua importância na manobra da equipa é imensa, assumindo-se como o pêndulo defensivo e ofensivo da equipa.
Até final, o Benfica construiu ainda mais algumas oportunidades de golo, mas a matriz do seu futebol assentou, essencialmente, no controlo da partida.Triunfo justo e sem contestação do Benfica, perante um Marítimo medianamente competente defensivamente, mas inexistente em termos ofensivos.
No Restelo, como previsto, mais três pontos para o FC Porto e em ritmo de treino…Jesualdo repetiu a equipa de Moscovo e Jesus reforçou o meio-campo com a entrada de Sandro Gaúcho.
O Porto entrou bem na partida e podia mesmo ter sentenciado a partida nos primeiros 10 minutos.
Primeiro numa jogada confusa, na sequência de um canto de Quaresma, em que permanece a dúvida se a bola esteve dentro ou se foi Postiga, na ânsia de confirmar o tento, que enviou a bola ao poste.
Fica a coerência de Olegário Benquerença…
No minuto seguinte, Bosingwa desceu pela direita e cruzou para Postiga cabecear à figura de Marco.
O Belenenses não apresentava argumentos para jogar de igual para igual como Jesus havia prometido.O FC Porto continuava a jogar e o Belenenses a defender-se como podia.
Aos 19 minutos, foi a vez de Pepe atirar à barra.
Oportunidades criadas, mas zero em eficácia.
No entretanto, dois fogachos do Belenenses, ambos por intermédio de José Pedro, com dois remates de fora da área, que levaram relativo perigo à baliza de Hélton.A partir dos 25 minutos, o Belenenses conseguiu adormecer o Porto, mas, ainda assim, percebia-se a falta de qualidade dos azuis do Restelo.Ao minuto 41, o golo da vitória portista.
Na insistência de um canto, Paulo Assunção, com um “balão”, colocou a bola na área, Bruno Alves disputou, junto à marca de penalty, a bola nas alturas com Marco e no ressalto Hélder Postiga fez o golo.
Na segunda parte, a perder, o Belenenses não conseguiu obrigar Helton a uma única defesa complicada. Apenas, por uma vez, já nos minutos de desconto, conseguiu criar um lance de perigo na área portista, mas um oportuno corte de Fucile cerceou quaisquer veleidades.
O FC Porto fazia o que queria, trocava a bola, geria o esforço e continuava a desperdiçar oportunidades – v.g. Lisandro, Postiga e Quaresma. Em suma, uma vitória incontestável do Porto, face a um Belenenses muito fraquinho. Dez jogadores atrás da linha da bola e fé num lance de inspiração de José Pedro ou Silas, autênticos oásis num deserto de talento (nem Ruben Amorim logrou sequer aproximar-se da valia patenteada por aqueles).
Jogo fraco, com períodos profundamente soporíferos, em que o Porto nem precisou de se empenhar por aí alem para vencer.Na Figueira da Foz, o Sporting sofreu, mas venceu a Naval.
Num jogo de fraca qualidade, um golo de Ronny perto do final acabou por resolver uma partida que parecia condenada ao nulo.O Sporting entrou melhor no jogo, a dominar o meio campo e a conseguir empurrar a Naval para a sua zona defensiva.
O culminar do domínio sportinguista aconteceu aos 26 minutos, com Liedson a aparecer isolado e a falhar escandalosamente na cara de Taborda.
Este lance como que acordou a equipa da Naval, que equilibrou as operações e criou duas situações de perigo no espaço de quatro minutos, ambas por Saulo.
A Naval conseguiu terminar a primeira parte com mais remates à baliza que o Sporting, que cedo perdeu o maior fulgor inicial demonstrado.Na segunda parte, as duas equipas continuaram a lutar muito, mas o bom futebol continuava arredio da Figueira da Foz.
Aos 15 minutos, Paulo Bento tirou Custódio e Alecsandro e fez entrar Romagnoli e Carlos Bueno.
O primeiro remate da segunda parte aconteceu apenas aos 20 minutos e para a Naval.
A toada do encontro permanecia inalterada.
Seria a entrada de Ronny, aos 75 minutos, que acabaria por decidir o jogo.
Antes, Bueno quase se estreou a marcar pelo Sporting, aos 82 minutos.
Mas quando tudo parecia encaminhado para o empate, o Sporting beneficiou de um livre quase em cima da linha de área da Naval.
Ronny, chamado a marcar, desferiu uma “bomba” “à Roberto Carlos”. A bola só parou no fundo das redes de Taborda.
O resultado mais justo seria o empate.
A Naval, se não merecia perder, também não merecia sair vitoriosa.
A equipa de Fernando Mira esteve longe das suas melhores noites.
O Sporting continua a privilegiar o resultado em detrimento do espectáculo, mas o certo é que tem obtido sucesso com tal pragmatismo.
Em Coimbra, a Briosa venceu o Beira-Mar. A eficácia na finalização fez a diferença, num jogo em que o domínio se repartiu pelas duas equipas em cada uma das metades da partida.
Na 1ª parte, o Beira-Mar controlou e dominou o jogo, tendo construído duas ou três boas ocasiões de golo, mas apenas uma logrou merecer concretização.
Ao invés, na 2ª metade, a Briosa controlou e dominou a partida, tendo construído duas ou três boas ocasiões de golo, tendo conseguido finalizar duas delas.
Maior eficácia = vitória.
Na 1ª parte, o Beira-Mar entrou melhor na partida e, sem surpresa, à passagem da meia hora, fez o 0-1, por Jorge Leitão.
A Briosa mostrava-se apática, sem chama, inoperante e incapaz de se acercar com perigo da baliza de Danrlei.
Todavia, contra a corrente de jogo, na sequência de um lance de bola parada (de que outra forma poderia ser tamanha era a apatia), Litos igualou a partida.
Ao intervalo, o empate verificado constituía um resultado lisonjeiro para a Briosa.
Na segunda parte, inverteram-se os papéis.
Se a Académica se havia revelado letárgica na 1ª parte, na 2ª foi o Beira-Mar que, estranhamente, assumiu tal postura. O empate alcançado pela Académica no terminus da 1ª parte abalou e de que maneira os índices de confiança dos cagareus.
Assim, a Briosa tomou conta das rédeas da partida e em doze minutos resolveu o jogo.
Primeiro, num monumental pontapé de Dame a 30 metros da baliza e depois por Gyano na finalização de um contra-ataque bem gizado por Filipe Teixeira e Dame.
Estava sentenciada a partida e, até final, apenas nota para a entrada de uma 2ª bola em campo, bola esta com a particularidade de se mover com extrema dificuldade.

3 comentários:

Vermelho disse...

amigo sempre:
parabéns pela vitória.
foi a 1ª jornada?
quem marcou o golo?
abraço.

Mestrecavungi disse...

Não ví a 2ª Parte do Benfica.
Ao intervalo poderia estar 3-1,que não escandalizava ninguém.
Ví a 2ª parte do FCP e os últimos 30 m do Sporting.
O amigo Zex tem toda a razão.Muito mau.
Uma pobreza assustadora.Ganharam e bem.Mas os adversários são péssimos.
Pouco publico que certamente deu por mal empregue o seu tempo.
Urge diminuir o numero de equipas na 1ª liga.
Para doze no máximo.
O Paços-Desp Aves este ano jogou-se na 1ª Liga.Se fosse jogado na 1ª distrital do Porto não era o mesmo?

Mestrecavungi disse...

Amigo Sempre,
Bem sei que ganhámos e bem num tereno muito difícil, na Choupana.
Parabéns.Foste tú o marcador?