sexta-feira, novembro 17, 2006

Antevisão da Jornada

Braga/Benfica

Este sábado, o Braga irá receber pela 51.ª vez o Benfica em jogos a contar para o Campeonato nacional. Num rápido olhar pela história dos confrontos entre as duas equipas é fácil constatar que as águias não se dão mal com os ares do Minho, onde ganharam em mais de metade dos jogos. De facto, em 28 ocasiões a vitória sorriu aos encarnados de Lisboa, registando-se ainda 15 empates e apenas sete triunfos dos arsenalistas. O domínio dos lisboetas é ainda claro quando se fala de golos, tendo marcado 88 golos e sofrido apenas 49.
Mas, apesar da história ser claramente favorável ao emblema da Lisboa - que, inclusivamente esteve sem perder em Braga entre 1967 e 1999, num total de 26 jogos -, a verdade é nos últimos anos os bracarenses têm conseguido equilibrar as contas levando inclusivamente vantagem nos últimos dez embates, somando quatro vitórias, três empates e outros tantos desaires.
Aliás, a última vitória das águias foi obtida ainda no tempo de José António Camacho, em 2003/04, quando os encarnados venceram de forma clara por 3-0. Nessa partida, Miguel, Simão e Sokota foram os marcadores dos golos e, curiosamente, Quim - actual titular da baliza das águias - era o guarda-redes do Braga.
Na época seguinte, que marcou o regresso do Benfica à conquista do título de campeão, os arsenalistas travaram a caminhada da equipa de Giovanni Trapattoni, obtendo um nulo.
Na última época, num jogo espectacular, a vitória acabou por sorrir ao Braga, que ganhou por 3-2 num jogo em que a estrela foi Bevaqua, autor dos dois últimos golos da equipa da casa.
O Benfica de Fernando Santos é estruturalmente diferente do Benfica de Ronald Koeman e de Giovanni Trapattoni.
Se os antigos treinadores eram adeptos fiéis do 4-3-3, Fernando Santos opta por um 4-4-2 em losango.
Confesso que sou um admirador do 4x4x2 em losango.
Analisadas as vantagens e desvantagens, é o sistema mais perfeito dos imperfeitos.
Claro que há mais vida para lá dos sistemas, pois que estes dependem largamente dos jogadores que os colocam em prática.
Trata-se de um sistema que requer uma equipa compacta, a jogar em bloco, e que apele às tringulações ou às pequenas sociedades entre jogadores como diz Freitas Lobo.
Se analisarmos a disposição dos jogadores em campo, daria para formar vários triângulos: lateral - médio interior - avançado; trinco - médio interior - médio ofensivo ; médio ofensivo - primeiro avançado - segundo avançado.
É, portanto, um sistema que requer proximidade entre os seus elementos (daí a necessidade de a equipa jogar compacta), para privilegiar uma circulação de bola rápida e apoiada.
O losango de meio-campo deve funcionar quase como um harmónio, para que os seus quatro elementos estejam sempre próximos uns dos outros e também dos restantes elementos da equipa.
A força motriz deste modelo assenta na disposição em diamante do quarteto de meio campo, de forma a potenciar uma melhor ocupação de espaços e critério na circulação de bola.
Há que identificar e criar automatismos colectivos inerentes às diferentes zonas: zona defensiva, onde se situa o trinco (típico n.º 6); zona de construção, onde se encontra, normalmente, o jogador mais talentoso (o chamado n.º 10); e, por fim, a zona de transição, onde imperam os médios interiores, encarregues de, muitas vezes, definir o ritmo e organizar a ligação entre sectores. Será na fluidez e equilíbrio do losango que residirá grande parte do sucesso da equipa.
Os médios interiores representam um papel chave neste sistema.
São eles que compensam e/ou apoiam as subidas dos laterais e promovem o alargamento e estreitamento do losango, consoante a equipa detenha, ou não, a posse de bola.
Para estas posições, exigem-se jogadores completos (com rigor táctico), ou seja, que saibam desempenhar tarefas defensivas (dobrar, bascular, pressionar), mas também tenham critério quando têm o esférico em seu poder (qualidade de passe e visão de jogo).
A presença de dois avançados a pisar a grande área adversária oferece maior poder de fogo, ao contrário do modelo 4x3x3.
Por sua vez, a grande pecha está relacionada com a inexistência de flanqueadores puros, ficando as tarefas de jogar junto à linha para os laterais.
Quando estes não demonstram propensão a subir, a equipa pode ter dificuldades em alargar o jogo e criar espaços de penetração.
Este foi o principal problema da 1ª tentativa de Fernando Santos de jogar neste sistema – os laterais, pura e simplesmente, não exploravam ofensivamente o seu corredor.
Fernando Santos passou os últimos meses em busca da rota táctica certa para o seu Benfica. Parece que a encontrou.
Fernando Santos é um treinador obcecado pela posse de bola.
O seu modelo de jogo assenta na posse e circulação da bola, bem como pela exploração do jogo lateral, através dos flancos.
Nesta fase da época, a equipa ainda denota alguns desequilíbrios na transição defensiva, sendo ainda algo incipiente a primeira fase de construção, à saída da área.
A instabilidade da equipa no controlo do momento defensivo do jogo deriva, em larga medida, da lenta e precária transição do processo ofensivo para o defensivo, revelando problemas de re-organização posicional.
Hoje por hoje, este é o principal problema da equipa do Benfica, ultrapassada que se mostra a compatibilidade entre Petit e Katsouranis.
Com uma clara definição de funções, Petit (fixo à frente dos centrais, como um trinco clássico) e Katsouranis (vértice direito do losango, liberto para surgir a rematar ou desequilibrar ofensivamente) adquiriram mecanização de movimentos para serem compatíveis no mesmo onze.
No vértice ofensivo Simão, entre-linhas, ora organiza, ora faz o último passe. E o que tem crescido Simão como jogador…
Descai para uma faixa (sobretudo a esquerda), arrasta marcações e abre espaços para o recuo de Miccoli, que, nessa troca posicional, desequilibra as defesas adversárias. Sobre a esquerda, Nuno Assis, é um falso interior que sabe flanquear o jogo.
A profundidade pelos flancos é garantida pela subida de Nelson e de Léo, que actuam como verdadeiros “carrilleros” à imagem do futebol sul-americano.
Assim, nesta dinâmica, mais do que um losango, o Benfica forma dois triângulos a meio-campo – Petit, Katsouranis e Assis/Simão, Nuno Gomes e Miccoli.
Luisão "trouxe" uma lesão da selecção e deverá ser substituído por Anderson.
O Benfica deverá alinhar com Quim, Nelson, Anderson, Rocha e Léo, Petit, Katsouranis, Assis e Simão, Nuno Gomes e Miccoli.
O Braga de Rogério Gonçalves é uma incógnita, mas o seu percurso enquanto treinador permite antecipar o sistema e o modelo de jogo que deverá apresentar.
No que concerne ao sistema de jogo, o novel técnico bracarense opta, por regra, por um clássico 4x3x3, sistema no qual a equipa até apresenta rotinas consideráveis, já que este, também, era o sistema perfilhado por Jesualdo.
4 defesas, um médio de cobertura ou trinco, dois médios interiores, dois alas e um ponta de lança.
4x3x3 clássico, com o triângulo do meio-campo a ser formado a partir do vértice recuado.
Este sistema depende ofensivamente, em larga medida, da maior ou menor amplitude de movimentos dos médios interiores para se assumirem como box-to-box e das diagonais dos alas no apoio ao ponta de lança.
Defensivamente, a equipa transforma-se, estruturando-se num 4x5x1, com os alas a fechar no meio-campo.
No que tange ao modelo de jogo, defrontando um grande, Rogério Gonçalves deverá privilegiar as transições ofensivas rápidas, articuladas em ataques rápidos e contra-ataques, procurando explorar a velocidade do tridente ofensivo.
Sem Hugo Leal e com Maurício e Nem castigados, Rogério Gonçalves deverá apresentar Luís Filipe, Paulo Jorge, Irineu e Carlos Fernandes formando o quarteto defensivo.
Madrid deverá alinhar à frente da defesa, nas funções de médio de cobertura, enquanto Vandinho, sobre a meia-direita, e João Pinto, sobre a meia-esquerda, serão os interiores, que procurarão alimentar e envolver-se na dinâmica atacante, onde deverão pontificar Maciel, no flanco direito, Cesinha ou Wender, do lado contrário, e Zé Carlos no eixo do ataque.
Partida de elevado grau de dificuldade para o Benfica, acentuado pela recente “chicotada psicológica” bracarense.

FCPorto/AAC

Este Sábado, o Porto irá receber pela 54.ª vez a Briosa em jogos a contar para o Campeonato nacional.
Em 41 ocasiões a vitória sorriu ao Porto, registando-se ainda 8 empates e apenas cinco triunfos dos estudantes.
Jesualdo deverá manter-se fiel ao sistema apresentado em Setúbal, onde apostou em Jorginho para actuar no espaço que antes era de Anderson, a zona interior esquerda do meio campo, com liberdade para entrar desde trás.
Com a entrada de Jorginho, a dinâmica ofensiva alterou-se.
Jorginho jogou mais interior, desequilibrando em zonas centrais, quer no passe, quer a acelerar jogo, ao passo que Lisandro flectiu para perto de Postiga, abrindo o corredor para a subida de Bosingwa que surgiu, a atacar, na posição do extremo.
Assim, o Porto deverá apresentar-se em 4x3x3, embora com cambiantes.
O triângulo invertido do meio-campo indica que Lucho e Jorginho ficarão encarregues de ligar os sectores – Jorginho mais na zona de construção – sobrando, unicamente, um pivot defensivo que procura garantir a harmonia em zona de recuperação.
Hélton, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Cech (Fucile só hoje chega da selecção e deverá ser preterido), Assunção ou Meireles, Lucho e Jorginho, Quaresma, Lisandro e Postiga deverão ser os eleitos de Jesualdo.
A Briosa enfrenta um dos seis mais fáceis jogos da temporada
Contra os grandes, nada há a perder e tudo há a ganhar.
Com esta jornada completar-se-á um terço do campeonato.
Temos 10 pontos, o que extrapolando para 30 jornadas nos dará 30 pontos.
Em princípio devem chegar, atentas as fragilidades das equipas do fundo da tabela.
No entanto nunca fiando.
Um ponto nas Antas era oiro sobre azul.
Seria deveras moralizante.
Todavia, a fragilidade demonstrada até ao momento não augura nada de bom.
Manuel Machado deverá apostar num sistema de 5x3x2 de clara vocação defensiva.
Aliás, nos minutos finais do jogo contra o Estrela teve ocasião de testar o sistema, com resultados, diga-se, tenebrosos.
Manuel Machado procura dar consistência ao sector mais frágil da equipa – a defesa.
Todavia, não me parece que o consiga.
Jogando com 5 ou 10 defesas, o problema permaneceria, qual seja a falta de qualidade dos elementos que compõem a linha defensiva.
Káká, Litos e Medeiros deverão ser as apostas de Machado, mas nenhum deles dá garantias mínimas de fiabilidade.
Nuno Luís e Lino deverão ser os laterais, mas com indicações para se cingirem a movimentos defensivos, procurando mais bascular dentro do que explorar o flanco (ainda assim, pelas suas características, Lino deverá apresentar alguma propensão ofensiva).
À frente da defesa, Manuel Machado deverá apostar numa linha de 3 médios de características defensivas, a saber Alexandre, caso recupere, ou Pavlovic, Brum e Paulo Sérgio.
Aposta clara na contenção.
Preferia que abdicasse de um e promovesse Filipe Teixeira à titularidade, por forma a garantir uma posse e circulação de bola mínimas.
Na frente, a aposta deverá recair em Dame e Miguel Pedro, procurando explorar a sua velocidade.
Equipa com especial tracção defensiva, na qual os médios deverão alinhar junto dos defesas e os avançados distarão, pelo menos, uns bons 30 metros dos médios.
Jogo de prognóstico, claramente, favorável ao Porto.

Marítimo/Sporting

Este Domingo, o Marítimo irá receber pela 26.ª vez o Sporting em jogos a contar para o Campeonato nacional.
Em 16 ocasiões a vitória sorriu ao Sporting, registando-se ainda 3 empates e apenas sete triunfos dos maritimistas.
Paulo Bento fará alinhar a sua equipa no habitual 4x4x2 em losango, apostando num pivot defensivo e explorando as diagonais e trocas posicionais do trio da segunda linha do meio campo, cujas movimentações se cruzam com a mobilidade da dupla ofensiva.
O 4x4x2 em losango de Paulo Bento apresenta cambiantes que o diferenciam do sistema na sua vertente mais tradicional.
Neste sistema, o espaço deixado nos flancos exige a presença de laterais.
Como os jogadores da zona intermediária ocupam posições mais interiores, a profundidade de jogo deve ser acompanhada pela subida constante dos laterais, desenvolvendo triângulações com os elementos mais adiantados.
Na sua vertente mais pura, o sistema postula a co-existência de dois flanqueadores que avançam, em progressão, desde terrenos mais recuados.
Aqui reside a diferença o 4x4x2 em losango de Paulo Bento.
Raramente se vê Paulo Bento optar pela inclusão, no onze titular, de dois laterais ofensivos (Abel e Ronny ou Tello, para citar um caso).
Normalmente, o treinador leonino gere a deslocação dos jogadores mais ofensivos, com movimentos de dentro para fora.
É assim que a equipa se estende e procura alargar o jogo, seja com um dos avançados a procurar fugir à marcação, seja pelos movimentos laterais dos médios de transição.
Paulo Bento, em vista do jogo de Milão e da sua inabalável fé na rotatitividade, deverá fazer alinhar Ricardo, Abel, Polga, Tonel ou Miguel Veloso e Tello, Custódio, Moutinho, Nani e Martins, Liedson e Alecsandro.
Motivado por uma série de excelentes resultados, o Marítimo deverá apresentar o mesmo onze da pretérita jornada.
Assim, deverá actuar no 4x2x3x1 tanto do agrado de Ulisses Morais composto por Marcos, Zé gomes, Gregory, Milton do Ó e Evaldo, Wenio e Olberdam, Filipe Oliveira, Marcinho e Luís Olim, Lipatin.
Jogo de grau de dificuldade elevado para o Sporting, ainda para mais porque antecede a decisiva visita a Milão.

37 comentários:

Carlos disse...

Caro Vermelho

O senhor não pára de me surpreender... tem algum curso de treinador ou acompanhava fanaticamente as explicações do mestre Mourinho? É que o meu caro amigo, tal como o guru do futebol moderno, antevê o jogo pelo potencial do adversário. Fantástico

Vermelho disse...

amigo braguilha:
obrigado pelas tuas gentis palavras.
abraço.

amigo zex:
se leste o que escrevi e bem entendeste o sentido da afirmação, penso que a Briosa enfrenta um dos seis mais fáceis jogos da temporada, porque contra os grandes, nada há a perder e tudo há a ganhar.
o jogo é fácil neste sentido apenas.
como digo mais adiante, as perspectivas de sucesso são diminutas, quiça mesmo inexistentes.
abraço.

Vermelho disse...

amigo mínimo:
o porto perdeu em braga (2-1).
abraço.

VermelhoNunca disse...

Como postei ontem, mas pode ter passado despercebido, mais uma vergonha.
Mais uma boa notícia:
"O vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa acusou hoje a EPUL de ter pago indevidamente cerca de oito milhões de euros ao Benfica para construção dos ramais de ligação às infra-estruturas do novo estádio. “É uma situação de gravidade extrema”, afirmou à Agência Lusa o vereador bloquista José Sá Fernandes, que apresentou hoje em conferência de imprensa os dados relativos ao pagamento para a construção dos ramais, fiscalização e consultadoria da obra"

Vermelho disse...

amigos nunca e mínimo:
calma, que é só mais uma acusação do Sá Fernandes.
uma de muitas, sendo certo que a maioria não se provou.
não se precipitem, até porque atenta a côr clubística da generalidade do executivo camarário e da maioria dos administradores da Epul é pouco provável que seja verdade.
abraço.

VermelhoNunca disse...

Sim, é o normal, mais achei por bem compartilhar com os caros condóminos.

VermelhoNunca disse...

Caro Vermelho: acho inacreditável o que escreveu:"até porque atenta a côr clubística da generalidade do executivo camarário e da maioria dos administradores da Epul é pouco provável que seja verdade." Onde quer chegar com isso? Acha que Jorge Sampaio ajudou o Sporting? E Paulo Portas também? E Sócrates ajuda o seu Benfica?
Fique sabendo que se não fosse a pouca vergonha do Santana Lopes( elemento do meu partido), sportinguista ( elemento do meu clube) , o Benfica hoje estaria a jogar no velhinho estádio da Luz!

VermelhoNunca disse...

E Durão Barroso, também ajudou o Sporting? E Marcelo Rebelo de Sousa, faz panela a favor do Braga e do Benfica?

Vermelho disse...

amigos mínimo e nunca:
em termos de benesses camarárias por ocasião da construção dos novos estádios, o que dizer da alteração introduzida no PDM de Lisboa por forma a permitir a edificação dos imóveis que bordejam o Estádio de Alvalade, cuja alienação, em breve, irá render alguns milhões de euros ao Sporting?
abraço.

p.s. a ser verdade o que alega Sá Fernandes serei o primeiro a verberar o comportamento da Câmara e da Epul.
Todavia, não se tratará de caso virgem, sendo, inclusive, uma situação recorrente na relação dos clubes com o poder local e central.
infelizmente é, assim, que (não) se gerem os dinheiros públicos.
abraço.

VermelhoNunca disse...

Amigo Vermelho, não se meta por aí , pois vai-se dar mal. Alteração de PDM? O amigo deve estar confundido! Vai render uns milhões de euros ao Sporting? Meu amigo, eu votei talvez em 1996 numa assembleia geral a venda dos terrenos do Estádio antigo para construção de um novo. Consulte o PDM de Lisboa, as suas alterações e verifique quem beneficiou essas alterações. Sabe que até um pedaço da 2ª circular foi encurtada, para construir um museu, para o Benfica, que nunca o chegou a ser, e durante anos não passou de um pedaço de cimento a apodrecer, dando como que as boas-vindas ao Estádio do glorioso, como vocês gostam de lhe chamar!

VermelhoNunca disse...

JC, desconheço essa notícia. O Sporting tem a receber valores da MDC, relativos à venda dos terrenos do Estádio antigo. Penso que serão 40 milhões de euros que faltam pagar. Esse projecto nada tem a ver com o Euro 2004, porque o Sporting já tinha decidido construir o novo Estádio.

Vermelho disse...

amigo nunca:
infelizmente, as relações entre o poder político e o futebol são de uma promiscuidade atroz!
não ignores o lobbie do futebol que é poderosíssimo e que determina muitas decisões políticas relevantes para o País.
é um subsídio aqui, um contrato programa, cujo cumprimento não é fiscalizado, ali...
se reparares bem, há cada vez mais indivíduos ligados ao sector da construção nas direcções dos clubes de futebol.
é consabido que esse sector de actividade, para além de dispôr de um enorme poder sobre as autarquias (o paradigma de financiamento das autarquias a tal conduz), é o maior financiador dos partidos políticos.
quem paga pretende receber contrapartidas (seja no deferimento de pretensões de edificação, seja em favores para os clubes que dirigem).
quando chega a hora de decidir, os pressupostos da decisão estão de tal modo viciados, que nem há verdadeira decisão, mas apenas um deferimento óbvio da pretensão previamente concertada.
depois há a exposição mediática que o futebol representa.
qualquer político anseia por se colar a uma figura desportiva de proa para capitalizar dividendos mediáticos, os quais lhe renderão votos.
como uma mão lava a outra, os agentes do futebol prestam-se ao serviço e esperam o devido retorno financeiro.
por fim, há a paixão clubística.
quando chega a hora de decidir, tudo se torna mais fácil se for o clube do coração o requerente.
Velada ou explicitamente o lobbie do futebol influencia decisivamente o poder político.
abraço.

Vermelho disse...

amigo nunca:
não confundas as coisas.
a construção dos edifícios em redor do estádio de alvalade só foi possível porque o uso daquelas parcelas foi alterado em sede de pdm.
o uso inicial apenas permitia a construção de infra-estruturas desportivas e, como se sabe, o património aí edificado não tem nada de desportivo.
quanto ao pedaço da 2ª circular, é verdade o que diz.
e sempre estive frontalmente contra.
o amigo zex fala de Lisboa, mas ignora as benesses dadas ao porto -no passado, o edifício construído junto ao antigo estádio e por ocasião da edificação do novo estádio, o conjunto das infra-estruturas aí construídas.
também aí se mexeu no pdm, com a agravante de se terem feito expropriações em benefício de privados.
abraço.

VermelhoNunca disse...

Senhor Zex, até a capela era um activo de valor comercial elevado. Às vezes acho que eles devem pensar que somos todos burros.
Veja o caso Caixa Campus: empréstimo a 10 anos no valor de 16 milhões de euros ao Benfica para construção do centro de estágio; valor do patrocinio da Caixa Geral de Depósitos, baseado no pressuposto que o Benfica tem 150.000 sócios pagantes no valor de 15 a 16 milhões de euros( está por definir o valor final) no prazo de 10 anos! Somos todos parvos? Eu não sou seguramente, embora eles me tentem fazer, acenando com Guinness e coisas do género!!

Vermelho disse...

amigo nunca:
1,5 milhões de euros ano por um contrato de naming acha mau negócio?
quanto recebe o sporting da puma?
abraço.

Vermelho disse...

amigos:
como o amigo zex sabe (pois tive muitas conversas com ele sobre o assunto) não me falem do vale tudo que me dá nauseas, p.f.
abraço.

VermelhoNunca disse...

Como sabe amigo Vermelho, o caso do FCPorto é outro. Neste momento apenas me debruço no Benfica. Posso garantir-lhe uma coisa: enquanto Sampaio foi presidente da CML, o Sporting em relação ao Benfica, foi sempre prejudicado, sempre. A perspectiva de Sampaio era- não beneficiar o Sporting, pois acusam-me de o fazer por ser sportinguista. A discussão que levanta é mais abragente. Concordo consigo em várias coisas. Mas o amigo espalhou-se quando dá como possível justificação para a não certeza das acusações de Sá Fernandes, o facto de tanto Santana Lopes como Carmona Rodrigues serem do Sporting. Isso é confundir as coisas. E, repeito, se não fosse Santana Lopes, os benfiquistas não tinham nenhum estádo novo. O mesmo não se passaria com o Sporting.

VermelhoNunca disse...

MDC-Multi Development Corporation- empresa holandesa, que contrói, gere e vende centros comerciais, essencialmente. Nada tem a ver com a CML.

VermelhoNunca disse...

Amigo Vermelho, 1,5 milhões por ano, é muito bom. Leia ao contrário, verifique a coincidência do valor do empréstimo, do prazo, com o valor e prazo do patrocionio. Veja quem é o suplente da direcção do Benfica, que é quadro da CGD. Não se esqueça, e já falámos sobre isso, que a CGD é do Estado.

Vermelho disse...

amigo nunca:
concordas então com o que disse em relação à alteração do pdm?

amigo carlos:
não confundas o benfica com as pessoas que o servem ou dele se servem.
não sou acéfalo, quando entendo criticar critico.
por fim, dizer-te que, seguindo o teu raciocínio, também tu, nunca terás nauseas com o Soares Franco, pois que, como tu aqui já disseste, também anda sempre nauseado.
abraço.

Vermelho disse...

amigo nunca:
quanto recebe o sporting da puma?
1,5 milhões de euros por ano por um contrato de naming parece-me bom negócio é para a CGD.
se tivermos por diapasão o valor de um spot publicitário no intervalo da floribela ou das novelas da tvi, 1,5 milhões é um valor muito baixo.
Nos primeiros seis meses de 2005, o valor do investimento publicitário na TV, a preços de tabela, ultrapassou os mil milhões de euros.
abraço.

Vermelho disse...

amigo nunca:
aqui fica um mero exemplo do mercado publicitário relativo ao jogo do Mundial Portugal/Holanda:
"Em termos de publicidade, o jogo de Portugal permitiu um investimento próximo de 700 mil euros a preços de tabela, sendo o segundo jogo com mais publicidade, a seguir ao Portugal-Angola do dia 11 de Junho, que garantiu 754 mil euros em anúncios.
O maior investimento publicitário veio dos Genéricos Portugueses, com 66,8 mil euros, seguindo-se a PT, com 64,7 mil euros, a McDonald’s com 55,4 mil, tal como a TMN. Galp Energia, Volkswagen, Hyundai, Real Seguros, Cofidis e Renault fecham o ‘top 10’. Os dez maiores anunciantes durante o jogo investiram 480 mil euros, quase 70% do total de publicidade."
E isto num só jogo.
abraço.

Mestrecavungi disse...

Amigo Vermelho,
Magistral.Uma ode ao jornalismo desportivo.
Esta análise, não está ao alcance de muitos funcionários dos diários desportivos.
Um autêntico Alfredo Farinha.
Numa análise mais bacoca penso que mais uma vez ganham os 3 grandes.
O Porto é de caras.O Sporting porque o Maritimo já ganha á 4 ou 5 jogos e está na altura de se acalmar e nós porque geralmente o fazemos em Braga.No sabado ganhamos.

Vermelho disse...

amigo nunca:
Face aos preços da publicidade em televisão, só com a transmissão das conferências de imprensa de ontem de Fernando Santos e Vieira, o investimento da CGD teve completo retorno.
abraço.

Mestrecavungi disse...

Amigo Nunca,
Quantas vezes recebeu o Sporting do Metropolitano de Lisboa E.P. verbas referentes aos terrenos da mítica Nave de Alvalade?

Mestrecavungi disse...

Amigo Jus,
Quanto aos Namings seja da CGD seja da suçuarana concordo contigo.
Ninguém (de bom gosto pelo menos), chama caixa campus ao centro de estágio do seixal.Nem Academia Sporting/Onça Vermelha á academia de alcochete.Se o Benfica algum dia vender o nome do estádio, também não resultará.Hoje todos chamamos estádio da Luz, quando o nome correcto é Estádio do Sport Lisboa e Benfica.
Noutros Países resultará.Aqui penso que não.

Mestrecavungi disse...

Amigo Mínimo,
Este blog ainda não foi alvo de nenhuma nacionalização, nem o sr Administrador foi saneado.
A "casquinada da semana" será postada quando o Sr. Administrador entender.
Eu apenas, sou o simples editor da mesma. Mas sob orientação superior do Sr. administrador.

Vermelho disse...

amigos:
tive ausente por isso ainda não postei um espaço para a casquinada da semana, o que farei de seguida.
abraço.

VermelhoNunca disse...

Amigo Cavungi, você para variar fala do que não sabe. Preocupe-se com os penteados dos jogadores, e deixe estes temas mais profundos, para quem quer debater as coisas com qualidade.
Amigo JC: o projecto de construção nos terrenos do antigo Estádio de Alvalade está nas mãos da MDC. O Sporting quando negociou os terrenos, fê-lo já com tudo aprovado, o que valorizou o negócio. A construção está atrasada por vários motivos, entre os quais o Alvaláxia, uma vez que seria obrigação da MDC não construir nenhum centro comercial na nova urbanização, para centralizar o comércio local no Alvaláxia. Depois a questão também passa pela venda do negócio a uma terceira empresa( algo que o Sporting nada tem a ver). Não dominando o tema, posso dizer-lhe que o Sporting tem a receber os tais perto de 40 milhões de euros. Ontem foi aprovada a venda por pouco mais de 50 milhões de euros o património não desportivo do Sporting. Os vernmelhos preparam-se para vender o museu!
Amigo Vermelho: não sei o valor do contrato do Sporting com a Puma, mas irei saber para o informar depois. No entanto, e como percebeu seguramente, não é isso que está em causa. O que para mim está em causa é a pouca vergonha do empréstimo da Caixa Geral de Depósitos ao Benfica e o patrocinio à Academia, com os mesmos valores e prazos. Sendo a CGD do Estado, essa é que é a questão.

Carlos disse...

Caro jorge

Ainda não bateu no fundo, mas já faltou mais... isto hoje está pouco "vermelho"!

Uma palavrinha a dois jogadores que já foram estrelas no céu do futebol mas que agora nem estrelas cadentes são. Refiro-me a Fernando Couto e a Abel Xavier. O primeiro já quase não joga e sempre que entra é para ser "cartonado" nas péssimas exibições que faz; o segundo, ao que parece, foi corrido do "Boro" por causa daquelas substâncias ilícitas. Foram jogadores marcantes mas penso que poderiam ter feito ainda mais. No caso do Xavier o processo de "aloirização" desviou-o do futebol (aliás, a fazer alguma alteração corporal poderia ter cortado o braço esquerdo. Portugal agradecia). Foi pena. Se fosse da nossa idade saberia que "um branco de carapinha ou um preto de cabeleira loira não é natural... restaurador Olex"

No futebol, como na vida é preciso saber "sair de cabeça erguida"; por exemplo o Jorge Sarrafeiro Costa daria mais duas épocas num clube tipo Braga ou Boavista mas preferiu sair pela porta (quase) grande. Um exemplo

Mestrecavungi disse...

Amigo Minimo Palpiteiro,
Bela casquinada a sua.Comogo bateria no fundo e jamais de lá sairia.

Mestrecavungi disse...

Leia-se comigo.

Vermelho disse...

amigos:
aqui fica, em complemento à antevisão, as listas de convocados de Benfica, Porto e Académica.

Benfica:

Guarda-redes: Quim e Moreira;

Defesas: Nélson, Alcides, Anderson, Ricardo Rocha, Miguelito e Leo;

Médios: Petit, Beto, Katsouranis, Karagounis, Nuno Assis, Karyaka, Paulo Jorge e Simão;

Avançados: Nuno Gomes, Miccoli, Mantorras e Fonseca.

Porto

Guarda-redes: Helton e Vítor Baía;

Defesas: Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Costa, João Paulo, Pepe e Cech;

Médios: Raul Meireles, Ibson, Lucho González, Jorginho, Alan, Tarik e Quaresma;

Avançados: Bruno Moraes, Hélder Postiga e Lisandro Lopez.

Académica:

Guarda-redes: Pedro Roma e Eduardo;

Defesas: Danilo, Káká, Lino, Vítor Vinha, Litos, Sarmento, Nuno Luís;

Médios: Roberto Brum, Hélder Barbosa, Paulo Sérgio, Filipe Teixeira, Nuno Piloto, Miguel Pedro e Milos Pavlovic

Avançados:Dame e Nestor.

Destas listas ressaltam as ausências de Luisão no Benfica, Assunção e Fucile no Porto e Medeiros na Briosa.

abraço.

VermelhoNunca disse...

Atenção amigo JC, eu também não percebo nada disto, destes negócios. Às vezes vou estudando um pouco as matérias,nada mais que isso. Mas no que for possível vou prestando os meus esclarecimentos, com todo o gosto.

Mestrecavungi disse...

Volto atrás no que disse.
Se a dupla de centrais for Andersson/Ricardo Rocha será a reencarnação da famosa, porque Mítica dupla, Ronaldo/Paulo Madeira.
Aí, amigo vermelho: "que a Força esteja conosco".

samsalameh disse...

Quando é que é apresentado o Relatório e Contas deste Blog, Sr. Administrador?

Quero ser notificado pelo menos com 30 dias de antecedência do conteúdo do Relatório para depois me pronunciar em Assembleia Geral!

Os meus mais respeitosos cumprimentos a Vossa Excelência.

Mestrecavungi disse...

Como qualquer adepto Portista, o senhor de quem se fala aqui, só tinha em casa mobiliário de muito mau gosto.
Percebes o que quero dizer, amigo Minimo?