O vício de dizer mal do árbitro
O Benfica - Sporting não fez, apenas, parar Portugal. Porque o derby tem uma dimensão que vai além do próprio país, chegando a essa Pátria maior da língua portuguesa, que felizmente continua espalhada pelos cinco cantos do Mundo.
Foi positiva a imagem projectada do futebol português. Um espectáculo vibrante, discutido de princípio ao fim, com duas equipas entregues apaixonadamente ao jogo e, é preciso que se diga, também muito por culpa de um Sporting que, apesar de demasiado longe da liderança, por culpa de uma época atípica e - espera-se - a não repetir, não perdeu um pingo de dignidade competitiva e por isso tantos e tão complicados problemas colocou ao seu adversário e rival.
Não faltou, sequer, uma boa arbitragem. Bem sei que é contra a corrente dizer bem de um árbitro de futebol, principalmente, quando se trata do árbitro de um Benfica-Sporting. Portugal, talvez por culpa de alguns comentadores de futebol televisivo, viciou-se na maledicência dos árbitros. É um escape. Há jogos menores, exibições medíocres, erros clamorosos de todos, mas são os árbitros que pagam sozinhos a exuberância e, não raras vezes, a incontinência das análises que o futebol permite e promove.
O jogo teve lances no limiar do cartão vermelho? É verdade que sim, mas João Ferreira foi inteligente e, sobretudo, foi coerente nas análises. O que permitiu a uns, permitiu a outros e, quanto a nós, bem. O jogo teve lances duros, agressivos, mas não violentos e se João Ferreira tivesse optado por uma arbitragem intransigente estaria agora a ser criticado por ter dado cabo de um belo espectáculo.
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