Mesmo tendo de esperar pela última jornada, o Benfica consumou o que, há mais de 1 mês, parecia inevitável: conquistar o 32.º título nacional do seu historial. E isso só aconteceu, basicamente, porque a equipa encarnada foi a melhor ao longo de toda a temporada. Aliás, se olharmos ao que tem sido normal nas últimas épocas, as águias fizeram o suficiente para resolver o assunto com bastante antecipação. Porém, desta feita, surgiu um inesperado obstáculo que só deixou de lutar aquando do derradeiro apito. O Sporting de Braga fez um trajecto de sonho e, nesta altura, só deve lamentar o facto de tão brilhante registo ter coincidido com, muito provavelmente, o Benfica mais forte dos derradeiros 15 anos.
O ponto final na questão do título, no entanto, acabou por ser algo sofrido. Os minhotos recusaram-se a perder pontos até à deslocação ao terreno do Nacional e os encarnados falharam o "xeque-mate" no Dragão. E mesmo no passado domingo, numa Luz lotada, foi visível o nervoso miudinho a atrapalhar muitas acções. A comprovar isso, diga-se que a equipa não conseguiu embalar para a goleada mesmo tendo marcado logo de entrada. E nem a superioridade numérica, alcançada cedo, contribuiu para serenar os pupilos de Jorge Jesus. Só isso justifica as várias oportunidades desperdiçadas e, pelo meio, o erro colectivo no golo de Ricardo Chaves.
Valeu ao Benfica que, pouco depois do inesperado 1-1, Cardozo serenou as hostes, assegurando também o troféu de melhor marcador, após animado despique com o colombiano Falcão.
Sendo óbvio que todas as análises são subjectivas, não me parece discutível a justiça do título encarnado. O Sporting de Braga foi notável, mas o Benfica foi melhor. Jogou e marcou mais, oferecendo inúmeros espectáculos de elevado nível. Jesus tinha prometido uma equipa a jogar o dobro da época anterior e cumpriu. Visto de outra forma: errou a previsão, pois viu-se quase sempre o triplo (ou mais ainda) do que no consulado do simpático Quique Flores.
Com a excepção (esperada) de Pinto da Costa, só Domingos se lembrou, nos últimos dias, de beliscar o título encarnado. Esteve mal. Perdeu tempo a falar de terceiros em vez de enaltecer o desempenho dos seus homens. E destacar eventuais erros de arbitragem a favor do Benfica soou a desculpa esfarrapada, quando todos sabemos que, se as águias foram auxiliadas algumas vezes, isso também aconteceu com os bracarenses. O treinador que, no passado, só olhava para o campo em determinados momentos, parece que agora vê tudo, nos embates em que participa e não só. O seu problema, por agora, parece ser de memória. Só tem para o que lhe interessa. É pena, pois assim está a ser igual a tantos outros, quando futebolisticamente tem tudo para ser diferente. Para ser melhor...
1 comentário:
"O treinador que, no passado, só olhava para o campo em determinados momentos, parece que agora vê tudo, nos embates em que participa e não só."
E o que vê, vê mal... vai buscar o exemplo da falta que dá o golo da vitória do Benfica no jogo em Guimarães, uma falta clara como a água. Aliás, as declarações deste indivíduo nos últimos tempos só têm demonstrado o incrível mau perder tão característico do clube em que foi criado.
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