A divulgação do calendário da época 2010/11 suscitou uma série de críticas. O facto das competições começarem demasiado cedo (Supertaça a 7 de Agosto e Liga a 15) foi considerado desajustado, pois estamos em ano de Mundial (acaba a 11 de Julho). Assim, seria de todo o interesse desportivo que as provas nacionais começassem mais tarde, permitindo mais descanso aos jogadores mundialistas e tê-los em ação desde o primeiro dia. É uma análise respeitável, mas limitada. Ponto prévio: nos dois últimos anos foram os clubes - integrados numa comissão - que se responsabilizaram pelo calendário. Supõe-se por isso que defendam os seus interesses desportivos (e não só) - admito, porém, que às vezes esta lógica é contrariada pelos próprios.
A maioria dos campeonatos europeus arranca por estas datas. O francês começa mais cedo (a 7) e o inglês no mesmo fim-de-semana que o nosso. Itália (29 Agosto), Alemanha (a 20) e Espanha iniciam-se mais tarde, mas compensam o arranque tardio com (muitas) jornadas à quarta-feira. Sabe-se que entre nós o futebol a meio da semana não atrai público aos estádios. Logo, há que olhar também para outra componente do negócio: as receitas.
É preciso também ter em conta que Marítimo, Sp. Braga e Sporting vão entrar em competição (europeia) ainda em Julho e o FC Porto joga após a 1ª jornada. Acresce que a Seleção estreia-se no Europeu a 3 setembro pelo que de acordo com a filosofia (certíssima) de privilegiar a dinâmica da Liga Sagres - isto é, evitar quebras que retirem interesse e desliguem o adepto da prova - não fazia sentido abrir o campeonato e imediatamente interrompê-lo por quinze dias. Conclusão: em malha tão apertada, era impossível fazer melhor.
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