A entrevista de Jorge Jesus na RTP N foi muito boa, suculenta mesmo, porque, deliberadamente, ele próprio decidiu criar alguns "factos políticos": Quim, Huntelaar, etc., etc.
Jesus fez uma época óptima no Benfica, para aquilo que era normal no clube. JJ passou com distinção em todas as matérias, exceptuando uma, precisamente aquela em que decidiu atravessar-se na entrevista de terça-feira: as escolhas de mercado.
Para 2009/2010, Jesus requereu a contratação de Júlio César, César Peixoto e Weldon, e ainda Airton, Éder Luís e Kardec - opções que sublinham dois tipos de atitude. A primeira (JC, CP e W) é a de quem quer marcar posição, mas não deseja pisar terreno desconhecido sob pena de se comprometer; a segunda (A, EL, K) dá ares de alguém que investiu no conhecimento de novas matérias, mas não está muito certo do risco tomado. Mesmo assim, Jesus passou também este teste, embora sem o brilhantismo incomparável conseguido nas outras áreas.
Na RTP N, JJ mostrou-se "treinador campeão", revelando decisões firmes, mas problemáticas.
Decidiu dispensar Quim, mas a que título, se as suas escolhas alternativas para a baliza foram sempre mais do que discutíveis? Aliás, na linha do que outros se sentiram tentados a fazer, com Butt e Moretto (uma vez que as lesões de Moreira impediram que pudesse constituir alternativa). Acabaram por cair na realidade de Quim ser o melhor. Como Jesus concluiu.
Quanto a Huntelaar, do Milan, espantoso foi ter confirmado ali, em direto, que o Benfica pensa contratá-lo. Quanto à autoria da opção, se 2+2 são 4, Rui Costa deve ter a máquina de calcular na mão...
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