José Couceiro, depois de ter sujeito os seus jogadores a um espectáculo pouco edificante na conferência de imprensa de Domingo, quase ao jeito de "Perdoa-me", veio, ontem, solicitar à Comunicação Social que se abstenha de criticar a selecção que dirige.
Confesso que nunca percebi muito bem esta psicose dos treinadores lusos com a crítica.
Parece-me sempre um exercício de menoridade em relação aos jogadores, quais peças de porcelana chinesa.
Bem sei que muitos dos nossos jogadores têm cabeças muitas pequeninas, que ao mínimo juízo depreciativo entram em sobressalto.
Mas, não será, a crítica uma circunstância potenciadora da superação?
Não caberá ao treinador trabalhar, também, esse aspecto?
Não será ao treinador que competirá criar o caldo de confiança necessário à superação do estado depressivo em ordem à transposição do desafio?
Parece-me que sim.
Couceiro opta pela via mais fácil e tão portuguesa.
Problema que não se fala, não existe.
Esconde-se a realidade em ordem à sua mistificação.
Sossegam-se as consciências, pois que a sua responsabilização é fardo insuportável.
Chegou a hora do tudo ou nada.
A Selecção Nacional de Sub-21 tem esta noite pela frente uma tarefa mais do que complicada, muito difícil de superar.
Há que ganhar por três golos de diferença.
É tremendamente complicado, já se sabe, mas impossível nunca.
A história do futebol está recheada de surpresas, de resultados impensáveis e de reviravoltas fantásticas.
Acreditar e arriscar.
Estes são os verbos mais conjugados.
Pelo que se viu em Moscovo, Portugal tem potencial para derrotar a Rússia e mesmo por três golos de diferença.
Como Couceiro confessou que em termos tácticos vai mudar alguma coisa, não será de excluir que Portugal apareça com um esquema diferente e muito mais arrojado.
É bem possível que aposte em três defesas (Amoreirinha, Manuel da Costa e Miguel Veloso), na velocidade e capacidade de desequilibrar dos alas (Filipe Oliveira de certeza na direita, Diogo Valente talvez na esquerda) e, do meio-campo para a frente, tendo Organista e Moutinho a lançar um trio de quem se espera produtividade: Varela, Ricardo Vaz Té e Yannick Djaló.
Veremos do que serão capazes.
Talento não lhes falta.
Assim a "estrelinha" da sorte os ilumine.
2 comentários:
Por aqui se vê a diferença entre os grandes treinadores e os treinadores medíocres.
Mourinho quando treinava o Porto contou uma vez, a propósito de um artigo que tinha sido publicado num jornal a dizer mal da sua equipa, que tinha colado no balneário esse artigo de forma a espicaçar os jogadores.
Em lugar de pedir por favor para não dizerem mal dos "meninos", Mourinho utilizou esse facto em seu favor.
Couceiro quase que se ajoelha perante os jornalistas para não fazerem críticas aos jogadores.
Estou com o condómino Sempre, acredito que vamos ganhar. Vi o jogo na Rússia,e o resultado é extremamente enganador.
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