quarta-feira, setembro 06, 2006

Resenha da actualidade e antevisão do Finlândia/Portugal

A selecção nacional de sub-21 alcançou, ontem, a qualificação para os "play-off" de apuramento para a fase final do europeu da categoria.
Na primeira parte, Portugal mostrou-se incapaz de penetrar no último terço defensivo polaco.
A transição ofensiva, pura e simplesmente, não funcionou.
Portugal apresentou-se lento, parco de ideias e sem capacidade de desenvolver jogadas ofensivas.
A circunstância de se tratar de um jogo decisivo, no qual Portugal se achava obrigado a vencer para se qualificar, terá toldado o espírito dos jogadores lusos.
A ansiedade foi por demais evidente.
Na segunda parte, um golo madrugador de Manuel da Costa na sequência de um livre lateral superiormente executado por Paulo Machado, conferiu à selecção lusa a tranquilidade necessária para se guindar a um plano qualitativo bem superior.
Se na primeira parte a selecção portuguesa havia sido um deserto de ideias, agora apresentava um futebol enleante, agressivo, no qual as transições rápidas desempenhavam papel de primazia.
Assim, não foi de estranhar a supremacia evidenciada.
O golo serenou Portugal e intranquilizou os polacos. A impecável organização defensiva polaca desmoronou-se, abrindo autênticas auto-estradas por onde os rápidos e ladinos jogadores lusos entravam sem dificuldade aparente.
Logo após, na sequência de uma recuperação de bola de Rúben Amorim junto à área polaca, Paulo Machado fez o 2-0.
Se até aí Portugal já dominava e controlava a partida, tudo se acentuou com o advento do 2º golo.
A ansiedade polaca agravou-se e a tranquilidade lusa consolidou-se.
Até final, Portugal dominou a seu bel-prazer o jogo.
Vitória que premia a persistência e o talento dos jogadores portugueses.
Destaque para Manuel da Costa, pelo golo, para Amoreirinha, pela segurança e estabilidade que aportou ao sector mais recuado, para Rúben Amorim, pela recuperação de bola que antecedeu o golo e pela incessante actividade que empreendeu no meio campo, para Paulo Machado, pelas carradas de talento que apresentou, e para Vaz Tê, por ter demonstrado uma vez mais que o futuro da posição de ponta de lança na selecção principal passa por si.
Temos jogadores com talento suficiente para aspirarmos a marcar presença na fase final do europeu.
Faltam aqui e ali soluções para determinados lugares, mas no plano global pode-se dizer que esta geração de jogadores promete defender com competência os pergaminhos lusos no escalão.
Aliás, esta selecção apresenta uma vantagem importante sobre as que a antecederam, qual seja a existência de múltiplas soluções ofensivas, mormente para o eixo do ataque (Hugo Almeida, Vaz Tê, João Moreira e Varela).
Não terá os predestinados de gerações anteriores, mas tem jogadores de inegável talento e que se complementam de forma assaz satisfatória.
Caso Couceiro consiga criar um colectivo forte (não era em dois jogos e meia dúzia de treinos que o iria conseguir) esta selecção poderá ser um caso sério.
Couceiro ganhou a sua aposta e, pelo menos, para já viu as vozes contestatárias baixarem o tom dos seus protestos.
Nada está ganho, mas para princípio de conversa não foi nada mau.
Portugal defronta hoje a Finlândia no seu primeiro jogo de apuramento para o Euro-2008.
Jogo de elevado grau de dificuldade, não só pela circunstância de o nosso futebol "não casar" bem com o nórdico (lembre-se o 1-4 na última vez que defrontamos a Finlândia no Bessa), mas também pela elevada motivação que a vitória na Polónia aportou aos finlandeses.
Se a isto acrescermos as nossas próprias debilidades actuais, o cenário não é, claramente, animador.
Scolari, ontem na conferência de imprensa, tentou esvaziar o balão das expectativas, por forma a retirar pressão sobre os jogadores. Fez bem.
Scolari irá apresentar a equipa óbvia dentro do quadro daquilo que têm sido as suas opções.
Na defesa, Ricardo Costa irá emparceirar com Ricardo Carvalho.
Na Dinamarca ficaram patentes problemas de entrosamento entre os dois, o que, aliás, não é de estranhar.
Como Scolari aposta sempre nos mesmos, inclusive em jogos particulares, é natural que, na ausência do habitual titular, o seu substituto vivencie problemas de entrosamento com os colegas e com a manobra global da equipa.
Foi assim com Meira quando chamado a substituir Jorge Andrade no Mundial (de quantos jogos precisou Meira para se entrosar com Carvalho? 3? 4?).
Trata-se de uma situação expectável, compreensível, mas não aceitável.
É uma consequência inevitável do modelo Scolari.
Esperemos que a partida com a Dinamarca tenha permitido aos centrais adquirirem rotinas mínimas de jogo em conjunto.
Nas laterais, Caneira e Valente alinharão à direita e à esquerda, respectivamente, pois que o Sr. 20 milhões já demonstrou não ser alternativa consistente a Miguel.
No miolo, regressa Deco, que deverá alinhar um pouco à frente de Costinha e Petit.
Repetição de um esquema já muito visto e que, diga-se em abono da verdade, tem permitido alcançar sucessos.
Na frente, Nani manter-se-á titular, tal a excelência da sua exbição na pretérita sexta-feira.
Nuno Gomes e Ronaldo acompanhá-lo-ão.
A pressão alta finlandesa, o recurso ao futebol directo, a "fome" de vitórias, a motivação e a agressividade dos jogadores finlandeses serão, por certo, os maiores problemas que teremos de enfrentar.
As nossas chances de sucesso serão tão maiores quanto mais formos capazes de "esconder" a bola dos finlandeses.
O nosso modelo de jogo tem que assentar hoje mais do que nunca numa elevada percentagem de posse de bola, numa pressão exercida não à saída da área finalandesa, que a nossa condição física não o permite, mas sim à entrada do nosso meio-campo, na imposição de um ritmo pausado ao jogo e na aposta em ataques rápidos e contra-ataques construídos a partir de recuperações de bola em zonas subidas do nosso meio terreno.
Ontem, foi dia de grande satisfação para todos os apaniguados do ciclismo.
Sérgio Paulinho venceu uma etapa da Vuelta.
Confirmando os bons augúrios do passado, o ciclista português demonstrou, uma vez mais, ser um valor seguro da modalidade.
Penso tratar-se, ainda, de um ciclista de clássicas e não de competições longas.
O futuro dirá se será capaz de se superar.
Por ora, foi, pelo menos, capaz de nos dar uma imensa alegria, tal como já o havia feito nas olimpíadas de Atenas.
Na restante actualidade, destaque para as possíveis recuperações físicas de Simão, Miccoli, Rui Costa e Quaresma para as partidas do próximo fim de semana.
Por fim, diz-se que o Sporting quer renovar com Nani.
Percebe-se facilmente porquê...

2 comentários:

samsalameh disse...

A 1ª parte do jogo de ontem foi mau de mais; não fosse o golo de Manuel da Costa diria que este foi o pior jogador em campo juntamente com Amoreirinha. Ambos falharam imenso ao longo da partida, com uma falta de comunicação imensa e com uma ponta de sorte a ajudá-los em pelo menos 3 lances que os polacos podiam ter aproveitado.
A 2ª parte já foi bastante diferente...Paulo Machado foi sem dúvida o melhor em campo!!!
Em relação ao jogo deste final de dia (depois de ir passar uma bela tarde à praia) não estou nada à espera que Portugal faça uma boa exibição. Aposto que se marcar primeiro vai andar a perder tempo o jogo todo.
Não gostei das declarações do Scolari. A equipa tem que ter mentalidade para ganhar todos os jogos e não andarmos aqui a pensar que 7 ou 8 pontos ao fim de 4 jogos já é bom. Se assim for, o que não espero, adeus Euro-2008...

Mudando de assunto, ontem foi notícia no DN e em todos os canais televisivos a novela João e Valentim sobre o assunto que ontem resolvi postar no blog...Engraçado que agora, desta vez, ninguém do FCP, do Boavista ou da Liga nada disse!!!
Volta a palhaçada. Por que razão o Governo não mete a mão neste palhaço do Major e o demite, já que tem poderes para isso, de todos os cargos que o homem ocupa!?
Até o Governo deve ter medo dele como o parecer ter toda a gente em Portugal.
Honra seja feita a Cunha Leal que acabou, infelizmente ao fim de muito tempo, de levantar a lebre!!!

Vermelho disse...

amigo kubas:
no santacruzense naturalmente que não tinha lugar, pois a posição já está ocupada por um central de elevada qualidade, embora permaneça na obscuridade de uma divisão regional...
abraço.