Hoje, prossegue a participação portuguesa na Champions, com o Benfica a enfrentar o Copenhaga e o Porto o CSKA.
Na Dinamarca, o Benfica disputa um dos mais importantes jogos da época.
Não por que possa determinar o seu futuro na competição, não por que o possa guindar a um patamar competitivo de excelência, mas simplesmente por que ou vence ou a crise agudiza-se, podendo tomar proporções catastróficas.
Face ao paupérrimo percurso encarnado na presente época, que a vitória sobre o Áustria de Viena e consequente qualificação para a fase de grupos da Champions não logrou apagar, este jogo assume foros de relevância decisiva.
A goleada do Bessa impõe uma resposta à altura, por forma a conjurar célere um cenário depressivo.
Perder significará agonizar num contexto de potenciação exacerbada da crise instalada.
O adversário não se apresentaria como de monta noutra conjuntura, mas perante as dificuldades sentidas e as debilidades evidenciadas na presente época, a tarefa eleva-se a um grau de dificuldade muito maior.
O Benfica deverá apresentar-se no seu esquema habitual – 4x2x3x1, mas com algumas alterações no onze titular.
Assim, na defesa, Alcides e Ricardo Rocha deverão ser chamados a substituir Nelson e Anderson.
Se a entrada de Rocha se ficará a dever ao mau momento de forma evidenciado por Anderson no Bessa, já a titularidade de Alcides explica-se por uma tentativa de adaptação ao tipo de futebol praticado pelo adversário.
Não se pode dizer que o modelo de jogo dos nórdicos seja muito difícil de adivinhar.
Com uma dupla de betão a meio-campo formada por Linderoth e Atiba Hutchinson, e com dois homens rápidos nos flancos - Silberbauer e Gronkjaer -, o ataque do Copenhaga baseia-se em lançamentos longos para a corrida dos alas, a par do recurso ao jogo directo, com cruzamentos para a pequena área.
Face ao peso e estatura dos jogadores do Copenhaga, bem como ao seu modelo de jogo, a titularidade de Alcides resulta consequência natural da sua maior envergadura física.
No meio-campo a única alteração decorre da lesão de Rui Costa, o qual deverá ver o seu lugar ocupado por Nuno Assis.
Poderia optar por colocar Nuno Gomes nas costas de Kikin, mas isso seria muito temerário para um treinador receoso como Fernando Santos.
Nas alas, as maiores alterações.
Julgo que o contexto de crise fará com que Fernando Santos atribua a Simão a titularidade.
Sem ritmo competitivo, vindo de um período de inactividade, por lesão, prolongado, a escolha de Simão não deixará de envolver um risco elevado.
Mas, Fernando Santos sente a necessidade de inverter o ciclo negativo e, por certo, recorrerá Simão, alcandorando-o à condição de salvador da pátria.
Nunca acreditei em homens providenciais, muito menos nestas circunstâncias.
Se tudo correr bem, ninguém ousará criticar a opção, mas se tudo correr mal, Fernando Santos verá um coro de vozes a proclamar, em uníssono, a sua incompetência.
A chamada de Simão aportará sempre uma mais-valia evidente.
Trata-se de um nome com créditos firmados no contexto do futebol europeu, pelo que a sua utilização imporá sempre uma dose acrescida de temor reverencial nos jogadores dinamarqueses.
Á direita, deverá reaparecer Paulo Jorge no lugar de Manu, procurando, assim, Fernando Santos introduzir um apoio mais próximo a Nuno Gomes, através das diagonais tão ao gosto do ex-boavisteiro.
Na frente, estará, como habitualmente, Nuno Gomes.
A chave do êxito repousará na capacidade que o Benfica demonstre de impor os seus princípios de jogo.
Doses elevadas de posse e circulação de bola, pressão alta, por forma a condicionar a saída de bola dinamarquesa e a cercear os lançamentos longos para a área, e velocidade nas transições ofensivas, por forma a potenciar a rapidez dos alas benfiquistas e a aproveitar a dureza de rins dos adversários.
Concentração, sentido posicional e competência no jogo aéreo serão outros dos factores a conjugarem-se para que o desfecho seja favorável.
Caberá ao Benfica facilitar ou dificultar o jogo.
O Copenhaga, face à lesão de Alback, deverá estruturar-se em 4x5x1.
Sem Allback, o treinador deverá deixar o 4x4x2 de lado, a exemplo do que fez na pré-eliminatória de Amesterdão - e, na altura, com uma desvantagem de 2-1 para recuperar - e apostar no reforço do meio-campo: 4x5x1.
Para ajustar o 4x4x2 ao 4x5x1 poderá usar duas soluções: Silberbauer no meio, entregando a direita a Kvist ou ao ganês Pimpong; ou Silberbauer na direita, com Pimpong no meio e Gronkjaer atrás de Berglund. Em qualquer dos casos o meio-campo fica bastante forte.
Há alguns nomes a ter em atenção por parte do Benfica.
Jacobsen é um lateral-direito com habilidade para bons cruzamentos, Hangeland e Gravgaard formam uma dupla de centrais de elevada estatura - com o segundo a ter conquistado a fama de intransponível no jogo aéreo.
Linderoth não tem discussão como líder e tornou-se no primeiro construtor de jogo.
Berglund tem o pique ideal para ser lançado em contra-ataque.
E, claro, há Gronkjaer. O veloz e objectivo extremo, que já passou por Ajax, Chelsea, Birmingham, Atlético Madrid e Estugarda.
Colectivamente, a defesa pode mesmo ser o melhor ataque. Não só pela consistência, mas também pelo poder aéreo que empresta nas bolas paradas.
Os pontapés longos, explorando a altura de Hangeland e Gravgaard, deverão ser frequentes, mesmo que o ponto de partida seja ainda o meio-campo dos dinamarqueses.
Trata-se de uma equipa determinada, veloz e com grande poder físico. Poderá não chegar para grandes feitos na Champions, mas já é um começo.
O Porto recebe o CSKA, na reedição de um duelo com dois anos.
Praticamente dois anos depois (o primeiro jogo foi no dia 14 de Setembro, este vai ser no dia 13 de Setembro), o campeão português e o campeão russo voltam a encontrar-se na primeira jornada da Liga dos Campeões, mas com um mundo de diferenças a separá-los.
Olhando para as equipas que jogaram na altura e para os actuais planteis, nota-se uma enorme desigualdade entre ambas.
Enquanto o CSKA conserva praticamente os mesmos jogadores da altura, o F.C. Porto fez uma remodelação completa. No onze que foi titular por parte dos russos, por exemplo, apenas o checo Jarosik deixou o clube. Todos os restantes dez jogadores permanecem no clube.
Já no F.C. Porto, e partindo do onze titular na altura, apenas Vítor Baía, Pepe, Quaresma e Postiga sem mantêm no Dragão.
O Porto de Jesualdo enfrentará o seu primeiro grande teste.
As alterações ao modelo e ao sistema de jogo introduzidas por Jesualdo, conhecerão teste de fogo nesta partida.
Assim seja superado e tudo rolará com normalidade. Caso contrário, instalar-se-á a dúvida.
Aliás, um resultado menos positivo, isto é um empate ou uma derrota, fará regressar os fantasmas da época passada.
As ausências de Cech, Meireles e Ibson, especialmente a do primeiro, constituem um revés importante na estratégia de Jesualdo.
Cech não encontra substituto à altura no contexto do plantel portista, pelo que uma adaptação de Ricardo Costa é hipótese a considerar.
Já as ausências de Meireles e Ibson pesarão na medida da titularidade que haviam alcançado, pois que alternativas há e muitas.
Outras alterações podem passar pela titularidade de Quaresma e Postiga em detrimento de Tarik e Lisandro.
O CSKA tem optado por uma política de continuidade, sendo a permanência de Valery Gazzaev no comando técnico fiel exemplo.
A esta estabilidade não será alheio o poderio económico de que dispõem, actualmente, os melhores clubes russos.
Claro está que a equipa se apresenta amadurecida, composta por jogadores mais experientes, mais entrosados e mais familiarizados com a cultura do clube.
Além disso, e porque tem ganho, tem uma fórmula de sucesso assente na filosofia do treinador da qual não abdica.
Um dos principais pontos fortes do CSKA reside nas bolas paradas.
Daniel Carvalho é um exímio especialista, sendo que os centrais, Vagner Love e Jô aparecem muito bem nos espaços vazios para finalizar.
A qualidade individual dos brasileiros, Vagner Love, Daniel Carvalho, Dudu Cearense e Jô, é outro dos pontos fortes dos russos.
A recente chamada de Vagner Love, Daniel Carvalho e Dudu Cearense à selecção brasileira é prova disso mesmo.
No jogo que o CSKA realizou no Dragão há dois anos, e que acabou com um nulo final, foi clara a disposição dos russos para, acima de tudo, não perderem.
Apresentaram-se muito confinados à sua defesa, atacando apenas pela certa, movidos pela preocupação de não conceder espaços.
Trata-se de uma equipa tributária da escola soviética de futebol - equipa muito fria, muito calculista e que, antes de mais, procura não perder os jogos.
A magia brasileira confere-lhe um valor acrescentado no desenvolvimento de rápidas transições ofensivas, como se viu em Alvalade na Final da Taça UEFA.
O CSKA é uma equipa típica de contra-ataque, que defende muito bem, que sofre poucos golos e que sai rapidamente para a frente.
Assenta o seu sistema táctico em 5x3x2.
Joga com três centrais e tem dois alas muito rápidos que fazem todo o flanco, mas partindo sempre de trás.
Procura manter sempre a consistência quer no processo defensivo, quer ofensivo, actuando como um bloco onde todos os jogadores defendem com um sentido posicional muito forte, um grande espírito de entreajuda e ocupando bem os espaços.
O Porto necessitará de marcar cedo para espevitar o CSKA a sair da toca e, assim, a conceder espaços no seu extremo reduto.
Quanto mais tardar o primeiro golo, mais difícil se tornará a missão portista.
13 comentários:
Não ganhar em Copenhaga é sempre um mau resultado.
Para além de um treinador ao Benfica falta Mentalidade.
No fundo estou tranquilo porque desde o minuto em que foi anuciado o Imbecil como treinador que previa-se o pior.Tenho tido tempo, e a pré época nisso ajudou,para mem mentalizar para um ano sabático em termos de alegrias desportivas.
Quanto ao FCP-CSKA conto com Wagner Love para mais uma sinfonia em solo Luso.
Como apresentei nos meus palpites Karambas, acho que ambas as equipas vão perder. O Benfica porque está num momento vergonhoso de forma, comandado pelo triste engenheiro. O FCPorto, porque acho que o CSKA é uma equipa demasiado traiçoeira e irá surpreender os portistas.
Quero desde já dar os parabéns ao Benfica que hoje festeja 98 anos. Dia 13 de Setembro de 1908 foi a data de fundação do clube cujo simbolo é uma roda de bicicleta.
Quero depois acrescentar que ainda bem que o Sporting tem o filho do Veloso, pois o Benfica tem o filho do Néne, estando seguramente satisfeito por isso.
Snr. Administrador:
Já aqui foi defendido pelo Snr. Administrador que o Benfica tem o plantel mais equilibrado dos últimos anos.
O que se passa então no Benfica para este início de época desastroso?
Porquê tamanhos receios em defrontar uma equipa medíocre como é o Copos de Água?
Porque não funciona o Benfica?
Se me é permitido opinar, parece-me que vários factores, de diversa natureza, têm vindo a provocar tamanha tremideira:
Fraca qualidade de alguns jogadores, erigidos, não sei como (talvez interesses empresariais do Snr. Veiga) a grandes jogadores - Manu, Paulo Jorge, Marco Ferreira, Nuno Dopado, Beto, Moreto;
A grande farsa que é o Rui Costa - apresentado como o Maestro, o timoneiro, a alma benfiquista, quando, afinal, se trata de um jogador em fim de carreira sem pernas para aguentear um jogo inteiro;
As novelas do sai não sai de Manuel Fernandes e de Simão (este já pela segunda vez);
As disputas pela titularidade da baliza do Benfica, com as guerras entre Moreto, jogador do Veiga, Quim, apoiado pela imprensa, e Moreira, produto das escolas do Benfica;
O constante entra e sai de jogadores em catadupa;
Jogadores dispensados que sem mercado, voltam a reintegrar o plantel mas com os quais o treinador não conta - Karagounis e Kariaka.
São muitas situações negativas juntas que, necessariamente, produzem os seus reflexos em qualquer equipa.
A isto tudo acresce a postura do treinador, que Cavungi apelida de imbecil, que encarna a imagem do perdedor, de sofredor, que não tem um discurso motivador, para quem tudo decorre normalmente, mesmo a passada derrota no Bessa.
E que, ao que sei - e o Snr. Adminstrador também sabe - é extremamente rígido e ríspido com os jogadores, o que em breve vai trazer as suas cosnequências.
Com este quadro, já dificilmente recuperável, estou em crer que o Benfica este ano terá uma época para esquecer.
O Néné tem um filho ou uma filha?
Ou tinha um filho e tem agora uma filha?
Ou tem um filho que é uma filha?
Ou tem uma filha que é um filho?
Dá-me ideia que o Néne tem um filho, que passou a ser filha, mas que não pode ter filhos nem filhas.
Amigo carlos, o engenheiro é ríspido e ainda por cima os jogadors do Benfica , a mando de José Beijoca Veiga, preferem uns valentes beijos,o que aumenta o clima de desilusão entre o plantel.
O Sr. Salame terá sobrevivido à vitória do Sporting de ontem?
amigo carlos:
uma grande orquestra não toca sem um grande maestro.
Fernando Santos não é treinador para o Benfica.
Esse é o grande problema do Benfica.
Faço minhas as palavras do amigo Cavungi.
quanto à apreciação da valia de alguns jogadores, não partilho da tua opinião em relação a alguns deles.
Remeto-te para o post a que te referes no teu comentário.
Digo e reafirmo que o Benfica é a equipa com o plantel mais equilibrado.
Dizer-te, também, que desconhecia seres um espectador tão atento do Copenhaga para afirmares a sua mediocridade.
abraços.
Amigo Vermelho, eu vi o Ajax/ Copenhaga. Acho que a equipa dinamarquesa é muito fraca. Mas hoje como terão pela frente outra equipa fraca, poderão fazer um brilharete.
Amigo Vermelho:
Como sabes, pouco percebo de futebol, muito menos de futebol internacional.
Se queres que te diga, nem sei o nome de nenhum jogador do Copos de água.
Simplesmente, parece-me elementar que o Copos de Água, a nível europeu, corresponderá a um Paços de Ferreira ou a uma Académica.
Daí a ter considerado uma equipa medíocre.
amigo carlos:
Não percebo é como é que uma equipa que disputa a Champions possa ser classificada de medíocre.
Nem percebo como é que se pode afirmar o valor de uma equipa sem a ver actuar.
Deve ser elementar, mas eu, sinceramente, não percebo.
abraço.
Amigo Vermelho:
Por vezes posso não me expressar bem, principalmente quando tive acesa disputa com uma Quinta do Cabriz.
Quero eu dizer que o Copos de Água é das equipas mais fracas da Champions.
Por alguma razão se considerou que o Benfica foi bastante bafejado pelo sorteio e que lhe calhou um grupo acessível, sendo que os dinamarqueses são a equipa mais fraca do grupo.
Se o grupo do Benfica é dos amis fáceis - se não o mais fácil - e se os dinamarqueses são a equipa mais fraca do grupo, considerei-os medíocres.
Aliás, medíocre também é, na minha opinião, o Spartak de Moscovo.
O que não quer dizer que tais equipas não causem dificuldades, pois bem sabemos que sim.
Simplesmente, o que me espanta e me levou a escrever:
"Porquê tamanhos receios em defrontar uma equipa medíocre como é o Copos de Água?"
foi o facto de o Fernando santos vir dizer que "empatar já é bom", o que demonstra receio, a meu ver, da equipa dinamarquesa ou falta de confiança em si próprio, o que é o reverso da medalha do receio.
Espero agora ter-me expressado melhor.
Amigo Carlos, apesar da quinta do cabriz (excelente escolha) fizeste uma análise perfeita.O Frangueto,Beto,Marco, Ferreira e Paulo Jorge (Ai aquele cabelo meu deus) não tem lugar num plantel que se quer campeão.São fracos.
Mas o principal problema do SLB é não ter treinador.O imbecil diz que o empate chega?Com o Copenhaga?Este anormal desconhece o Historial do SLB.Se hoje o empate é um bom resultado, em Manchester um bom resultado será perder por poucos?Esta falta de ambição passa aos jogadores, disso não tenhas dúvidas.E é verdade que o Copenhaga é o Amadora da liga dos campeões.São fracos.Mas hoje por hoje nós tambem.O empate é um bom resultado.Que besta, meu deus.É mesmo um perdedor nato este Imbecil.Aliás a sua carreira feita de insucessos fala por ele.
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