Harry Redknapp conhece bem o adversário do Tottenham no jogo amigável da próxima terça-feira, rendendo-se à dimensão do Benfica. "Sei que é um clube muito grande e que tem uma tradição fantástica", disse o treinador inglês ao sítio oficial das águias na internet, reforçando: "Vejo os jogos e, no Estádio da Luz, a atmosfera é inacreditável. Em Portugal, há grandes equipas. O FC Porto é bom, joga bem, mas o Benfica é o melhor." Antevendo do duelo na Eusébio Cup, o timoneiro dos spurs deixa subentendido que os adeptos vão gostar do espectáculo: "O Benfica joga muito bem, por isso vai ser um jogo muito difícil e interessante."
O técnico britânico elogiou a equipa comandada por Jorge Jesus, mas não se esqueceu da principal figura da história do clube benfiquista: Eusébio. "Era um jogador fantástico! Terminou a carreira nos Estados Unidos da América, em San Jose… Um grande do desporto, um óptimo futebolista que jogou na altura do Pelé", recordou.
sábado, julho 31, 2010
quinta-feira, julho 29, 2010
O peso de Cardozo - Luís Pedro Sousa
O Benfica não tem jogadores com características iguais às de Tacuara, o que gera uma relação de dependência
O regresso de Oscar Cardozo ao Benfica coincidiu com a última fase da pré-época, período em que os jogos são levados mais a sério.
Com os campeonatos à porta, as equipas melhoram logicamente os índices físicos e começam a revelar os necessários automatismos, fruto do trabalho desenvolvido pelos treinadores desde o dia da apresentação.
Sem as facilidades conhecidas ou consentidas em termos técnico-táticos nas semanas anteriores, começamos a ter a noção mais exata do que vale um jogador ou mesmo uma equipa.
Em relação ao bota-de-ouro de "Record" 2009/10 os sinais são claros.
O paraguaio promete uma temporada pelo menos ao nível da anterior, com muitos e decisivos golos.
Tal como, por exemplo, Mário Jardel, não tem a velocidade como imagem de marca e nem sempre apresenta um futebol de grandes primores técnicos.
Faz, no entanto, o mais difícil. Ou por estar no sítio certo, ou por adivinhar onde o companheiro lhe colocará a bola, ou por conseguir impor quase invariavelmente a sua estampa atlética, ei-lo a marcar em 2 jogos consecutivos e frente a adversários de valor.
A forma de atuar do Benfica é favorável a Cardozo e como os encarnados não dispõem no plantel de alguém com características iguais, cria-se uma relação de dependência que beneficia o avançado mas não o clube.
Alan Kardec que, para muitos, seria a alternativa, assume-se cada vez mais como um avançado mais móvel do que posicional.
Não é, neste ponto de vista, concorrente de Saviola e Jara, mas talvez o seja de Weldon e Nuno Gomes, jogadores que pouco têm a ver com Tacuara.
Em suma, para colocar as bolas na rede e dar sequência efetiva ao fluxo ofensivo que toda a equipa gera, resta a Jorge Jesus, conforme ele próprio relevou no último defeso, certificar-se da continuidade de Cardozo e organizar o conjunto em função disso.
O regresso de Oscar Cardozo ao Benfica coincidiu com a última fase da pré-época, período em que os jogos são levados mais a sério.
Com os campeonatos à porta, as equipas melhoram logicamente os índices físicos e começam a revelar os necessários automatismos, fruto do trabalho desenvolvido pelos treinadores desde o dia da apresentação.
Sem as facilidades conhecidas ou consentidas em termos técnico-táticos nas semanas anteriores, começamos a ter a noção mais exata do que vale um jogador ou mesmo uma equipa.
Em relação ao bota-de-ouro de "Record" 2009/10 os sinais são claros.
O paraguaio promete uma temporada pelo menos ao nível da anterior, com muitos e decisivos golos.
Tal como, por exemplo, Mário Jardel, não tem a velocidade como imagem de marca e nem sempre apresenta um futebol de grandes primores técnicos.
Faz, no entanto, o mais difícil. Ou por estar no sítio certo, ou por adivinhar onde o companheiro lhe colocará a bola, ou por conseguir impor quase invariavelmente a sua estampa atlética, ei-lo a marcar em 2 jogos consecutivos e frente a adversários de valor.
A forma de atuar do Benfica é favorável a Cardozo e como os encarnados não dispõem no plantel de alguém com características iguais, cria-se uma relação de dependência que beneficia o avançado mas não o clube.
Alan Kardec que, para muitos, seria a alternativa, assume-se cada vez mais como um avançado mais móvel do que posicional.
Não é, neste ponto de vista, concorrente de Saviola e Jara, mas talvez o seja de Weldon e Nuno Gomes, jogadores que pouco têm a ver com Tacuara.
Em suma, para colocar as bolas na rede e dar sequência efetiva ao fluxo ofensivo que toda a equipa gera, resta a Jorge Jesus, conforme ele próprio relevou no último defeso, certificar-se da continuidade de Cardozo e organizar o conjunto em função disso.
"David Luiz joga como um inglês"
Pelo segundo ano consecutivo, Steve Bruce saiu derrotado na pré-temporada aos pés do Benfica. O treinador do Sunderland, que os encarnados bateram na terça-feira em Albufeira por 2-0, ainda se recorda do mesmo resultado entre as duas equipas há cerca de um ano, no Torneio de Amesterdão. De quem o técnico inglês não se recordava tão bem era de David Luiz, que desta vez o deixou fascinado. "Qual é a nacionalidade dele?", perguntou, na breve conversa com O JOGO, logo após a partida. "Ah, foi chamado agora à selecção brasileira. Não me surpreende nada. É muito bom. Joga com coragem, determinação e um espírito de luta incrível. É o tipo de jogador que agrada muito em Inglaterra", constatou.
O treinador dos black cats não está surpreendido que o 23 dos encarnados tenha motivado a cobiça de vários endinheirados da Europa, com Chelsea e Manchester City a liderar a lista de interessados. "Ele podia jogar em qualquer liga do mundo. E seria um jogador que se enquadraria muito bem em Inglaterra, devido à forma como lidera a equipa e vai a todos os lances como se fossem os mais importantes da sua carreira. Ele joga como um inglês", elogiou.
O antigo capitão do Manchester United, que também jogava como defesa-central, prosseguiu nos elogios a vários futebolistas dos encarnados, mostrando-se surpreendido por o Benfica ter apresentado apenas um reforço de início. "Continuo a achar o Cardozo um goleador temível, um avançado que marca golos de várias formas", sublinhou, deixando também uma palavra para Aimar e Saviola, que "chamam sempre a atenção pela qualidade técnica". Depois "há também o lateral-esquerdo, o miúdo que esteve no Mundial, que é muito bom"; Fábio Coentrão, claro.
Contas feitas, Steve Bruce não tem dúvidas: "O Benfica será a equipa a bater outra vez em Portugal." E na Liga dos Campeões? "Bom, aí será mais difícil. É um clube com um grande nome, um nome histórico, mas há adversários muito fortes e tudo depende de muitos pormenores. Para começar, vai depender do sorteio da fase de grupos. Se tiverem sorte…", previu.
O treinador dos black cats não está surpreendido que o 23 dos encarnados tenha motivado a cobiça de vários endinheirados da Europa, com Chelsea e Manchester City a liderar a lista de interessados. "Ele podia jogar em qualquer liga do mundo. E seria um jogador que se enquadraria muito bem em Inglaterra, devido à forma como lidera a equipa e vai a todos os lances como se fossem os mais importantes da sua carreira. Ele joga como um inglês", elogiou.
O antigo capitão do Manchester United, que também jogava como defesa-central, prosseguiu nos elogios a vários futebolistas dos encarnados, mostrando-se surpreendido por o Benfica ter apresentado apenas um reforço de início. "Continuo a achar o Cardozo um goleador temível, um avançado que marca golos de várias formas", sublinhou, deixando também uma palavra para Aimar e Saviola, que "chamam sempre a atenção pela qualidade técnica". Depois "há também o lateral-esquerdo, o miúdo que esteve no Mundial, que é muito bom"; Fábio Coentrão, claro.
Contas feitas, Steve Bruce não tem dúvidas: "O Benfica será a equipa a bater outra vez em Portugal." E na Liga dos Campeões? "Bom, aí será mais difícil. É um clube com um grande nome, um nome histórico, mas há adversários muito fortes e tudo depende de muitos pormenores. Para começar, vai depender do sorteio da fase de grupos. Se tiverem sorte…", previu.
quarta-feira, julho 28, 2010
Fixação por Roberto - Luís Avelãs
Jorge Jesus ficou “enjoado” quando, após o embate em que o Benfica derrotou o Sunderland (2-0), lhe perguntaram sobre a ausência de Roberto. Segundo me recordo, o treinador acusou o jornalista de estar sempre a colocar questões sobre o guardião espanhol.
Não faço ideia se o repórter em causa tem feito muitas perguntas similares. Contudo, tenho a certeza que, após o primeiro embate em que o ex-guarda redes do Saragoça ficou de fora, era imperativo questionar o técnico sobre o porquê da alteração. Em condições normais, concordo, tal não seria um tema pertinente, pois todas as equipas costumam rodar os respectivos plantéis na pré-temporada. No entanto, até este duelo com os britânicos, Jesus tinha explicado ao Mundo que, com ele, era Roberto e mais 10!
Já disse várias vezes que não me pareceu minimamente acertada a decisão do clube da Luz em não renovar contrato com Quim. Também já referi que tenho dificuldades em perceber o que leva um emblema a abdicar de um titular (totalista na Liga) para manter nas suas fileiras os segundo e terceiro guarda-redes da época anterior quando, ainda por cima, o treinador é o mesmo. Depois, constatar que a aposta para a vaga não passa por um nome inquestionável, mas sim por alguém que tem como cartão de visita 19 jogos no campeonato espanhol... é igualmente estranho. Como não é normal saber-se que o negócio custou 8,5 milhões de euros aos cofres benfiquistas. Mas, o mais impressionante é ver a forma completamente descontrolada como Jesus tem tentado atenuar os contínuos deslizes do espanhol.
Com toda a sinceridade, não me parece grave que Roberto tenha sofrido uns frangos. Não há guarda-redes a quem isso não aconteça e, se pudessem, todos escolhiam tropeçar quando ainda nada está em causa. E tendo em conta que mudou de clube, de país, de treinador e de companheiros isso até acaba por ser normal. De resto, ainda não fez nenhuma partida com o esperado quarteto defensivo (Maxi Pereira-Luisão-David Luiz-Fábio Coentrão) à sua frente.
O problema é que se Jesus fez bem em defender o atleta, conferindo-lhe confiança, esteve mal ao conseguir ver boas exibições quando toda a gente observou prestações medíocres. O técnico podia e devia ter desvalorizado os erros, mas ao não reconhece-los, tornou o guardião um alvo ainda mais apetecido. E também ficou mal na fotografia, pois alguém que costuma ser muito directo quando tem de dizer determinadas verdades (incómodas para terceiros em diversas ocasiões), devia saber que há explicações e explicações. E ele tem utilizado algumas sem pés nem cabeça para justificar... o injustificável.
Jesus é o treinador do Benfica e tem toda a legitimidade para dispensar e contratar quem quer, da mesma forma que só a ele compete escolher o onze. Mas, não se pode esquecer que uma equipa não é formada apenas por 11 jogadores. E quando alguém falha, o normal passa por dar oportunidades aos outros. Roberto não pode ter o estatuto de intocável. E muito menos se teimar em falhar quando joga. Júlio César e Moreira não são meros figurantes no plantel, e, coincidência ou não, com o Sunderland não sofreram golos, algo que Roberto ainda não fez uma única vez com excepção do embate com os suíços que ninguém sabe quem são nem em que divisão actuam.
Reafirmo que as partidas de pré-temporada pouco ou nada valem, mas é certo que servem de indicadores. E no caso concreto do Benfica, se se pode dizer que, ofensivamente, a máquina parece continuar oleada, na baliza as coisas têm estado complicadas. E por muito que isso custe a Jesus (e não só), o problema tem sido... Roberto. O tal guarda-redes que foi contratado para valer pontos ainda não garantiu nem perdeu nenhum, mas se já estivéssemos a falar de jogos a sério... tinha oferecido alguns ao Sion e ao Groningen.
Se Jesus não quer que a imprensa tenha fixação com as perguntas sobre Roberto, deveria começar por não estar fixado em transformá-lo em titular à força.
Não faço ideia se o repórter em causa tem feito muitas perguntas similares. Contudo, tenho a certeza que, após o primeiro embate em que o ex-guarda redes do Saragoça ficou de fora, era imperativo questionar o técnico sobre o porquê da alteração. Em condições normais, concordo, tal não seria um tema pertinente, pois todas as equipas costumam rodar os respectivos plantéis na pré-temporada. No entanto, até este duelo com os britânicos, Jesus tinha explicado ao Mundo que, com ele, era Roberto e mais 10!
Já disse várias vezes que não me pareceu minimamente acertada a decisão do clube da Luz em não renovar contrato com Quim. Também já referi que tenho dificuldades em perceber o que leva um emblema a abdicar de um titular (totalista na Liga) para manter nas suas fileiras os segundo e terceiro guarda-redes da época anterior quando, ainda por cima, o treinador é o mesmo. Depois, constatar que a aposta para a vaga não passa por um nome inquestionável, mas sim por alguém que tem como cartão de visita 19 jogos no campeonato espanhol... é igualmente estranho. Como não é normal saber-se que o negócio custou 8,5 milhões de euros aos cofres benfiquistas. Mas, o mais impressionante é ver a forma completamente descontrolada como Jesus tem tentado atenuar os contínuos deslizes do espanhol.
Com toda a sinceridade, não me parece grave que Roberto tenha sofrido uns frangos. Não há guarda-redes a quem isso não aconteça e, se pudessem, todos escolhiam tropeçar quando ainda nada está em causa. E tendo em conta que mudou de clube, de país, de treinador e de companheiros isso até acaba por ser normal. De resto, ainda não fez nenhuma partida com o esperado quarteto defensivo (Maxi Pereira-Luisão-David Luiz-Fábio Coentrão) à sua frente.
O problema é que se Jesus fez bem em defender o atleta, conferindo-lhe confiança, esteve mal ao conseguir ver boas exibições quando toda a gente observou prestações medíocres. O técnico podia e devia ter desvalorizado os erros, mas ao não reconhece-los, tornou o guardião um alvo ainda mais apetecido. E também ficou mal na fotografia, pois alguém que costuma ser muito directo quando tem de dizer determinadas verdades (incómodas para terceiros em diversas ocasiões), devia saber que há explicações e explicações. E ele tem utilizado algumas sem pés nem cabeça para justificar... o injustificável.
Jesus é o treinador do Benfica e tem toda a legitimidade para dispensar e contratar quem quer, da mesma forma que só a ele compete escolher o onze. Mas, não se pode esquecer que uma equipa não é formada apenas por 11 jogadores. E quando alguém falha, o normal passa por dar oportunidades aos outros. Roberto não pode ter o estatuto de intocável. E muito menos se teimar em falhar quando joga. Júlio César e Moreira não são meros figurantes no plantel, e, coincidência ou não, com o Sunderland não sofreram golos, algo que Roberto ainda não fez uma única vez com excepção do embate com os suíços que ninguém sabe quem são nem em que divisão actuam.
Reafirmo que as partidas de pré-temporada pouco ou nada valem, mas é certo que servem de indicadores. E no caso concreto do Benfica, se se pode dizer que, ofensivamente, a máquina parece continuar oleada, na baliza as coisas têm estado complicadas. E por muito que isso custe a Jesus (e não só), o problema tem sido... Roberto. O tal guarda-redes que foi contratado para valer pontos ainda não garantiu nem perdeu nenhum, mas se já estivéssemos a falar de jogos a sério... tinha oferecido alguns ao Sion e ao Groningen.
Se Jesus não quer que a imprensa tenha fixação com as perguntas sobre Roberto, deveria começar por não estar fixado em transformá-lo em titular à força.
Quem está a somar pontos no Benfica - António Magalhães
O Benfica fez o primeiro de três jogos em seis dias no Algarve e venceu fácil o Sunderland, adversário generoso mas limitado.
Na 1.ª parte jogou o onze com menos titulares com mais de meia equipa à procura de um lugar ao sol: Júlio César, Sidnei, Javi Garcia, Felipe Menezes, Jara, César Peixoto e Weldon.
Na 2.ª, alinhou a equipa mais rodada, sendo que Moreira, Luis Filipe, Roderick, Fábio Faria e Nuno Gomes não estarão sequer entre as segundas opções de Jesus. Destes, Luis Filipe é o que somou mais pontos no ranking do plantel.
De todos os que não são "intocáveis", os que merecem algumas observações são:
Javi Garcia deu provas de que está pronto para "exigir" o lugar que foi seu na época passada. Airton é que não facilita. O facto do brasileiro ter saído tocado, pode dar agora margem a Javi para voltar a impôr-se.
Jara muito mexido e empenhado mas ainda sem encontrar os caminhos certos. Mas está também claramente a ganhar pontos.
Cardozo é supostamente o titular, mas como chegou mais tarde, foi Kardec quem se tornou primeira opção. A luta promete. O paraguaio (re) entrou da melhor maneira, a fazer golos. Mas Kardec está bem. Motivado e confiante. Ontem, perdeu a oportunidade de fazer golos porque procurou outras soluções. Os golos vão fazer toda a diferença.
Felipe Menezes falhou a oportunidade. É bom jogador, mas o futebol também é um estado de ânimo e Menezes não parece estar confiante nas suas capacidades e possibilidades na equipa.
Weldon será sempre uma "arma secreta".
César Peixoto eleva a êxigência e melhora a qualidade da luta por quem quer ser conquistar um lugar na equipa.
Com as chegadas de Luisão e Ramires, Jesus ficou com o plantel completo. Se eles ficarem, só falta ganhar a dinâmica certa para que o Benfica continue a somar vitórias.
O único problema é Roberto, o homem que veio para dar pontos. Se o guarda-redes não começar rapidamente a justificar a aposta, pode tornar-se um verdadeiro pesadelo para Jesus e para o Benfica.
Na 1.ª parte jogou o onze com menos titulares com mais de meia equipa à procura de um lugar ao sol: Júlio César, Sidnei, Javi Garcia, Felipe Menezes, Jara, César Peixoto e Weldon.
Na 2.ª, alinhou a equipa mais rodada, sendo que Moreira, Luis Filipe, Roderick, Fábio Faria e Nuno Gomes não estarão sequer entre as segundas opções de Jesus. Destes, Luis Filipe é o que somou mais pontos no ranking do plantel.
De todos os que não são "intocáveis", os que merecem algumas observações são:
Javi Garcia deu provas de que está pronto para "exigir" o lugar que foi seu na época passada. Airton é que não facilita. O facto do brasileiro ter saído tocado, pode dar agora margem a Javi para voltar a impôr-se.
Jara muito mexido e empenhado mas ainda sem encontrar os caminhos certos. Mas está também claramente a ganhar pontos.
Cardozo é supostamente o titular, mas como chegou mais tarde, foi Kardec quem se tornou primeira opção. A luta promete. O paraguaio (re) entrou da melhor maneira, a fazer golos. Mas Kardec está bem. Motivado e confiante. Ontem, perdeu a oportunidade de fazer golos porque procurou outras soluções. Os golos vão fazer toda a diferença.
Felipe Menezes falhou a oportunidade. É bom jogador, mas o futebol também é um estado de ânimo e Menezes não parece estar confiante nas suas capacidades e possibilidades na equipa.
Weldon será sempre uma "arma secreta".
César Peixoto eleva a êxigência e melhora a qualidade da luta por quem quer ser conquistar um lugar na equipa.
Com as chegadas de Luisão e Ramires, Jesus ficou com o plantel completo. Se eles ficarem, só falta ganhar a dinâmica certa para que o Benfica continue a somar vitórias.
O único problema é Roberto, o homem que veio para dar pontos. Se o guarda-redes não começar rapidamente a justificar a aposta, pode tornar-se um verdadeiro pesadelo para Jesus e para o Benfica.
Steve Bruce sobre o SLBenfica
Steve Bruce was pleased with his team's work rate despite the scoreline against Benfica in Albufeira.
The Portuguese side ran out 2-0 winners but they were matched for effort by a Sunderland team who suffered their first defeat of the pre-season.
The Black Cats will now return to England ahead of Saturday's game against Leicester and Bruce was delighted with the way they battled against a team he considers to be amongst the best on the Continent.
"It was a fabulous run-out and work-out against a really, really top team," he said.
"It's always good to play against these top teams in Europe and you can see why they're Portuguese champions and cup champions. They had a wonderful season last year and they've got some very talented players.
"It was a great workout. I was very, very pleased.
"When you play against the top teams like we've played against, the one thing you have to do is work hard. They did that exceptionally well.
"We were lacking a little bit of cut and thrust up front with Benty not there and Kenwyne having to come off. All in all, a good work-out which will stand us in good stead."
The Portuguese side ran out 2-0 winners but they were matched for effort by a Sunderland team who suffered their first defeat of the pre-season.
The Black Cats will now return to England ahead of Saturday's game against Leicester and Bruce was delighted with the way they battled against a team he considers to be amongst the best on the Continent.
"It was a fabulous run-out and work-out against a really, really top team," he said.
"It's always good to play against these top teams in Europe and you can see why they're Portuguese champions and cup champions. They had a wonderful season last year and they've got some very talented players.
"It was a great workout. I was very, very pleased.
"When you play against the top teams like we've played against, the one thing you have to do is work hard. They did that exceptionally well.
"We were lacking a little bit of cut and thrust up front with Benty not there and Kenwyne having to come off. All in all, a good work-out which will stand us in good stead."
terça-feira, julho 27, 2010
Rodrigo por Mourinho
Rodrigo no Benfica? «Não sei. Sei que é um bom jogador do Real Madrid, está a jogar no Campeonato da Europa de sub-19. Se fica, óptimo, se sai para um clube como o Benfica e para o campeonato português, óptimo também para a sua carreira»
David Luiz por Mourinho
David Luiz: «É um central que se vai tornar importante a médio prazo no futebol europeu». «Houve pequenas conversações», mas «há preços que são proibitivos e desejos que são de respeitar»
segunda-feira, julho 26, 2010
Rei David Luiz - Rui Dias
A grande montra do Mundial confirmou o domínio de centrais inteligentes, atléticos, autoritários, eficazes, que sabem ocupar o espaço e atacar a bola, pelo chão e pelo ar. São jogadores de catálogo, que cumprem as regras do senso comum mas que, ao contrário dos seus pares de há 10, 20 ou 30 anos, limitam o objetivo de não cometer erros à destruição a qualquer preço. David Luiz ainda não tem tempo de carreira para igualar as doses elevadas de fiabilidade das maiores referências da função, mas assenta em atributo que poucos entre os melhores da atualidade possuem: a classe de se antecipar aos factos, adivinhar as intenções dos adversários e anulá-los com extraordinária limpeza; de sair a jogar com a cabeça levantada e a bola colada aos pés, como se esta obedecesse a todas as suas ordens; de dar brilhantismo e elegância a cada intervenção, criando a imagem de um ser superior, inultrapassável e invencível.
Pretendido por algumas das maiores potências futebolísticas do momento, David Luiz optou por manter lealdade ao Benfica. Ao contrário de outros nas suas circunstâncias, recusou ser o profissional que fala apenas a linguagem do futebol e mostrou vínculos mais sólidos aos alicerces do clube que representa. Tendo em conta o crescimento como jogador, fará bem se resistir à tentação. Como disse um dia Manuel Alegre, pensando em coisas muito mais importantes, “por vezes a grande aventura é ficar”.
Um caso desfasado no tempo e na forma de amor à camisola? David Luiz, que já é um dos capitães da equipa, escolheu em função do prazer de jogar onde é feliz, de acordo com as promessas de dirigentes que nunca o enganaram; de um treinador que assumiu o desígnio de o conduzir às portas do paraíso; de adeptos que o amam e de companheiros com quem criou cumplicidades para o resto da vida. Dentro de um ano, quando tiver concentrado todas as armas necessárias ao início de um reinado no futebol, já será titular da seleção do Brasil e sério candidato a melhor central do Planeta. Só precisa que a sorte não lhe vire as costas.
Pretendido por algumas das maiores potências futebolísticas do momento, David Luiz optou por manter lealdade ao Benfica. Ao contrário de outros nas suas circunstâncias, recusou ser o profissional que fala apenas a linguagem do futebol e mostrou vínculos mais sólidos aos alicerces do clube que representa. Tendo em conta o crescimento como jogador, fará bem se resistir à tentação. Como disse um dia Manuel Alegre, pensando em coisas muito mais importantes, “por vezes a grande aventura é ficar”.
Um caso desfasado no tempo e na forma de amor à camisola? David Luiz, que já é um dos capitães da equipa, escolheu em função do prazer de jogar onde é feliz, de acordo com as promessas de dirigentes que nunca o enganaram; de um treinador que assumiu o desígnio de o conduzir às portas do paraíso; de adeptos que o amam e de companheiros com quem criou cumplicidades para o resto da vida. Dentro de um ano, quando tiver concentrado todas as armas necessárias ao início de um reinado no futebol, já será titular da seleção do Brasil e sério candidato a melhor central do Planeta. Só precisa que a sorte não lhe vire as costas.
Finalmente, Fez-se Justiça
David Luiz acabou de ver o seu nome incluído na primeira lista de convocados elaborada por Mano Menezes. O defesa do Benfica é chamado pela primeira vez à selecção do Brasil!
Mano Menzes, ex-técnico do Corinthians foi esta segunda-feira oficialmente apresentado como novo treinador da selecção brasileira. O novo comandante do «escrete» divulgou a lista de convocados para o primeiro jogo à frente da canarinha, num amigável contra os Estados Unidos a realizar no dia 10 de Agosto. Ramires também foi convocado.
A missão de Mano Menezes não é fácil. O objectivo é renovar a selecção brasileira que fez um Mundial na África do Sul aquém das expectativas. O novo seleccionador vai construir uma equipa tendo em conta o campeonato do mundo de 2014, que vai ter lugar no Brasil. Para este primeiro teste, decidiu chamar 13 atletas que jogam no Brasileirão e 11 actualmente na Europa.
Os jogadores que se estreiam são os seguintes: Victor, Jefferson, Renan, Rafael, David Luiz, Réver, Ederson, Paulo Henrique Ganso, Henrique, Jucilei, Neymar e André.
LISTA DE CONVOCADOS:
Guarda-redes: Victor (Grémio), Jefferson (Botafogo) e Renan (Avaí);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester United), André Santos (Fenerbahçe) e Marcelo (Real Madrid);
Centrais: David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético Mineiro) e Thiago Silva (Milan);
Médios: Ramires (Benfica), Sandro (Internacional), Lucas (Liverpool), Carlos Eduardo (Hoffenheim), Éderson (Lyon), Ganso (Santos), Jucilei (Corinthians) e Hernanes (São Paulo);
Avançados: Pato (Milan), Robinho (Santos), André (Santos), Neymar (Santos) e Diego Tardelli (Atlético Mineiro).
Mano Menzes, ex-técnico do Corinthians foi esta segunda-feira oficialmente apresentado como novo treinador da selecção brasileira. O novo comandante do «escrete» divulgou a lista de convocados para o primeiro jogo à frente da canarinha, num amigável contra os Estados Unidos a realizar no dia 10 de Agosto. Ramires também foi convocado.
A missão de Mano Menezes não é fácil. O objectivo é renovar a selecção brasileira que fez um Mundial na África do Sul aquém das expectativas. O novo seleccionador vai construir uma equipa tendo em conta o campeonato do mundo de 2014, que vai ter lugar no Brasil. Para este primeiro teste, decidiu chamar 13 atletas que jogam no Brasileirão e 11 actualmente na Europa.
Os jogadores que se estreiam são os seguintes: Victor, Jefferson, Renan, Rafael, David Luiz, Réver, Ederson, Paulo Henrique Ganso, Henrique, Jucilei, Neymar e André.
LISTA DE CONVOCADOS:
Guarda-redes: Victor (Grémio), Jefferson (Botafogo) e Renan (Avaí);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester United), André Santos (Fenerbahçe) e Marcelo (Real Madrid);
Centrais: David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético Mineiro) e Thiago Silva (Milan);
Médios: Ramires (Benfica), Sandro (Internacional), Lucas (Liverpool), Carlos Eduardo (Hoffenheim), Éderson (Lyon), Ganso (Santos), Jucilei (Corinthians) e Hernanes (São Paulo);
Avançados: Pato (Milan), Robinho (Santos), André (Santos), Neymar (Santos) e Diego Tardelli (Atlético Mineiro).
domingo, julho 25, 2010
Vantagem na Luz - Luís Óscar
O Benfica apresentou-se ontem aos adeptos e o FC Porto mostrará hoje a equipa no Dragão, uma semana depois do Sporting que, no entanto, não retira qualquer vantagem deste avanço. Pelo contrário, os leões partem em desvantagem na corrida ao título 2010/11, como bem se viu na madrugada de ontem, apesar do triunfo nos EUA.
Paulo Sérgio, o novo treinador do Sporting, ainda se debate com problemas de afirmação. O relacionamento com o enorme ego de Liedson precisa de encontrar um patamar aceitável. O Levezinho é agora um dos (quantos?) novos capitães mas isso não lhe dará privilégios na hora de jogar, obviamente, se bem que não esteja em causa a titularidade do homem que marcou na primeira vez que tocou na bola frente à Coreia do Norte, na África do Sul mas ontem nem sequer chegou a entrar. Yannick, por seu turno, continua a aproveitar a montra da pré-época para pôr um pé fora de Alvalade e aumentar os problemas do treinador, que já trabalhou para suprir a falta de Miguel Veloso – o tal que preferia (não) jogar no Sporting a mudar-se para Génova... – e vai desenrascando a baliza com o improvável Tiago. Enfim, muito por fazer, embora os resultados não estejam a desagradar.
Sem se colocar a questão da autoridade, embora André Villas-Boas ainda seja mais novo do que Paulo Sérgio, o FC Porto estreia um técnico que, no entanto, precisa de ganhar algo para poder ser encarado como uma ameaça real ao reinado que a águia iniciou na última época. A Supertaça é o troféu ideal para o dragão lançar o desafio.
Tal como sucede com Jorge Jesus no Benfica, Villas-Boas está bastante dependente dos nomes que lhe falta... perder. Bruno Alves e Raul Meireles são pilares que não podem entrar nas certezas do treinador, da mesma maneira que David Luiz e Ramires são joias que Jesus não tem garantias de poder continuar a ostentar. Mas com uma grande diferença: há muito que o timoneiro dos encarnados se prepara para estas eventuais perdas. É esta a principal vantagem do Benfica, inerente ao facto de (man)ter o experiente treinador do título.
Paulo Sérgio, o novo treinador do Sporting, ainda se debate com problemas de afirmação. O relacionamento com o enorme ego de Liedson precisa de encontrar um patamar aceitável. O Levezinho é agora um dos (quantos?) novos capitães mas isso não lhe dará privilégios na hora de jogar, obviamente, se bem que não esteja em causa a titularidade do homem que marcou na primeira vez que tocou na bola frente à Coreia do Norte, na África do Sul mas ontem nem sequer chegou a entrar. Yannick, por seu turno, continua a aproveitar a montra da pré-época para pôr um pé fora de Alvalade e aumentar os problemas do treinador, que já trabalhou para suprir a falta de Miguel Veloso – o tal que preferia (não) jogar no Sporting a mudar-se para Génova... – e vai desenrascando a baliza com o improvável Tiago. Enfim, muito por fazer, embora os resultados não estejam a desagradar.
Sem se colocar a questão da autoridade, embora André Villas-Boas ainda seja mais novo do que Paulo Sérgio, o FC Porto estreia um técnico que, no entanto, precisa de ganhar algo para poder ser encarado como uma ameaça real ao reinado que a águia iniciou na última época. A Supertaça é o troféu ideal para o dragão lançar o desafio.
Tal como sucede com Jorge Jesus no Benfica, Villas-Boas está bastante dependente dos nomes que lhe falta... perder. Bruno Alves e Raul Meireles são pilares que não podem entrar nas certezas do treinador, da mesma maneira que David Luiz e Ramires são joias que Jesus não tem garantias de poder continuar a ostentar. Mas com uma grande diferença: há muito que o timoneiro dos encarnados se prepara para estas eventuais perdas. É esta a principal vantagem do Benfica, inerente ao facto de (man)ter o experiente treinador do título.
Um Benfica a recuperar identidade - Luís Mateus
A comparação será certamente feita pelos adeptos. Os do Sporting vêem a sua equipa muito mais consistente depois da vitória frente ao City, sobretudo no controlo que sempre tiveram da partida, os do Benfica sustêm a esperança num ataque que continua entusiasmante, apesar dos (muitos) golos sofridos em toda a pré-época. Todos têm razão, embora não o vejam. A diferença está no ponto de partida. O Benfica, com quase os mesmos ingredientes, já deu certo; o Sporting vem de um passado recente angustiante. E as comparações, por agora, devem ficar por aí. Porque não é possível fazê-las em profundidade.
Depois do jogo de apresentação dos encarnados, continuo a achar o mesmo de há algum tempo. Na hora de atacar, a essência das grandes exibições da última temporada está lá. O perfume de Saviola e Aimar, e a irreverência de Carlos Martins continuam a manter o sector em alta rotação. E agora chegam Coentrão e Cardozo, que fizeram questão de redesenhar aquele movimento que tantos golos deu na última temporada. Por aí, Jesus tem razões suficiente para ficar descansado. Gaitán, o substituto de Di María, já mostrou talento e o cinzento desta última exibição foi anulado pela subida de Coentrão para o ataque, para já o plano B para injectar energia à ala esquerda. O único senão é que a época é longa, e faria todo o sentido ter outra opção para o corredor. Lesões, castigos, estou certo que os responsáveis do Benfica conhecem a lengalenga.
No plano oposto, as coisas não têm corrido bem. Dois golos sofridos com o Sion, um com o Aris, três com o Groningen, três com o V. Guimarães e dois com o Mónaco. Onze! Alguns tiveram «carimbo» de Roberto e podem ser considerados acidentes, outros resultaram de movimentos de contra-ataque, acções em que o Benfica raramente foi surpreendido na última temporada. Atenuantes foram as ausências na defesa: Luisão, Maxi Pereira e Fábio Coentrão, três titulares do onze campeão. Outro tema poderá ser o início de época hesitante de Javi García (hoje já melhor), que Jesus percebeu rapidamente, com a recente aposta em Airton.
Um parêntesis aqui. Javi García e Airton são dois bons jogadores, mas funcionam de maneira diferente para a equipa. Compreendo que o brasileiro seja mais enérgico, mas a inteligência do espanhol é bem mais útil na hora de reequilibrar a defesa. Esta aparente fragilidade momentânea do ex-jogador do Real Madrid poderá explicar também parte dos problemas que os homens mais recuados têm sentido. E também falta Ramires, e tudo leva a crer que faltará no resto da temporada face às notícias do assédio dos grandes da Europa. O brasileiro é todo ele feito de equilíbrios e fundamental nos dois processos da equipa: o atacante e o defensivo. Todos estes factores, mais o desgaste do início de temporada, podem explicar como a melhor defesa do último campeonato sofre agora tantos golos. Jesus tem 15 dias até à Supertaça para corrigir alguns movimentos (que também não estão a funcionar tão bem como no passado) e contou hoje, para já, com uma excelente notícia: Sidnei fez o melhor jogo da pré-época.
Outra boa notícia, se for lida dessa forma, é que a equipa tem conseguido reagir ao mau karma de Roberto (sem culpa nos golos sofridos perante os franceses), nunca se perdendo em campo. É sinal que todos sabem o que têm a fazer.
O argumento de não valorizar em excesso o que se passa na pré-época vale também para as coisas negativas. O Benfica está muito longe de ser uma equipa perfeita, mas parece claro que os problemas estão identificados e há a confiança cega de que, mais cedo ou mais tarde, tudo funcionará em bloco. É verdade que parte mais acima do que os outros, mas muito mais importante é em que degrau se chega. E isso está longe de estar decidido. Muito longe.
Depois do jogo de apresentação dos encarnados, continuo a achar o mesmo de há algum tempo. Na hora de atacar, a essência das grandes exibições da última temporada está lá. O perfume de Saviola e Aimar, e a irreverência de Carlos Martins continuam a manter o sector em alta rotação. E agora chegam Coentrão e Cardozo, que fizeram questão de redesenhar aquele movimento que tantos golos deu na última temporada. Por aí, Jesus tem razões suficiente para ficar descansado. Gaitán, o substituto de Di María, já mostrou talento e o cinzento desta última exibição foi anulado pela subida de Coentrão para o ataque, para já o plano B para injectar energia à ala esquerda. O único senão é que a época é longa, e faria todo o sentido ter outra opção para o corredor. Lesões, castigos, estou certo que os responsáveis do Benfica conhecem a lengalenga.
No plano oposto, as coisas não têm corrido bem. Dois golos sofridos com o Sion, um com o Aris, três com o Groningen, três com o V. Guimarães e dois com o Mónaco. Onze! Alguns tiveram «carimbo» de Roberto e podem ser considerados acidentes, outros resultaram de movimentos de contra-ataque, acções em que o Benfica raramente foi surpreendido na última temporada. Atenuantes foram as ausências na defesa: Luisão, Maxi Pereira e Fábio Coentrão, três titulares do onze campeão. Outro tema poderá ser o início de época hesitante de Javi García (hoje já melhor), que Jesus percebeu rapidamente, com a recente aposta em Airton.
Um parêntesis aqui. Javi García e Airton são dois bons jogadores, mas funcionam de maneira diferente para a equipa. Compreendo que o brasileiro seja mais enérgico, mas a inteligência do espanhol é bem mais útil na hora de reequilibrar a defesa. Esta aparente fragilidade momentânea do ex-jogador do Real Madrid poderá explicar também parte dos problemas que os homens mais recuados têm sentido. E também falta Ramires, e tudo leva a crer que faltará no resto da temporada face às notícias do assédio dos grandes da Europa. O brasileiro é todo ele feito de equilíbrios e fundamental nos dois processos da equipa: o atacante e o defensivo. Todos estes factores, mais o desgaste do início de temporada, podem explicar como a melhor defesa do último campeonato sofre agora tantos golos. Jesus tem 15 dias até à Supertaça para corrigir alguns movimentos (que também não estão a funcionar tão bem como no passado) e contou hoje, para já, com uma excelente notícia: Sidnei fez o melhor jogo da pré-época.
Outra boa notícia, se for lida dessa forma, é que a equipa tem conseguido reagir ao mau karma de Roberto (sem culpa nos golos sofridos perante os franceses), nunca se perdendo em campo. É sinal que todos sabem o que têm a fazer.
O argumento de não valorizar em excesso o que se passa na pré-época vale também para as coisas negativas. O Benfica está muito longe de ser uma equipa perfeita, mas parece claro que os problemas estão identificados e há a confiança cega de que, mais cedo ou mais tarde, tudo funcionará em bloco. É verdade que parte mais acima do que os outros, mas muito mais importante é em que degrau se chega. E isso está longe de estar decidido. Muito longe.
sábado, julho 24, 2010
SLBenfica 3 Mónaco 2 Assustar e Deslumbrar
Jorge Jesus teve a prenda da vitória no dia do seu 56º aniversário, mas os adeptos não saíram totalmente contentes neste sábado do Estádio da Luz. Os campeões nacionais apresentaram-se em festa, perante 40.777 espectadores, mas o desempenho da equipa revelou que há mais trabalho a fazer para acertar de vez o jogo.
Num esquema de 4x4x2, o Benfica mostrou algumas dificuldades em organizar-se. Pablo Aimar e Carlos Martins trabalharam bem na recuperação de bolas a meio-campo, com o internacional português a tentar por várias vezes a sua sorte com remates de fora da área. Porém, a distribuição de jogo não correu da melhor forma e contaram-se passes a mais falhados pelos encarnados no miolo do terreno. O reforço Gaitán também não brilhou.
Na frente, Saviola foi superior a Kardec. O argentino fez levantar o estádio e esteve perto de marcar por duas vezes: primeiro, com um remate da zona frontal, após passe de Aimar, depois, dentro da área com um chapéu que Ruffier acabou por sacudir a tempo.
Não marcou Saviola, acertou Airton. À meia hora de jogo, o médio respondeu a um canto de Aimar com um cabeceamento certeiro ao segundo poste. Mas o desacerto encarnado não mostrou grandes melhoras e, aos 42 minutos, após um mau atraso de Carlos Martins, o avançado Sagbo aproveitou para passar pelo central Sidnei e fazer o empate com facilidade. Já nos descontos, uma falta de César Peixoto sobre Niculae na grande-área resultou num penalty para os franceses, que saíram a ganhar para o intervalo.
A segunda parte começou a todo o gás para o Benfica, que acalmou um pouco os adeptos descontentes, e logo com dois golos. Numa jogada individual, Aimar rasgou pelo meio-campo e assinou o segundo da noite com um belo remate de meia distância. O terceiro golo encarnado teve a assinatura de dois «mundialistas»: assistência de Fábio Coentrão na esquerda da área para remate de Cardozo.
Jorge Jesus aproveitou para rodar a equipa, mas os adeptos despediram-se da Luz sem ver o reforço Jara. Matorras e o guarda-redes Oblek também ficaram no banco.
Ficha de Jogo:
Estádio: da Luz, em Lisboa
Árbitro: Bruno Paixão
BENFICA: Roberto; Ruben Amorim, Sidnei, David Luiz, César Peixoto; Carlos Martins, Airton, Aimar, Gaitán; Kardec, Saviola.
Jogaram ainda: Moreira, Júlio César, Javi Garcia, Cardozo, Felipe Menezes, Fábio Coentrão, Weldon, Nuno Gomes, Luís Filipe, Fábio Faria.
MÓNACO: Ruffier; Adriano, Mongongu, Hansson, Bulot; Coutadeur, Mangani; Aubameyang, Niculae, Malcuit; Sagbo.
Jogaram ainda: Lolo, Nkoulou, Alonso, Chu Young Park, Gosso, Dennis Appiah, Gakpe.
Ao intervalo: 1-2.
Golos: 1-0, Saviola (30m); 1-1, Sagbo (42m); 1-2, Mongongu (g.p., 45m); 2-2, Aimar (49m); 2-3, Cardozo (60m).
Disciplina: cartão amarelo a Coutadeur (45m), Adriano (45m); César Peixoto (45m).
Num esquema de 4x4x2, o Benfica mostrou algumas dificuldades em organizar-se. Pablo Aimar e Carlos Martins trabalharam bem na recuperação de bolas a meio-campo, com o internacional português a tentar por várias vezes a sua sorte com remates de fora da área. Porém, a distribuição de jogo não correu da melhor forma e contaram-se passes a mais falhados pelos encarnados no miolo do terreno. O reforço Gaitán também não brilhou.
Na frente, Saviola foi superior a Kardec. O argentino fez levantar o estádio e esteve perto de marcar por duas vezes: primeiro, com um remate da zona frontal, após passe de Aimar, depois, dentro da área com um chapéu que Ruffier acabou por sacudir a tempo.
Não marcou Saviola, acertou Airton. À meia hora de jogo, o médio respondeu a um canto de Aimar com um cabeceamento certeiro ao segundo poste. Mas o desacerto encarnado não mostrou grandes melhoras e, aos 42 minutos, após um mau atraso de Carlos Martins, o avançado Sagbo aproveitou para passar pelo central Sidnei e fazer o empate com facilidade. Já nos descontos, uma falta de César Peixoto sobre Niculae na grande-área resultou num penalty para os franceses, que saíram a ganhar para o intervalo.
A segunda parte começou a todo o gás para o Benfica, que acalmou um pouco os adeptos descontentes, e logo com dois golos. Numa jogada individual, Aimar rasgou pelo meio-campo e assinou o segundo da noite com um belo remate de meia distância. O terceiro golo encarnado teve a assinatura de dois «mundialistas»: assistência de Fábio Coentrão na esquerda da área para remate de Cardozo.
Jorge Jesus aproveitou para rodar a equipa, mas os adeptos despediram-se da Luz sem ver o reforço Jara. Matorras e o guarda-redes Oblek também ficaram no banco.
Ficha de Jogo:
Estádio: da Luz, em Lisboa
Árbitro: Bruno Paixão
BENFICA: Roberto; Ruben Amorim, Sidnei, David Luiz, César Peixoto; Carlos Martins, Airton, Aimar, Gaitán; Kardec, Saviola.
Jogaram ainda: Moreira, Júlio César, Javi Garcia, Cardozo, Felipe Menezes, Fábio Coentrão, Weldon, Nuno Gomes, Luís Filipe, Fábio Faria.
MÓNACO: Ruffier; Adriano, Mongongu, Hansson, Bulot; Coutadeur, Mangani; Aubameyang, Niculae, Malcuit; Sagbo.
Jogaram ainda: Lolo, Nkoulou, Alonso, Chu Young Park, Gosso, Dennis Appiah, Gakpe.
Ao intervalo: 1-2.
Golos: 1-0, Saviola (30m); 1-1, Sagbo (42m); 1-2, Mongongu (g.p., 45m); 2-2, Aimar (49m); 2-3, Cardozo (60m).
Disciplina: cartão amarelo a Coutadeur (45m), Adriano (45m); César Peixoto (45m).
Cerco a Queiroz - Luís Avelãs
Por razões várias – e sem esquecer alguns erros que podia e devia ter evitado antes e durante o Mundial – já defendi a continuidade de Carlos Queiroz à frente da Seleção Nacional na fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2012. No entanto, perante a chuva de casos envolvendo o técnico, tenho de admitir que começa a ser bastante difícil a Gilberto Madaíl ignorar a pressão (interna e externa) no sentido de dispensar, quanto antes, os seus serviços.
Queiroz, como qualquer cidadão, tem direito aos seus momentos menos bons. Aliás, por mais que tenhamos sempre a intenção de ser cordatos no relacionamento com os outros, por vezes isso torna-se impossível. Mas, convenhamos, não é normal que num curto período uma figura pública seja notícia por estar envolvida em tantas situações dúbias que, claro, só contribuem para o fragilizar. E isto quando os resultados desportivos também não o ajudam. Bem pelo contrário...
A cena de pugilato com o jornalista Jorge Baptista no aeroporto da Portela; a polémica entrevista ao “Sol” e os inúmeros casos com futebolistas na África do Sul (de Nani a Deco, passando pelo capitão Cristiano Ronaldo) provam, de forma clara, que o Carlos tranquilo, discreto e metódico do passado deu lugar a um Queiroz beligerante, polémico e nervoso no presente.
Não faço ideia do que estará na origem desta metamorfose que, mais tarde ou mais cedo, terá de ter consequências. Contudo, desconfio que é a pressão provocada pela responsabilidade de apresentar resultados de excelência que o tem atrapalhado. Continuando a considerar que estamos na presença de um treinador capaz, mestre no planeamento e organização, a verdade é que os seus desempenhos enquanto líder em conjuntos seniores nunca foram brilhantes. Provavelmente, acreditou que a sorte iria mudar ao regressar à Federação Portuguesa de Futebol. Só que, até à data, a missão não tem passado de “Satisfaz”. A um professor, claro, exige-se mais, muito mais. E esse é que é o problema.
Gilberto Madaíl, dentro da sua tradicional linha de ação, não ousou fazer estalar o chicote depois do Mundial. Optou, de forma pouco percetível, por mandar elaborar um comunicado em que ficámos a saber que existiram falhas na equipa técnica, mas que as mesmas não passaram pelo responsável do “staff”, situação que, por si só, é estranha. Mas se o assunto parecia (por agora) resolvido, o anúncio do envolvimento de Queiroz numa querela com os médicos da Autoridade Antidopagem de Portugal voltou a trazer para a praça pública o tema do seu eventual despedimento.
Em condições normais, acredito que Madaíl seria capaz de abordar o assunto e, no final, deixar tudo na mesma, pese alguma contestação interna.
Contudo, desta feita, as palavras do secretário de Estado Laurentino Dias indiciam que algo de diferente pode acontecer. O político – que já tinha mostrado uns “amarelos” durante o Mundial – não foi nada meigo na forma como confirmou e comentou o último caso envolvendo o selecionador.
Ao qualificar como “grave” a questão, acrescentando que os factos obrigam a que a Federação “pondere”, fez com que o cerco a Queiroz aumentasse de forma evidente. Perante este novo cenário, Madaíl terá, rapidamente, de conseguir arquitetar uma defesa consistente para segurar o treinador. Mas será capaz?
Queiroz, como qualquer cidadão, tem direito aos seus momentos menos bons. Aliás, por mais que tenhamos sempre a intenção de ser cordatos no relacionamento com os outros, por vezes isso torna-se impossível. Mas, convenhamos, não é normal que num curto período uma figura pública seja notícia por estar envolvida em tantas situações dúbias que, claro, só contribuem para o fragilizar. E isto quando os resultados desportivos também não o ajudam. Bem pelo contrário...
A cena de pugilato com o jornalista Jorge Baptista no aeroporto da Portela; a polémica entrevista ao “Sol” e os inúmeros casos com futebolistas na África do Sul (de Nani a Deco, passando pelo capitão Cristiano Ronaldo) provam, de forma clara, que o Carlos tranquilo, discreto e metódico do passado deu lugar a um Queiroz beligerante, polémico e nervoso no presente.
Não faço ideia do que estará na origem desta metamorfose que, mais tarde ou mais cedo, terá de ter consequências. Contudo, desconfio que é a pressão provocada pela responsabilidade de apresentar resultados de excelência que o tem atrapalhado. Continuando a considerar que estamos na presença de um treinador capaz, mestre no planeamento e organização, a verdade é que os seus desempenhos enquanto líder em conjuntos seniores nunca foram brilhantes. Provavelmente, acreditou que a sorte iria mudar ao regressar à Federação Portuguesa de Futebol. Só que, até à data, a missão não tem passado de “Satisfaz”. A um professor, claro, exige-se mais, muito mais. E esse é que é o problema.
Gilberto Madaíl, dentro da sua tradicional linha de ação, não ousou fazer estalar o chicote depois do Mundial. Optou, de forma pouco percetível, por mandar elaborar um comunicado em que ficámos a saber que existiram falhas na equipa técnica, mas que as mesmas não passaram pelo responsável do “staff”, situação que, por si só, é estranha. Mas se o assunto parecia (por agora) resolvido, o anúncio do envolvimento de Queiroz numa querela com os médicos da Autoridade Antidopagem de Portugal voltou a trazer para a praça pública o tema do seu eventual despedimento.
Em condições normais, acredito que Madaíl seria capaz de abordar o assunto e, no final, deixar tudo na mesma, pese alguma contestação interna.
Contudo, desta feita, as palavras do secretário de Estado Laurentino Dias indiciam que algo de diferente pode acontecer. O político – que já tinha mostrado uns “amarelos” durante o Mundial – não foi nada meigo na forma como confirmou e comentou o último caso envolvendo o selecionador.
Ao qualificar como “grave” a questão, acrescentando que os factos obrigam a que a Federação “pondere”, fez com que o cerco a Queiroz aumentasse de forma evidente. Perante este novo cenário, Madaíl terá, rapidamente, de conseguir arquitetar uma defesa consistente para segurar o treinador. Mas será capaz?
Ligas invisíveis e jogadores também - Leonor Pinhão
A contratação de Eduardo pelo Génova e o interesse em Fucile por parte de um conjunto de emblemas importantes da Europa fazem prova de que as incidências do campeonato português não têm grande expressão nem marcam pontos no mercado internacional ao mais alto nível.
Eduardo fez uma época excelente na defesa das redes do Sporting de Braga e foi, sem dúvida, um dos maiores responsáveis pela inusitada classificação final da equipa de Domingos Paciência, vice-campeão nacional. Mas teve de esperar por outros palcos mais espampanantes, como os da África do Sul, com o mundo todo a ver, para se afirmar como um guarda-redes com valor no mercado e para poder dar o merecido salto para uma Liga com outro tipo de prestígio, andamento e exposição.
Fucile sendo um caso parecido é, no entanto, um caso inverso. Foi o belíssimo Mundial que fez ao serviço da selecção do seu país, o Uruguai, que chamou para si a atenção dos empresários e «despertou a cobiça pelo lateral-esquerdo do FC Porto de vários clubes europeus, como o Schalke 04», tal como referia ontem A BOLA. Que sorte teve Fucile em jogar numa liga invisível, como é a portuguesa!
Na última temporada, o uruguaio não foi particularmente feliz ao serviço do FC Porto e as suas prestações no jogo com o Arsenal, em Londres, para a Liga dos Campeões, e com o Benfica, no Algarve, na final da Taça da Liga, foram de tal modo desastradas que o próprio Jesualdo Ferreira se viu na obrigação de dar a Fucile um descanso forçado pelo bom senso para poupar ao julgamento impiedoso das bancadas do Dragão.
E assim se explica, também, a dificuldade que os clubes portugueses têm vindo a encontrar para colocar os seus mais valiosos activos nas grandes Ligas europeias e em fazer bater as respectivas cláusulas de rescisão. No caso de Di María, por exemplo, valeu ao Benfica o treinador do Real Madrid ser português e, nessa condição, ter sido um espectador relativamente atento da Liga interna de 2009/2010 onde o jovem orelhitas encantou desmedidamente a espaços.
Ainda que o brilho de Di María tenha sido intenso no percurso do Benfica até ao título, também não deixa de ser verdade que a sua produção não foi um exemplo de regularidade. E, também no seu caso, foi necessária a prova dos nove do Mundial da África do Sul, onde Di María foi cem por cento regular em termos de mediania, para o Real Madrid lutar pelo preço certo e não embarcar nos valores inicialmente pretendidos pelo Benfica.
Em termos de mercado, o Mundial funcionou como um palco regulador dos preços. Perante plateias de biliões de espectadores - … ou biliões de olheiros por conta própria – seria praticamente impossível vender gato por lebre ou comprar lebre por gato.
Faça-se justiça ao FC Porto que, com mérito e visão estratégica, assinou, em proveito próprio, o melhor negócio europeu deste defeso. E nem sequer precisou do Mundial para o fazer.
Incluído no negócio Moutinho, que tinha uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros, o FC Porto conseguiu levar o ex-capitão do Sporting por 11 milhões, pagando os restantes 29 milhões devidos com a venda de Nuno André Coelho à equipa de Costinha e de Bettencourt.
E não digam que não é obra vender Nuno André Coelho, um jogador invisível de um campeonato invisível, por 29 milhões de euros!
Segundo o seu treinador, o Benfica ainda está «a quilómetros» do verdadeiro Benfica projectado por Jorge Jesus. Esse facto, aliás bastante visível do meio campo para trás, não impediu os campeões nacionais de conquistarem o primeiro troféu em que se viram envolvidos nesta pré-temporada.
Pelo terceiro ano consecutivo, o Benfica ganhou o Torneio de Guimarães e, como toda a gente sabe, nesta fase de preparação, ganhar é sempre muito melhor do que perder, pelo ânimo que fornece internamente e pelo desânimo que pode provocar nos rivais directos. Ainda no ano passado, Paulo Bento explicou muito claramente, quando saiu do Sporting, que uma das maiores contrariedades com que se deparou na pré-temporada foi ter de gerir em Alvalade, perante os seus jogadores e perante os adeptos do clube, os efeitos psicologicamente devastadores da empolgante pré-temporada do Benfica.
Mas o que lá vai, lá vai, e este ano, para já, a música é outra. Os rivais do Benfica estão animados com as exibições de Roberto, guarda-redes do Benfica, do que estão desanimados com a conquista do primeiro troféu pelos encarnados e com as provas superiormente dadas em campo por Kardec, Gaitán, Airton e Jara.
No jogo de apresentação aos sócios, em Alvalade, contra o Lyon, tendo por referência o estado psicológico do espanhol Roberto nas redes do Benfica e para, por contraste, dar moral aos seus guarda-redes e satisfação aos adeptos, Paulo Sérgio confiou a baliza do Sporting aos três guarda-redes do plantel, dando a cada um a oportunidade de jogar 30 minutos.
Foi feliz Paulo Sérgio nesta sua decisão, porque o Sporting não sofreu golos e, assim, Rui Patrício, Tiago e o jovem brasileiro Victor Golas saíram com entraram, isto é, sem mancha!
Fosse Paulo Sérgio um treinador mais ousado e teria, certamente, colocado também em campo no jogo com o Lyon os três guarda-redes da equipa de juniores e outros quatro guarda-redes das equipas de juvenis. Num total de dez guarda-redes a dividir por 90 minutos, caberia a cada um jogar 9 minutos e as hipóteses de moralizar um vasto conjunto de guardiões seria, sem dúvida, muito maior.
Os dois argentinos que o Benfica foi buscar lá longe têm vindo a dar boas provas nesta fase da preparação. O que é, sem dúvida, uma boa notícia. Gaitán é um virtuoso com a bola e quando se adaptar à rispidez e à alta voltagem europeia poderá ser um elemento importante na equipa. Jara marca golos e enquanto o futebol se decidir com golos, a valia de um concretizador nunca será desvalorizada.
Em Guimarães, Jara foi o autor do quarto golo do Benfica, por sinal bem bonito e de difícil execução. Mas o que mais impressionou no quarto golo do Benfica de Jorge Jesus ao Vitória de Guimarães de Manuel Machado não foi, propriamente, a beleza artística do lance.
Foi o facto de, desta vez, Jorge Jesus, que nutre por Machado um desamor correspondido, ter-se coibido de mostrar os quatro dedos ao treinador que estava sentado, ou de pé, no banco do adversário. Fez bem Jorge Jesus em ter-se aguentado.
E que se guarde para a próxima.
Eduardo fez uma época excelente na defesa das redes do Sporting de Braga e foi, sem dúvida, um dos maiores responsáveis pela inusitada classificação final da equipa de Domingos Paciência, vice-campeão nacional. Mas teve de esperar por outros palcos mais espampanantes, como os da África do Sul, com o mundo todo a ver, para se afirmar como um guarda-redes com valor no mercado e para poder dar o merecido salto para uma Liga com outro tipo de prestígio, andamento e exposição.
Fucile sendo um caso parecido é, no entanto, um caso inverso. Foi o belíssimo Mundial que fez ao serviço da selecção do seu país, o Uruguai, que chamou para si a atenção dos empresários e «despertou a cobiça pelo lateral-esquerdo do FC Porto de vários clubes europeus, como o Schalke 04», tal como referia ontem A BOLA. Que sorte teve Fucile em jogar numa liga invisível, como é a portuguesa!
Na última temporada, o uruguaio não foi particularmente feliz ao serviço do FC Porto e as suas prestações no jogo com o Arsenal, em Londres, para a Liga dos Campeões, e com o Benfica, no Algarve, na final da Taça da Liga, foram de tal modo desastradas que o próprio Jesualdo Ferreira se viu na obrigação de dar a Fucile um descanso forçado pelo bom senso para poupar ao julgamento impiedoso das bancadas do Dragão.
E assim se explica, também, a dificuldade que os clubes portugueses têm vindo a encontrar para colocar os seus mais valiosos activos nas grandes Ligas europeias e em fazer bater as respectivas cláusulas de rescisão. No caso de Di María, por exemplo, valeu ao Benfica o treinador do Real Madrid ser português e, nessa condição, ter sido um espectador relativamente atento da Liga interna de 2009/2010 onde o jovem orelhitas encantou desmedidamente a espaços.
Ainda que o brilho de Di María tenha sido intenso no percurso do Benfica até ao título, também não deixa de ser verdade que a sua produção não foi um exemplo de regularidade. E, também no seu caso, foi necessária a prova dos nove do Mundial da África do Sul, onde Di María foi cem por cento regular em termos de mediania, para o Real Madrid lutar pelo preço certo e não embarcar nos valores inicialmente pretendidos pelo Benfica.
Em termos de mercado, o Mundial funcionou como um palco regulador dos preços. Perante plateias de biliões de espectadores - … ou biliões de olheiros por conta própria – seria praticamente impossível vender gato por lebre ou comprar lebre por gato.
Faça-se justiça ao FC Porto que, com mérito e visão estratégica, assinou, em proveito próprio, o melhor negócio europeu deste defeso. E nem sequer precisou do Mundial para o fazer.
Incluído no negócio Moutinho, que tinha uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros, o FC Porto conseguiu levar o ex-capitão do Sporting por 11 milhões, pagando os restantes 29 milhões devidos com a venda de Nuno André Coelho à equipa de Costinha e de Bettencourt.
E não digam que não é obra vender Nuno André Coelho, um jogador invisível de um campeonato invisível, por 29 milhões de euros!
Segundo o seu treinador, o Benfica ainda está «a quilómetros» do verdadeiro Benfica projectado por Jorge Jesus. Esse facto, aliás bastante visível do meio campo para trás, não impediu os campeões nacionais de conquistarem o primeiro troféu em que se viram envolvidos nesta pré-temporada.
Pelo terceiro ano consecutivo, o Benfica ganhou o Torneio de Guimarães e, como toda a gente sabe, nesta fase de preparação, ganhar é sempre muito melhor do que perder, pelo ânimo que fornece internamente e pelo desânimo que pode provocar nos rivais directos. Ainda no ano passado, Paulo Bento explicou muito claramente, quando saiu do Sporting, que uma das maiores contrariedades com que se deparou na pré-temporada foi ter de gerir em Alvalade, perante os seus jogadores e perante os adeptos do clube, os efeitos psicologicamente devastadores da empolgante pré-temporada do Benfica.
Mas o que lá vai, lá vai, e este ano, para já, a música é outra. Os rivais do Benfica estão animados com as exibições de Roberto, guarda-redes do Benfica, do que estão desanimados com a conquista do primeiro troféu pelos encarnados e com as provas superiormente dadas em campo por Kardec, Gaitán, Airton e Jara.
No jogo de apresentação aos sócios, em Alvalade, contra o Lyon, tendo por referência o estado psicológico do espanhol Roberto nas redes do Benfica e para, por contraste, dar moral aos seus guarda-redes e satisfação aos adeptos, Paulo Sérgio confiou a baliza do Sporting aos três guarda-redes do plantel, dando a cada um a oportunidade de jogar 30 minutos.
Foi feliz Paulo Sérgio nesta sua decisão, porque o Sporting não sofreu golos e, assim, Rui Patrício, Tiago e o jovem brasileiro Victor Golas saíram com entraram, isto é, sem mancha!
Fosse Paulo Sérgio um treinador mais ousado e teria, certamente, colocado também em campo no jogo com o Lyon os três guarda-redes da equipa de juniores e outros quatro guarda-redes das equipas de juvenis. Num total de dez guarda-redes a dividir por 90 minutos, caberia a cada um jogar 9 minutos e as hipóteses de moralizar um vasto conjunto de guardiões seria, sem dúvida, muito maior.
Os dois argentinos que o Benfica foi buscar lá longe têm vindo a dar boas provas nesta fase da preparação. O que é, sem dúvida, uma boa notícia. Gaitán é um virtuoso com a bola e quando se adaptar à rispidez e à alta voltagem europeia poderá ser um elemento importante na equipa. Jara marca golos e enquanto o futebol se decidir com golos, a valia de um concretizador nunca será desvalorizada.
Em Guimarães, Jara foi o autor do quarto golo do Benfica, por sinal bem bonito e de difícil execução. Mas o que mais impressionou no quarto golo do Benfica de Jorge Jesus ao Vitória de Guimarães de Manuel Machado não foi, propriamente, a beleza artística do lance.
Foi o facto de, desta vez, Jorge Jesus, que nutre por Machado um desamor correspondido, ter-se coibido de mostrar os quatro dedos ao treinador que estava sentado, ou de pé, no banco do adversário. Fez bem Jorge Jesus em ter-se aguentado.
E que se guarde para a próxima.
sexta-feira, julho 23, 2010
Claro que valeu a pena - Sérgio Krithinas
Antes de mais, uma declaração de interesses: sou um fã de Ramires, um jogador que tem a exacta noção do que é uma equipa e que nunca olha para o próprio umbigo. Por isso, tudo o que vem escrito a seguir até pode estar condicionado por isso.
Jorge Jesus irá perder um jogador muito mais importante do que os números mostram. Uma perda anunciada, quase desde a altura da sua contratação ao Cruzeiro, há pouco mais de um ano. Na altura, e devido ao elevado valor do negócio, o Benfica precisou de se associar a outros parceiros para poder contar com um jogador que pouco depois se tornaria de selecção brasileira. Agora, vê-se "obrigado" a transferi-lo, perdendo um dos seus melhores craques. Mas o copo meio vazio também está meio cheio: foi aquele negócio, com todas as condicionantes para o Benfica, que permitiu ter no Estádio da Luz e no campeonato português um jogador de nível mundial. Foi só um ano, mas valeu a pena.
Jorge Jesus irá perder um jogador muito mais importante do que os números mostram. Uma perda anunciada, quase desde a altura da sua contratação ao Cruzeiro, há pouco mais de um ano. Na altura, e devido ao elevado valor do negócio, o Benfica precisou de se associar a outros parceiros para poder contar com um jogador que pouco depois se tornaria de selecção brasileira. Agora, vê-se "obrigado" a transferi-lo, perdendo um dos seus melhores craques. Mas o copo meio vazio também está meio cheio: foi aquele negócio, com todas as condicionantes para o Benfica, que permitiu ter no Estádio da Luz e no campeonato português um jogador de nível mundial. Foi só um ano, mas valeu a pena.
quinta-feira, julho 22, 2010
quarta-feira, julho 21, 2010
Primeiro SLBenfica - Luís Freitas Lobo
Até que ponto um guarda-redes pode 'comer' a análise de uma pré-época? O Benfica dispensou o seu guarda-redes campeão titular e contratou um espanhol que, depois de ser suplente no Atlético de Madrid, fez algumas boas defesas no Saragoça. Gastou €8,5 milhões e, logo no primeiro jogo, ele cometeu duas falhas incríveis, sofreu dois golos e com isso lançou o universo benfiquista num mar de dúvidas sobre o seu valor. E pensar que outra opção seria Eduardo (foi para Itália) por metade do preço... Há, de facto, qualquer coisa que não bate certo nesta história.
Tenho, diga-se, boa impressão de Roberto do que vi em Espanha. Enfim, talvez agora com mais uma série de boas defesas até seja vendido pelo dobro do preço na época seguinte. Esta frase trata-se, apenas, de uma tentativa de dar lógica (negocial) a esta operação. A lógica que aqui se procura é, porém, a desportiva e essa só poderá surgir com uma série de boas defesas de Roberto nos próximos jogos.
Mas o maior receio de Jesus é que, depois de Di Maria, saiam mais jogadores. E, claro, que saiam na última semana de mercado quando os mais ricos vão atacar em força e o tempo para reagir é muito curto.
Por isso, a importância de ter negócios "engatilhados" por antecipação e aguentá-los firme o mais possível. É um exercício de equilíbrio negocial dificílimo, mas é o único em que os clubes portugueses podem hoje viver.
Tenho, diga-se, boa impressão de Roberto do que vi em Espanha. Enfim, talvez agora com mais uma série de boas defesas até seja vendido pelo dobro do preço na época seguinte. Esta frase trata-se, apenas, de uma tentativa de dar lógica (negocial) a esta operação. A lógica que aqui se procura é, porém, a desportiva e essa só poderá surgir com uma série de boas defesas de Roberto nos próximos jogos.
Mas o maior receio de Jesus é que, depois de Di Maria, saiam mais jogadores. E, claro, que saiam na última semana de mercado quando os mais ricos vão atacar em força e o tempo para reagir é muito curto.
Por isso, a importância de ter negócios "engatilhados" por antecipação e aguentá-los firme o mais possível. É um exercício de equilíbrio negocial dificílimo, mas é o único em que os clubes portugueses podem hoje viver.
Exorcizar os fantasmas - Miguel Belo
A questão da baliza é, sem dúvida, o tema mais controverso no reino da águia neste defeso. E tudo começou com a conturbada saída de Quim. O veterano guarda-redes português, que esteve em todos os títulos das águias nos últimos anos, deixou a Luz de uma forma polémica, já que não foi convidado a renovar o contrato.
De seguida colocou-se o problema da sucessão e muitos adeptos pensaram que era desta que surgiria o tão ansiado substituto de Preud’Homme, já que o fantasma do belga continua a pairar na Luz. Vários nomes foram ventilados durante algumas semanas, mas a decisão acabou por ser algo surpreendente. Roberto, guardião que pertencia aos quadros do Atlético Madrid ficou acertado numa das viagens de Luís Filipe Vieira à capital espanhola.
A escolha, já por si, era inesperada, mas quando foi revelado o valor da contratação, as dúvidas apoderaram-se de todos. 8,5 milhões de euros fizeram de Roberto o guarda-redes mais caro de sempre do Benfica e a terceira maior contratação do clube. Por todos estes fatores cedo se percebeu que o espanhol não teria vida fácil, se as coisas não começassem a correr da melhor forma.
E não correram. Os primeiros jogos de Roberto não têm sido famosos, mas é preciso ter calma. Roberto é jovem [24 anos] e se existe margem para errar, é nos jogos de pré- temporada. E convém não esquecer que este mesmo Roberto salvou uma equipa da descida da Liga Espanhola e na última jornada os adeptos do Saragoça fizeram questão de cantar durante largos minutos o nome do guardião, pedindo-lhe que ficasse mais um ano, tal a preponderância que adquiriu no emblema de Aragão.
Há mais: é necessário lembrar que o guarda-redes foi internacional pelas camadas jovens espanholas e no país vizinho são vários os especialistas que lhe auguram um futuro brilhante. Formou-se no Atlético Madrid e, apesar de nunca ter conseguido vingar, passou por vários clubes modestos, mas onde foi sempre a primeira opção.
É certo que é diferente defender a baliza do Benfica, um clube onde há mais pressão, mas também é um dado adquirido que a Liga Espanhola é uma das melhores mundo e Roberto teve pela frente alguns dos melhores executantes da modalidade: Messi e Cristiano Ronaldo são os expoentes máximos.
Por tudo isto, é preciso dar o benefício da dúvida a este jovem guardião que os responsáveis encarnados resolveram contratar para ser o dono da baliza encarnada. Quando custar pontos ao Benfica, aí Roberto vai perder muitos argumentos mas até lá confio na sua qualidade e potencial. E partilho da opinião de Aimar, que após o encontro com o Sion, finalizou a conversa com os jornalistas com esta frase: "Quem começa mal no clube, acaba querido e adorado pelos adeptos."
De seguida colocou-se o problema da sucessão e muitos adeptos pensaram que era desta que surgiria o tão ansiado substituto de Preud’Homme, já que o fantasma do belga continua a pairar na Luz. Vários nomes foram ventilados durante algumas semanas, mas a decisão acabou por ser algo surpreendente. Roberto, guardião que pertencia aos quadros do Atlético Madrid ficou acertado numa das viagens de Luís Filipe Vieira à capital espanhola.
A escolha, já por si, era inesperada, mas quando foi revelado o valor da contratação, as dúvidas apoderaram-se de todos. 8,5 milhões de euros fizeram de Roberto o guarda-redes mais caro de sempre do Benfica e a terceira maior contratação do clube. Por todos estes fatores cedo se percebeu que o espanhol não teria vida fácil, se as coisas não começassem a correr da melhor forma.
E não correram. Os primeiros jogos de Roberto não têm sido famosos, mas é preciso ter calma. Roberto é jovem [24 anos] e se existe margem para errar, é nos jogos de pré- temporada. E convém não esquecer que este mesmo Roberto salvou uma equipa da descida da Liga Espanhola e na última jornada os adeptos do Saragoça fizeram questão de cantar durante largos minutos o nome do guardião, pedindo-lhe que ficasse mais um ano, tal a preponderância que adquiriu no emblema de Aragão.
Há mais: é necessário lembrar que o guarda-redes foi internacional pelas camadas jovens espanholas e no país vizinho são vários os especialistas que lhe auguram um futuro brilhante. Formou-se no Atlético Madrid e, apesar de nunca ter conseguido vingar, passou por vários clubes modestos, mas onde foi sempre a primeira opção.
É certo que é diferente defender a baliza do Benfica, um clube onde há mais pressão, mas também é um dado adquirido que a Liga Espanhola é uma das melhores mundo e Roberto teve pela frente alguns dos melhores executantes da modalidade: Messi e Cristiano Ronaldo são os expoentes máximos.
Por tudo isto, é preciso dar o benefício da dúvida a este jovem guardião que os responsáveis encarnados resolveram contratar para ser o dono da baliza encarnada. Quando custar pontos ao Benfica, aí Roberto vai perder muitos argumentos mas até lá confio na sua qualidade e potencial. E partilho da opinião de Aimar, que após o encontro com o Sion, finalizou a conversa com os jornalistas com esta frase: "Quem começa mal no clube, acaba querido e adorado pelos adeptos."
terça-feira, julho 20, 2010
Ridículo - António Varela
Todos os adeptos, jogadores, treinadores e dirigentes, de norte a sul, de leste a oeste, concordam que a arbitragem do futebol precisa de ser auxiliada com meios tecnológicos, para que não mais golos-fantasma continuem a pairar como almas penadas nas páginas da história do jogo. Todos? Não! Quatro irredutíveis velhinhos das federações inglesa, escocesa, galesa e norte-irlandesa continuam a fazer finca-pé na “pureza do jogo” e não admitem sequer que o International Board possa discutir o assunto. E se eles não querem, não há discussão!
O International Board é composto por quatro membros dessas federações que supostamente representam as origens do jogo e mais quatro elementos nomeados pela própria FIFA, e mesmo que o presidente desta, Joseph Blatter, considere “ridículo” não abrir o dossier das novas tecnologias aplicadas à arbitragem, depois do que aconteceu no Mundial da África do Sul, com o golo marcado pela Inglaterra à Alemanha e o fora-de-jogo de Tévez, frente ao México, a discussão está fora da agenda.
Amanhã, em Cardiff, o International Board volta a reunir-se e já fez saber que apenas haverá um assunto em cima da mesa: “O estudo da eventual aprovação de pedidos feitos por muitas confederações e federações membros da FIFA acerca da aplicação da experiência de dois árbitros adicionais nas competições das épocas de 2010/11 e 2011/12.”
Isto é, muito provavelmente, as equipas de arbitragem de mais alguns jogos – e não apenas da Liga Europa – passarão a ser compostas por cinco elementos e os meios tecnológicos continuarão a ser parte apenas de fóruns académicos e tertúlias de furiosos dramáticos; isto é, ao pé dos dirigentes das federações britânicas (mais Michel Platini, o entusiasta dos árbitros de baliza), Joseph Blatter manda zero, tem influência zero, e as suas preocupações são tratadas como assuntos ridículos. A Inglaterra ganhou o Mundial’1966 com um golo-fantasma, 44 anos depois foi eliminada com outro e não se passa nada. Ridículo, claro.
O International Board é composto por quatro membros dessas federações que supostamente representam as origens do jogo e mais quatro elementos nomeados pela própria FIFA, e mesmo que o presidente desta, Joseph Blatter, considere “ridículo” não abrir o dossier das novas tecnologias aplicadas à arbitragem, depois do que aconteceu no Mundial da África do Sul, com o golo marcado pela Inglaterra à Alemanha e o fora-de-jogo de Tévez, frente ao México, a discussão está fora da agenda.
Amanhã, em Cardiff, o International Board volta a reunir-se e já fez saber que apenas haverá um assunto em cima da mesa: “O estudo da eventual aprovação de pedidos feitos por muitas confederações e federações membros da FIFA acerca da aplicação da experiência de dois árbitros adicionais nas competições das épocas de 2010/11 e 2011/12.”
Isto é, muito provavelmente, as equipas de arbitragem de mais alguns jogos – e não apenas da Liga Europa – passarão a ser compostas por cinco elementos e os meios tecnológicos continuarão a ser parte apenas de fóruns académicos e tertúlias de furiosos dramáticos; isto é, ao pé dos dirigentes das federações britânicas (mais Michel Platini, o entusiasta dos árbitros de baliza), Joseph Blatter manda zero, tem influência zero, e as suas preocupações são tratadas como assuntos ridículos. A Inglaterra ganhou o Mundial’1966 com um golo-fantasma, 44 anos depois foi eliminada com outro e não se passa nada. Ridículo, claro.
O teatrinho de Roberto - Bernardo Ribeiro
Roberto está seguro na baliza do Benfica. Não podia ser de outra forma. O espanhol é o guarda-redes mais caro de sempre do futebol português, uma aposta já justificada por Jorge Jesus e Rui Costa e não podem três frangos colocar em causa um investimento tão grande da SAD encarnada. Como disse o diretor-desportivo, se o clube da Luz foi buscar o “keeper” do Atlético Madrid por uma soma tão avultada é porque viu nele qualidade para fazer esquecer o campeão Quim e o titular da Seleção portuguesa, Eduardo, a primeira opção do técnico.
É evidente que Roberto está a lidar mal com o peso da baliza do Benfica. Provavelmente porque antes de chegar a Portugal fez apenas 19 jogos no escalão principal da liga espanhola. E quem está habituado a defender as balizas de clubes como Gimnástic de Tarragona, Atlético Madrid B ou mesmo Saragoça é natural que trema um pouco no Benfica. E esse é o problema que Rui Costa e Jesus têm agora de resolver. Não querendo acreditar que os encarnados deitaram uma fortuna à rua, mais tarde ou mais cedo Roberto provará o valor. Para isso tem de jogar.
Não me espanta nada que o Benfica tenha contratado Roberto. O espanhol fez uma excelente meia temporada em Saragoça, de onde saiu elogiado por todos, e é bem cotado pelos companheiros da imprensa do país vizinho. O estranho é ter sido tão caro. Já o referi neste espaço: dar 8,5 milhões pelo terceiro ou quarto guarda-redes dos colchoneros parece um exagero difícil de entender. Mesmo que de Inglaterra cheguem interessados em contratá-lo antes de ter feito um único jogo. Aliás, esses, se viram as exibições recentes provavelmente já desistiram.
A verdade é que a época passada Jesus fez de Di María o jogador que ele nunca foi com Quique e transformou o patinho feio Coentrão num dos laterais-esquerdos mais explosivos da Europa. Pode ser que consiga fazer o mesmo com Roberto. Afinal, para milagres não há como o Jesus.
É evidente que Roberto está a lidar mal com o peso da baliza do Benfica. Provavelmente porque antes de chegar a Portugal fez apenas 19 jogos no escalão principal da liga espanhola. E quem está habituado a defender as balizas de clubes como Gimnástic de Tarragona, Atlético Madrid B ou mesmo Saragoça é natural que trema um pouco no Benfica. E esse é o problema que Rui Costa e Jesus têm agora de resolver. Não querendo acreditar que os encarnados deitaram uma fortuna à rua, mais tarde ou mais cedo Roberto provará o valor. Para isso tem de jogar.
Não me espanta nada que o Benfica tenha contratado Roberto. O espanhol fez uma excelente meia temporada em Saragoça, de onde saiu elogiado por todos, e é bem cotado pelos companheiros da imprensa do país vizinho. O estranho é ter sido tão caro. Já o referi neste espaço: dar 8,5 milhões pelo terceiro ou quarto guarda-redes dos colchoneros parece um exagero difícil de entender. Mesmo que de Inglaterra cheguem interessados em contratá-lo antes de ter feito um único jogo. Aliás, esses, se viram as exibições recentes provavelmente já desistiram.
A verdade é que a época passada Jesus fez de Di María o jogador que ele nunca foi com Quique e transformou o patinho feio Coentrão num dos laterais-esquerdos mais explosivos da Europa. Pode ser que consiga fazer o mesmo com Roberto. Afinal, para milagres não há como o Jesus.
Calendário da 1ª jornada da Liga 2010/11
Sexta-feira, dia 13 de Agosto:
Sp. Braga-Portimonense (20h15, Sport TV)
Sábado, dia 14 de Agosto:
Marítimo-V. Setúbal (16h)
Naval-F.C. Porto (19h15, Sport TV)
P. Ferreira-Sporting (21h15, TVI)
Domingo, dia 15 de Agosto:
Rio Ave-Nacional (16h)
Beira Mar-U. Leiria (17h)
Benfica-Académica (20h15, Sport TV)
Segunda-feira, dia 16 de Agosto:
Olhanense-V. Guimarães (20h15, Sport TV)
Sp. Braga-Portimonense (20h15, Sport TV)
Sábado, dia 14 de Agosto:
Marítimo-V. Setúbal (16h)
Naval-F.C. Porto (19h15, Sport TV)
P. Ferreira-Sporting (21h15, TVI)
Domingo, dia 15 de Agosto:
Rio Ave-Nacional (16h)
Beira Mar-U. Leiria (17h)
Benfica-Académica (20h15, Sport TV)
Segunda-feira, dia 16 de Agosto:
Olhanense-V. Guimarães (20h15, Sport TV)
segunda-feira, julho 19, 2010
Fábio Coentrão - Rui Dias
Por cada cavalgada pelo flanco, multiplicada por 20 ou 30 em cada jogo; sempre que cumpre atrás (defesa), sobe pelo corredor (médio) e desequilibra à frente como artista (avançado), Fábio Coentrão resgata dignidade a infância e adolescência problemáticas. Vinga-se com a bola colada ao pé esquerdo e perante o entusiasmo de plateias por fim rendidas ao seu talento, dos brinquedos que não teve, dos estudos que não prosseguiu, das dúvidas que suscitou e do fracasso a que parecia condenada a sua vida; é como se reclamasse em campo o direito a ser reconhecido por uma sociedade mais generosa com quem se notabiliza fora dele. Nascido como potencial perdedor, graduou-se como ser humano conquistando direito à admiração da comunidade que o viu nascer, gente que, por ver nele a imagem de sucesso, expressa agora orgulho pelo irmão que é expoente nacional e internacional do desporto mais belo do Mundo.
O futebol cumpriu o papel social na concretização do sonho próspero de quem lutou contra a mediocridade e a privação; na condução de um jovem que, no lugar onde nasceu, ia para o mar como quase todos ou fugia para terra onde só a bola e o talento lhe permitiriam fintar e vencer o destino cruel. Fábio aproveitou a benesse e, porque sempre confiou no ímpeto criativo, superou a leveza, a sobranceria, o preconceito e até a ignorância de quem o deu por derrotado antes do tempo.
Jorge Jesus abriu-lhe horizontes e adaptou-o às necessidades técnicas e táticas do campeão, percebendo o mais importante e, ao mesmo tempo, o mais elementar: jogadores tão geniais e homens com tanta fome de sucesso nunca deixam ficar mal quem lhes dá afeto, confiança e futuro. Agora que o dia-a-dia no Benfica se faz de estrelas que chegam e partem, de milhões que entram e saem, Jesus já definiu a permanência de Coentrão como prioridade para 2010/11. Ele, melhor do que ninguém, sabe que, da conjugação de todas as vontades e competências, construiu e moldou um dos melhores defesas-esquerdos do Mundo.
O futebol cumpriu o papel social na concretização do sonho próspero de quem lutou contra a mediocridade e a privação; na condução de um jovem que, no lugar onde nasceu, ia para o mar como quase todos ou fugia para terra onde só a bola e o talento lhe permitiriam fintar e vencer o destino cruel. Fábio aproveitou a benesse e, porque sempre confiou no ímpeto criativo, superou a leveza, a sobranceria, o preconceito e até a ignorância de quem o deu por derrotado antes do tempo.
Jorge Jesus abriu-lhe horizontes e adaptou-o às necessidades técnicas e táticas do campeão, percebendo o mais importante e, ao mesmo tempo, o mais elementar: jogadores tão geniais e homens com tanta fome de sucesso nunca deixam ficar mal quem lhes dá afeto, confiança e futuro. Agora que o dia-a-dia no Benfica se faz de estrelas que chegam e partem, de milhões que entram e saem, Jesus já definiu a permanência de Coentrão como prioridade para 2010/11. Ele, melhor do que ninguém, sabe que, da conjugação de todas as vontades e competências, construiu e moldou um dos melhores defesas-esquerdos do Mundo.
Eduardo e Roberto - José Ribeiro
O negócio que o Benfica fez com o At. Madrid para a aquisição do guarda-redes Roberto (completou 24 anos em fevereiro) promete ser um dos assuntos mais discutidos ao longo da temporada. Porque custou 8,5 milhões de euros, enquanto o Génova levou o guarda-redes da Seleção portuguesa, Eduardo (completa 28 anos em setembro), por 4,5 milhões; porque Roberto cometeu dois erros de principiante frente ao Sion, poucos dias depois de Eduardo ter arrancado uma exibição espantosa frente à Espanha; porque Roberto só fez 19 jogos na principal liga espanhola (15 dos quais já este ano, entre janeiro e maio), enquanto Eduardo é muito mais experiente (ultrapassou os 100 jogos na Liga portuguesa).
Éa relação entre a qualidade do produto e o preço do mesmo que, normalmente, faz um negócio ser bom ou mau. Assim, neste momento parece evidente que o negócio do Génova foi excelente e que o do Benfica foi péssimo. As contas finais, a apurar lá mais para a frente, podem dar, contudo, resultado diferente. Não levanto a hipótese por desejar que a mesma se concretize, mas porque há 18 anos um treinador tentou convencer-me que por vezes, no futebol, aquilo que parece... não é, e eu, com a arrogância própria de um puto de 20 e poucos anos, não acreditei muito. Até ao dia em que o vaticínio dele se revelou certo e o meu... errado. No Chipre, em 1992, a Seleção Sub-16 disputava o Europeu. Os guarda-redes eram Avelino (titular, jogador do FC Porto) e Quim (suplente, representava o Sp. Braga). A meio da prova eu estava rendido a Avelino. O miúdo “tinha” molas nos pés e asas coladas aos braços. Defendia tudo e de forma espectacular. Quim, pelo que via nos treinos (não jogava), comportava-se na baliza como fora do relvado: tentava passar despercebido, era empenhado e sóbrio, acima de tudo. Avelino revelava-se um garoto divertido na idade certa; Quim era um homem no tempo errado. Em conversa com Rui Caçador (o treinador) apostei num futuro risonho para Avelino. A resposta dele saiu pronta: “Neste momento, o Avelino é um guarda-redes fantástico, melhor que o Quim, mas quando chegarem ao futebol profissional, o Quim é que vai ser o grande guarda-redes. Porque, ao contrário do Avelino, ainda vai evoluir muito”. Caçador sabia do que falava. Eu pensava que sabia do que falava. Em 09/10, Quim (mais de 300 jogos na Liga) foi campeão pelo Benfica; Avelino (menos de 30 jogos na Liga) jogou na II B, pelo Boavista.
Os números de Roberto parecem “ridículos” porque até janeiro deste ano (antes de ir para o Saragoça) tinha apenas 4 jogos (e 11 golos sofridos) na Liga espanhola. Fez outros 67 jogos, mas entre a II B e a II Divisão. Acontece que com os mesmos 24 anos, Eduardo jogara apenas na II B. A “vida” do guarda-redes da Seleção começou no dia em que Carlos Carvalhal apostou nele para o Beira-Mar. Depois insistiu e levou-o para Setúbal. O resto da história é um “conto de fadas” que termina numa gloriosa noite no Estádio Algarve, com a conquista da Taça da Liga.
Jorge Jesus pode tentar ser o “Carvalhal” no percurso de Roberto. Mas o Benfica não é o Vitória de Setúbal. Na Luz a pressão é outra. Daí o esforço feito pelos responsáveis benfiquistas nos últimos dias para “limpar” os erros do guarda-redes.
Não foi pela Jabulani nem pela rega da relva que aquelas bolas entraram. Creio que falta baliza a Roberto. Mas posso estar errado...
Éa relação entre a qualidade do produto e o preço do mesmo que, normalmente, faz um negócio ser bom ou mau. Assim, neste momento parece evidente que o negócio do Génova foi excelente e que o do Benfica foi péssimo. As contas finais, a apurar lá mais para a frente, podem dar, contudo, resultado diferente. Não levanto a hipótese por desejar que a mesma se concretize, mas porque há 18 anos um treinador tentou convencer-me que por vezes, no futebol, aquilo que parece... não é, e eu, com a arrogância própria de um puto de 20 e poucos anos, não acreditei muito. Até ao dia em que o vaticínio dele se revelou certo e o meu... errado. No Chipre, em 1992, a Seleção Sub-16 disputava o Europeu. Os guarda-redes eram Avelino (titular, jogador do FC Porto) e Quim (suplente, representava o Sp. Braga). A meio da prova eu estava rendido a Avelino. O miúdo “tinha” molas nos pés e asas coladas aos braços. Defendia tudo e de forma espectacular. Quim, pelo que via nos treinos (não jogava), comportava-se na baliza como fora do relvado: tentava passar despercebido, era empenhado e sóbrio, acima de tudo. Avelino revelava-se um garoto divertido na idade certa; Quim era um homem no tempo errado. Em conversa com Rui Caçador (o treinador) apostei num futuro risonho para Avelino. A resposta dele saiu pronta: “Neste momento, o Avelino é um guarda-redes fantástico, melhor que o Quim, mas quando chegarem ao futebol profissional, o Quim é que vai ser o grande guarda-redes. Porque, ao contrário do Avelino, ainda vai evoluir muito”. Caçador sabia do que falava. Eu pensava que sabia do que falava. Em 09/10, Quim (mais de 300 jogos na Liga) foi campeão pelo Benfica; Avelino (menos de 30 jogos na Liga) jogou na II B, pelo Boavista.
Os números de Roberto parecem “ridículos” porque até janeiro deste ano (antes de ir para o Saragoça) tinha apenas 4 jogos (e 11 golos sofridos) na Liga espanhola. Fez outros 67 jogos, mas entre a II B e a II Divisão. Acontece que com os mesmos 24 anos, Eduardo jogara apenas na II B. A “vida” do guarda-redes da Seleção começou no dia em que Carlos Carvalhal apostou nele para o Beira-Mar. Depois insistiu e levou-o para Setúbal. O resto da história é um “conto de fadas” que termina numa gloriosa noite no Estádio Algarve, com a conquista da Taça da Liga.
Jorge Jesus pode tentar ser o “Carvalhal” no percurso de Roberto. Mas o Benfica não é o Vitória de Setúbal. Na Luz a pressão é outra. Daí o esforço feito pelos responsáveis benfiquistas nos últimos dias para “limpar” os erros do guarda-redes.
Não foi pela Jabulani nem pela rega da relva que aquelas bolas entraram. Creio que falta baliza a Roberto. Mas posso estar errado...
domingo, julho 18, 2010
Destaques
Alan Kardec
Oscar, quem? O Benfica pode ainda não ter Cardozo, mas não pode dizer que não tem ponta-de-lança. Alan Kardec fez dois golos esta noite, aumentando para quatro o seu «score» pessoal nesta pré-temporada, e assistiu Saviola para o segundo dos encarnados. Na véspera tinha referido que estar no plantel encarnado logo de início lhe está a fazer muito bem. Pela amostra, não são palavras sem sentido. Kardec quer explodir este ano.
Roberto
Jorge Jesus pediu um guarda-redes que, mais do que ser bom, conseguisse dar pontos à equipa. Roberto tarda em mostrar que pode ser esse guarda-redes. No encontrocom o Groningen, por exemplo, teve pouco trabalho e acabou o jogo sem fazer uma defesa e com três golos encaixados. É certo que não se lhe podem imputar responsabilidades, mas, não seria nesses lances que o tal guarda-redes teria de fazer a diferença? Esta noite voltou a facilitar no golo de Valdomiro, saindo completamente aos papéis. Um minuto antes tinha feito uma defesa assinalável. Nem deu tempo ao coro de críticos para baixar o volume. E as dúvidas foram adensadas com nova acção errada no tento de Douglas. Terá sempre de lidar com o peso do preço que custou, pois começa a ser mais problema que solução.
Gaitán
Bom jogo, apesar de algum desaparecimento a espaços. Assistiu Kardec para o primeiro golo e esteve irrequieto na segunda parte. Quando entra em dribles sucessivos é complicado pará-lo e os vimaranenses quase sempre viram-se obrigados a recorrer à falta para o fazer. Quando ganhar entrosamento com os colegas e conseguir ser mais constante vai ser um verdadeiro acréscimo à equipa.
Aimar e Saviola
Jogam juntos de olhos de olhos fechados e isso fez toda a diferença esta noite. Muito do que o Benfica jogou se deveu ao ritmo de produção desta dupla argentina. Até sair lesionado, Aimar foi o principal motor do ataque encarnado e Saviola inventou todo o lance do segundo golo. Com a saída do primeiro, o futebol encarnado ressentiu-se, até porque a pior fase dos encarnados no jogo foi mesmo o último quarto de hora da primeira parte.
Jara e Carlos Martins
O argentino não fez muito mais, é certo, mas o golo que apontou é factor de destaque seja qual for o jogo. Um «golaço» que levantou o D. Anfonso Henriques. Mas Carlos Martins iria conseguir imitar o novo colega, num livre directo superiormente batido, em que, no entanto, Serginho pareceu poder ter feito melhor. Carlos Martins leva, ainda, o prémio de melhor jogador do torneio.
Oscar, quem? O Benfica pode ainda não ter Cardozo, mas não pode dizer que não tem ponta-de-lança. Alan Kardec fez dois golos esta noite, aumentando para quatro o seu «score» pessoal nesta pré-temporada, e assistiu Saviola para o segundo dos encarnados. Na véspera tinha referido que estar no plantel encarnado logo de início lhe está a fazer muito bem. Pela amostra, não são palavras sem sentido. Kardec quer explodir este ano.
Roberto
Jorge Jesus pediu um guarda-redes que, mais do que ser bom, conseguisse dar pontos à equipa. Roberto tarda em mostrar que pode ser esse guarda-redes. No encontrocom o Groningen, por exemplo, teve pouco trabalho e acabou o jogo sem fazer uma defesa e com três golos encaixados. É certo que não se lhe podem imputar responsabilidades, mas, não seria nesses lances que o tal guarda-redes teria de fazer a diferença? Esta noite voltou a facilitar no golo de Valdomiro, saindo completamente aos papéis. Um minuto antes tinha feito uma defesa assinalável. Nem deu tempo ao coro de críticos para baixar o volume. E as dúvidas foram adensadas com nova acção errada no tento de Douglas. Terá sempre de lidar com o peso do preço que custou, pois começa a ser mais problema que solução.
Gaitán
Bom jogo, apesar de algum desaparecimento a espaços. Assistiu Kardec para o primeiro golo e esteve irrequieto na segunda parte. Quando entra em dribles sucessivos é complicado pará-lo e os vimaranenses quase sempre viram-se obrigados a recorrer à falta para o fazer. Quando ganhar entrosamento com os colegas e conseguir ser mais constante vai ser um verdadeiro acréscimo à equipa.
Aimar e Saviola
Jogam juntos de olhos de olhos fechados e isso fez toda a diferença esta noite. Muito do que o Benfica jogou se deveu ao ritmo de produção desta dupla argentina. Até sair lesionado, Aimar foi o principal motor do ataque encarnado e Saviola inventou todo o lance do segundo golo. Com a saída do primeiro, o futebol encarnado ressentiu-se, até porque a pior fase dos encarnados no jogo foi mesmo o último quarto de hora da primeira parte.
Jara e Carlos Martins
O argentino não fez muito mais, é certo, mas o golo que apontou é factor de destaque seja qual for o jogo. Um «golaço» que levantou o D. Anfonso Henriques. Mas Carlos Martins iria conseguir imitar o novo colega, num livre directo superiormente batido, em que, no entanto, Serginho pareceu poder ter feito melhor. Carlos Martins leva, ainda, o prémio de melhor jogador do torneio.
V. Guimarães 3 SLBenfica 5 Rolo Compressor com Areia Espanhola na Engrenagem
Classe no meio campo, acerto no ataque e um problema na baliza. A frase resume todo o futebol do Benfica esta noite em Guimarães. Venceu, acrescente-se, venceu com a justiça que um 3-5 sempre confere, a espaços foi brilhante mas não conseguiu tirar as preocupações da cabeça dos adeptos. É que na baliza parece estar a nascer um problema bicudo. Mas já lá vamos.
Ao contrário do jogo com o Groningen, a partida frente ao V. Guimarães foi bastante agradável de se seguir. A entrada em jogo do Benfica foi avassaladora. O Vitória errava no meio campo e o ataque, comandado, hoje, por Aimar e Saviola, e com Kardec na pele de matador fazia-os pagar. Com a frieza que um tento aos 6 minutos e outro aos 9 dá. Kardec marcou o primeiro e assistiu Saviola para o segundo. A noite de sonho do brasileiro estava só a começar.
Do céu, passemos ao inferno. Roberto tinha acabado de efectuar uma defesa digna de registo e já estava, de novo, na lama. Nos anteriores jogos já tinha dado a entender que não é muito seguro nas bolas aéreas. Nunca lhe tinham feito pagar por isso, mas hoje o cenário mudou. Primeiro perde um duelo com Edgar e vê Valdomiro empurrar para o 1-2. Não seria acto sem repetição. Na segunda parte, já com o Benfica a golear por 1-4, volta a falhar num lance aéreo. Agora foi Douglas a empurrar. Começa a ser um caso sério de preocupação. Tem de readquirir rapidamente os níveis de confiança, ainda para mais quando falamos de um jogador que tem estampado no rosto o preço que custou.
Entre os erros de Roberto, os «golaços» de Jara e Martins
Já Kardec tinha feito o 1-3 e antes do segundo golo do Vitória, o Benfica fez o primeiro «golaço» da noite. O reforço Franco Jara recebeu uma bola à entrada da área e não teve problemas em chutar. A bola desferiu um efeito certeiro, indefensável para Serginho, mas correctamente direccionada com a baliza.
Depois, Carlos Martins, que tinha vindo, também ele, a realizar uma boa exibição, embalado pelo conhecimento que tem da forma de jogar dos colegas, fez o segundo «golaço». Ficará sempre a dúvida se a intenção do médio era atirar à baliza e não é descabido pedir um pouco mais a Serginho. Mas, o seu a seu dono, é mais um grande golo de Carlos Martins.
E assim se encerrou a disputa. O V. Guimarães, que está a construir uma equipa bem interessante para a nova época, ainda tentou um novo alento, mas só conseguiu reduzir sob o apito final, de novo por Valdomiro. Registo para o acerto mostrado pelos vitorianos nas contratações esta temporada. Pelas primeiras amostras, Edson, Faouzi, Maranhão e Bebé são descobertas interessantes. De Edgar, Ricardo, João Ribeiro e, mesmo, do não utilizado William, já se sabe o que esperar. Perspectivam-se novas conquistas, assim a equipa de Manuel Machado ganhe o acerto defensivo que se deseja e o entrosamento dos, muitos, novos reforços.
Para a história fica o primeiro troféu de pré-temporada ganho pelo Benfica. É o terceiro Torneio de Guimarães consecutivo que vai para a posse das águias.
Ficha de Jogo:
Árbitro: Pedro Maia, assistido por Ludovico Franco e Paulo Nogueira
V. GUIMARÃES: Serginho; Alex, Ricardo, Valdomiro e Anderson Santana; Flávio Meireles, Edson, Maranhão e Faouzi; Bebé e Edgar
Jogaram ainda: Bruno Teles, Douglas, Rui Miguel, Pereirinha, João Ribeiro, Custódio e João Alves.
Não utilizados: Preto, Freire, Ostolaza, William, Moreno
Treinador: Manuel Machado
BENFICA: Roberto; Ruben Amorim, David Luiz, Sidnei e César Peixoto; Airton, Carlos Martins, Gaitán e Aimar; Alan Kardec e Saviola.
Jogaram ainda: Javi Garcia, Jara, Felipe Meneses, Weldon, Luís Filpe
Não utilizados: Moreira, Nuno Gomes, Balboa, Rafael e Leandro Pimenta.
Treinador: Jorge Jesus
Golos: Valdomiro (34 e 90 min) e Douglas (63 min);( Kardec (7 min e 49 min), Saviola (9 min), Jara (56 min) e Carlos Martins (70 min)
Ao intervalo: 1-2
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Ao contrário do jogo com o Groningen, a partida frente ao V. Guimarães foi bastante agradável de se seguir. A entrada em jogo do Benfica foi avassaladora. O Vitória errava no meio campo e o ataque, comandado, hoje, por Aimar e Saviola, e com Kardec na pele de matador fazia-os pagar. Com a frieza que um tento aos 6 minutos e outro aos 9 dá. Kardec marcou o primeiro e assistiu Saviola para o segundo. A noite de sonho do brasileiro estava só a começar.
Do céu, passemos ao inferno. Roberto tinha acabado de efectuar uma defesa digna de registo e já estava, de novo, na lama. Nos anteriores jogos já tinha dado a entender que não é muito seguro nas bolas aéreas. Nunca lhe tinham feito pagar por isso, mas hoje o cenário mudou. Primeiro perde um duelo com Edgar e vê Valdomiro empurrar para o 1-2. Não seria acto sem repetição. Na segunda parte, já com o Benfica a golear por 1-4, volta a falhar num lance aéreo. Agora foi Douglas a empurrar. Começa a ser um caso sério de preocupação. Tem de readquirir rapidamente os níveis de confiança, ainda para mais quando falamos de um jogador que tem estampado no rosto o preço que custou.
Entre os erros de Roberto, os «golaços» de Jara e Martins
Já Kardec tinha feito o 1-3 e antes do segundo golo do Vitória, o Benfica fez o primeiro «golaço» da noite. O reforço Franco Jara recebeu uma bola à entrada da área e não teve problemas em chutar. A bola desferiu um efeito certeiro, indefensável para Serginho, mas correctamente direccionada com a baliza.
Depois, Carlos Martins, que tinha vindo, também ele, a realizar uma boa exibição, embalado pelo conhecimento que tem da forma de jogar dos colegas, fez o segundo «golaço». Ficará sempre a dúvida se a intenção do médio era atirar à baliza e não é descabido pedir um pouco mais a Serginho. Mas, o seu a seu dono, é mais um grande golo de Carlos Martins.
E assim se encerrou a disputa. O V. Guimarães, que está a construir uma equipa bem interessante para a nova época, ainda tentou um novo alento, mas só conseguiu reduzir sob o apito final, de novo por Valdomiro. Registo para o acerto mostrado pelos vitorianos nas contratações esta temporada. Pelas primeiras amostras, Edson, Faouzi, Maranhão e Bebé são descobertas interessantes. De Edgar, Ricardo, João Ribeiro e, mesmo, do não utilizado William, já se sabe o que esperar. Perspectivam-se novas conquistas, assim a equipa de Manuel Machado ganhe o acerto defensivo que se deseja e o entrosamento dos, muitos, novos reforços.
Para a história fica o primeiro troféu de pré-temporada ganho pelo Benfica. É o terceiro Torneio de Guimarães consecutivo que vai para a posse das águias.
Ficha de Jogo:
Árbitro: Pedro Maia, assistido por Ludovico Franco e Paulo Nogueira
V. GUIMARÃES: Serginho; Alex, Ricardo, Valdomiro e Anderson Santana; Flávio Meireles, Edson, Maranhão e Faouzi; Bebé e Edgar
Jogaram ainda: Bruno Teles, Douglas, Rui Miguel, Pereirinha, João Ribeiro, Custódio e João Alves.
Não utilizados: Preto, Freire, Ostolaza, William, Moreno
Treinador: Manuel Machado
BENFICA: Roberto; Ruben Amorim, David Luiz, Sidnei e César Peixoto; Airton, Carlos Martins, Gaitán e Aimar; Alan Kardec e Saviola.
Jogaram ainda: Javi Garcia, Jara, Felipe Meneses, Weldon, Luís Filpe
Não utilizados: Moreira, Nuno Gomes, Balboa, Rafael e Leandro Pimenta.
Treinador: Jorge Jesus
Golos: Valdomiro (34 e 90 min) e Douglas (63 min);( Kardec (7 min e 49 min), Saviola (9 min), Jara (56 min) e Carlos Martins (70 min)
Ao intervalo: 1-2
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sexta-feira, julho 16, 2010
O Insatisfeito - João Rui Rodrigues
Quem trabalha com Jorge Jesus reconhece rapidamente duas características fortes na forma de o treinador benfiquista trabalhar: competência e uma insatisfação permanente, muitas vezes em alturas que não se justifica. Nem mesmo no final da época passada, quando após o jogo com o Rio Ave na Luz o Benfica tinha assegurado o regresso aos títulos, JJ fugiu ao que lhe é habitual e lembrou aos responsáveis encarnados que o golo sofrido por Quim podia ter tido custos acrescidos. Até ali, naquele momento de euforia coletiva, o treinador deixou claro que havia algo que não lhe tinha agradado. É assim e não há volta a dar.
No começo da nova temporada, seria de esperar um Jesus mais comedido nos desejos, até porque Luís Filipe Vieira e Rui Costa mantiveram, até à data, a base de toda a equipa que foi campeã, com exceção à saída já previsível de Di María. Já chegaram Roberto, Fábio Faria, Gaitán e Jara, mas o treinador continua insatisfeito e a pedir mais jogadores, quase de forma insaciável. Jesus nunca está, nem estará contente com o plantel que tem à disposição e os próprios responsáveis do Benfica sabem disso mesmo e estão perfeitamente habituados às exigências do técnico.
Mas a ambição do treinador das águias não se resume apenas aos reforços que deseja ainda ver na Luz. Jesus sabe o quanto os adeptos benfiquistas são exigentes e que a bitola está este ano mais elevada, muito também por culpa e competência do próprio JJ. Por isso mesmo não se entende o recado dado pelo treinador após as falhas de Roberto no jogo com o Sion, afirmando que o “treinador do Benfica sabe quem são os melhores”. É perfeitamente normal que saiba, mas não pode (e não deve) menosprezar a opinião do adepto, o mesmo adepto que o rotulou de grande obreiro do título na época transata. A empatia conseguida entre Jesus e o “Terceiro Anel” deveu-se, sobretudo, ao facto de o técnico se colocar ao nível dos adeptos. Mesmo insatisfeito com as críticas, não pode desperdiçar esse capital conquistado.
No começo da nova temporada, seria de esperar um Jesus mais comedido nos desejos, até porque Luís Filipe Vieira e Rui Costa mantiveram, até à data, a base de toda a equipa que foi campeã, com exceção à saída já previsível de Di María. Já chegaram Roberto, Fábio Faria, Gaitán e Jara, mas o treinador continua insatisfeito e a pedir mais jogadores, quase de forma insaciável. Jesus nunca está, nem estará contente com o plantel que tem à disposição e os próprios responsáveis do Benfica sabem disso mesmo e estão perfeitamente habituados às exigências do técnico.
Mas a ambição do treinador das águias não se resume apenas aos reforços que deseja ainda ver na Luz. Jesus sabe o quanto os adeptos benfiquistas são exigentes e que a bitola está este ano mais elevada, muito também por culpa e competência do próprio JJ. Por isso mesmo não se entende o recado dado pelo treinador após as falhas de Roberto no jogo com o Sion, afirmando que o “treinador do Benfica sabe quem são os melhores”. É perfeitamente normal que saiba, mas não pode (e não deve) menosprezar a opinião do adepto, o mesmo adepto que o rotulou de grande obreiro do título na época transata. A empatia conseguida entre Jesus e o “Terceiro Anel” deveu-se, sobretudo, ao facto de o técnico se colocar ao nível dos adeptos. Mesmo insatisfeito com as críticas, não pode desperdiçar esse capital conquistado.
quinta-feira, julho 15, 2010
"Tenho confiança que o Benfica vai ser campeão"
Ser campeão é o objectivo de Jorge Jesus para a época que se avizinha, “com plena confiança” de que vai acontecer. A isso, junta a vontade de fazer melhor que na época passada, o que implica “ganhar a Taça de Portugal, a Supertaça e a Liga dos Campeões”, competição onde quer “ir bem longe”.
"Fazer uma época melhor do que o ano passado significa poder ganhar tudo, o que é extremamente difícil. Mas no futebol nada é impossível. Hoje estou numa situação mais segura, com melhor conhecimento dos jogadores”, disse em declarações ao jornal Benfica.
Sobre os jogadores e mais concretamente sobre Gaitán, Jorge Jesus sublinhou que está “numa fase evolutiva”.
“O jogador que procurámos que tivesse características semelhantes ao Di María é o Gaitán. Está numa fase evolutiva, numa fase onde há muita carga de trabalho e em que muitas das suas capacidades técnicas, em função daquilo que conheço dele, ainda não foram suplantadas. Tenho muita fé nele, como tenho em todos os outros. Acredito que muito que o Nico [Gaitán] possa estar à altura daquilo que o Di María fez no Benfica”, sublinhou Jorge Jesus.
A Selecção Nacional também não está fora dos planos do técnico encarnado, mas não é um projecto para o imediato. Para já, quer continuar a sentir a “adrenalina” conseguida quando se treina um clube.
“Quanto à selecção, é um objectivo que tenho, mas neste momento durante os próximos dez anos ainda quero ser treinador de uma equipa, porque isso é que me dá adrenalina. Um treinador de uma selecção é um seleccionador e, na minha forma de pensa, esse cargo será sempre para um treinador que esteja numa faixa etária a partir dos 65 anos”, frisou.
"Fazer uma época melhor do que o ano passado significa poder ganhar tudo, o que é extremamente difícil. Mas no futebol nada é impossível. Hoje estou numa situação mais segura, com melhor conhecimento dos jogadores”, disse em declarações ao jornal Benfica.
Sobre os jogadores e mais concretamente sobre Gaitán, Jorge Jesus sublinhou que está “numa fase evolutiva”.
“O jogador que procurámos que tivesse características semelhantes ao Di María é o Gaitán. Está numa fase evolutiva, numa fase onde há muita carga de trabalho e em que muitas das suas capacidades técnicas, em função daquilo que conheço dele, ainda não foram suplantadas. Tenho muita fé nele, como tenho em todos os outros. Acredito que muito que o Nico [Gaitán] possa estar à altura daquilo que o Di María fez no Benfica”, sublinhou Jorge Jesus.
A Selecção Nacional também não está fora dos planos do técnico encarnado, mas não é um projecto para o imediato. Para já, quer continuar a sentir a “adrenalina” conseguida quando se treina um clube.
“Quanto à selecção, é um objectivo que tenho, mas neste momento durante os próximos dez anos ainda quero ser treinador de uma equipa, porque isso é que me dá adrenalina. Um treinador de uma selecção é um seleccionador e, na minha forma de pensa, esse cargo será sempre para um treinador que esteja numa faixa etária a partir dos 65 anos”, frisou.
quarta-feira, julho 14, 2010
terça-feira, julho 13, 2010
SLBenfica 4 Aris 1 O Regresso do Rolo Compressor
Uma primeira parte assim-assim, uma segunda convincente, autoritária e pincelada com um momento maior: o golo de Javier Saviola. O Benfica foi oscilante, irregular, capaz de movimentos extremamente interessantes e de lapsos só compreensíveis pelo cansaço acumulado nesta pré-época. Nota importante e nada despicienda: a equipa ganhou, marcou quatro golos ao Aris e sofreu apenas um, num lance precedido de fora-de-jogo. Ajuda sempre a motivar.
Em poucas notas, soltas e simples, foi assim a exibição do campeão nacional no terceiro teste da pré-temporada. À preocupação causada por uma sofrível entrada em campo, surpreendentemente tremelicante, a equipa respondeu com um golo apontado por Pablo Aimar - na marcação de um livre directo bafejado pela sorte e pelo desvio na barreira grega.
Uma sorte repetida na etapa complementar e no terceiro golo, de resto, pois o pontapé de Alan Kardec também tabelou num obstáculo helénico antes de se anichar nas redes contrárias.
Entre um e outro momento, o Benfica subiu os índices de confiança na posse de bola e mostrou argumentos transportados do passado recente. Principalmente nos movimentos ofensivos, quase sempre talhados pela qualidade de Javier Saviola e Pablo Aimar, fortíssimos nas triangulações e devidamente amparados por Alan Kardec.
O quarto golo é todo obra e graça de Weldon. Lance individual sobre a esquerda, dois dribles e o passe servido em bandeja dourada para a finalização fácil de Franco Jara.
Agora Roberto. Vale a pena gastar algumas palavras com o guarda-redes espanhol. Após observação atenta, motivada pelos erros amplamente dissecados do último jogo, apenas lhe vislumbrámos um erro claro: aos 43 minutos, saiu de olhos fechados e fora de tempo a um cruzamento. No tempo restante, fez duas boas defesas e pareceu sempre algo retraído e conservador na hora de sair aos cruzamentos.
Nota mais para Nicolás Gaitán, o mais inspirado dos reforços. Começou tímido, demasiado encostado à esquerda, e soltou-se a partir dos 25/30 minutos. Muito forte nos cruzamentos e nas mudanças de velocidade, parece ter capacidade mais do que suficiente para ser um elemento importante nesta equipa.
A maior decepção vai para o quarteto defensivo. Excluindo David Luiz o mais acertado na segunda parte -, os restantes não deixaram boas indicações: Luís Filipe, Sidnei e César Peixoto estão ainda muito longe daquilo que lhes é exigível.
FICHA DE JOGO:
BENFICA: Roberto; Luís Filipe, Sidnei, David Luiz e César Peixoto; Javi Garcia; Carlos Martins, Pablo Aimar e Nicolás Gaitán; Javier Saviola e Alan Kardec.
Jogaram ainda: Airton, Felipe Menezes, Franco Jara, Fábio Faria e Weldon.
Treinador: Jorge Jesus
ARIS SALÓNICA: Sifakis; Neto, Ronaldo, Lazaridis e Michel; Nafti, Mendrinos, Koke e Calvo; Javito e Cezarek.
Jogaram ainda: Vangelj, Katidis, Oriol, Koloucheris e Ruiz.
Treinador: Héctor Cúper
Golos: Pablo Aimar (17) , Cezarec (25), Saviola (52) e Kardec (66).
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Em poucas notas, soltas e simples, foi assim a exibição do campeão nacional no terceiro teste da pré-temporada. À preocupação causada por uma sofrível entrada em campo, surpreendentemente tremelicante, a equipa respondeu com um golo apontado por Pablo Aimar - na marcação de um livre directo bafejado pela sorte e pelo desvio na barreira grega.
Uma sorte repetida na etapa complementar e no terceiro golo, de resto, pois o pontapé de Alan Kardec também tabelou num obstáculo helénico antes de se anichar nas redes contrárias.
Entre um e outro momento, o Benfica subiu os índices de confiança na posse de bola e mostrou argumentos transportados do passado recente. Principalmente nos movimentos ofensivos, quase sempre talhados pela qualidade de Javier Saviola e Pablo Aimar, fortíssimos nas triangulações e devidamente amparados por Alan Kardec.
O quarto golo é todo obra e graça de Weldon. Lance individual sobre a esquerda, dois dribles e o passe servido em bandeja dourada para a finalização fácil de Franco Jara.
Agora Roberto. Vale a pena gastar algumas palavras com o guarda-redes espanhol. Após observação atenta, motivada pelos erros amplamente dissecados do último jogo, apenas lhe vislumbrámos um erro claro: aos 43 minutos, saiu de olhos fechados e fora de tempo a um cruzamento. No tempo restante, fez duas boas defesas e pareceu sempre algo retraído e conservador na hora de sair aos cruzamentos.
Nota mais para Nicolás Gaitán, o mais inspirado dos reforços. Começou tímido, demasiado encostado à esquerda, e soltou-se a partir dos 25/30 minutos. Muito forte nos cruzamentos e nas mudanças de velocidade, parece ter capacidade mais do que suficiente para ser um elemento importante nesta equipa.
A maior decepção vai para o quarteto defensivo. Excluindo David Luiz o mais acertado na segunda parte -, os restantes não deixaram boas indicações: Luís Filipe, Sidnei e César Peixoto estão ainda muito longe daquilo que lhes é exigível.
FICHA DE JOGO:
BENFICA: Roberto; Luís Filipe, Sidnei, David Luiz e César Peixoto; Javi Garcia; Carlos Martins, Pablo Aimar e Nicolás Gaitán; Javier Saviola e Alan Kardec.
Jogaram ainda: Airton, Felipe Menezes, Franco Jara, Fábio Faria e Weldon.
Treinador: Jorge Jesus
ARIS SALÓNICA: Sifakis; Neto, Ronaldo, Lazaridis e Michel; Nafti, Mendrinos, Koke e Calvo; Javito e Cezarek.
Jogaram ainda: Vangelj, Katidis, Oriol, Koloucheris e Ruiz.
Treinador: Héctor Cúper
Golos: Pablo Aimar (17) , Cezarec (25), Saviola (52) e Kardec (66).
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Jesus e os frangos de Roberto - António Varela
Jorge Jesus não poderia ter gozado de pior sorte.
Impôs a dispensa do guarda-redes campeão nacional pelo Benfica – Quim.
E apostou as fichas todas num guarda-redes semidesconhecido cujo passe importou na sumptuosa quantia de 8,5 milhões de euros – Roberto.
Dir-se-á que é gestão de plantel.
Problemático foi o que aconteceu a seguir: Roberto não deu um frango, mas dois, e o Benfica perdeu com o Sion um jogo que não conta para o que quer que seja.
Mas que acaba por diminuir a margem de manobra de Jesus na gestão das contratações. Essa é que é essa.
Impôs a dispensa do guarda-redes campeão nacional pelo Benfica – Quim.
E apostou as fichas todas num guarda-redes semidesconhecido cujo passe importou na sumptuosa quantia de 8,5 milhões de euros – Roberto.
Dir-se-á que é gestão de plantel.
Problemático foi o que aconteceu a seguir: Roberto não deu um frango, mas dois, e o Benfica perdeu com o Sion um jogo que não conta para o que quer que seja.
Mas que acaba por diminuir a margem de manobra de Jesus na gestão das contratações. Essa é que é essa.
segunda-feira, julho 12, 2010
O Futuro Capitão do SLBenfica!
Rúben Amorim recusou-se, esta segunda-feira, a comentar a hipótese Génova, frisando ainda que Portugal perdeu contra a “campeã do mundo”.
Questionado no Algarve, onde esteve esta segunda-feira para a apresentação da Taça de Albufeira, Rúben Amorim limitou-se a sorrir, escapando à pergunta sobre a hipótese de ir jogar em Itália: “Não sei de nada, nem gosto de falar nisso”, disse, preferindo afirmar que está ansioso para voltar ao trabalho no Benfica.
Sobre a vitória espanhola na África do Sul, o jogador reconheceu que ganhou a selecção que jogou melhor futebol.
”Não gostamos de ver a festa dos outros”, mas “Portugal foi eliminado pela campeã do mundo”, sendo que “outras equipas foram mais dominadas” nos jogos contra os espanhóis do que a “selecção das quinas”, disse. Por isso, frisou, a eliminação de Portugal “não foi assim tão má”.
De Itália, dizem que o assunto Veloso e/ou Amorim versus Génova está “adormecido” mas existe a sensação de que de um momento para o outro, um dos dois jogadores poder vir a assinar pelo clube italiano, sendo afirmado que no caso de Veloso os de Génova podem chegar mesmo aos 14 milhões de euros.
Entretanto e apesar dos assobios lançados por alguns adeptos benfiquistas ao guarda-redes Roberto, durante o jogo com o Sion, Amorim mostrou-se solidário com o jogador que custou 8,5 milhões de euros aos cofres benfiquistas. “Não dou muito valor a isso. Quando cheguei ao Benfica, também senti muitas dúvidas em relação a mim. Devem deixá-lo fazer o campeonato. Treinei com ele e acho que tem muita qualidade. Deviam falar só no fim da época, mas é normal. Agora é deixar o Roberto trabalhar. Aliás, os benfiquistas vão deixar”, afirmou.
Questionado no Algarve, onde esteve esta segunda-feira para a apresentação da Taça de Albufeira, Rúben Amorim limitou-se a sorrir, escapando à pergunta sobre a hipótese de ir jogar em Itália: “Não sei de nada, nem gosto de falar nisso”, disse, preferindo afirmar que está ansioso para voltar ao trabalho no Benfica.
Sobre a vitória espanhola na África do Sul, o jogador reconheceu que ganhou a selecção que jogou melhor futebol.
”Não gostamos de ver a festa dos outros”, mas “Portugal foi eliminado pela campeã do mundo”, sendo que “outras equipas foram mais dominadas” nos jogos contra os espanhóis do que a “selecção das quinas”, disse. Por isso, frisou, a eliminação de Portugal “não foi assim tão má”.
De Itália, dizem que o assunto Veloso e/ou Amorim versus Génova está “adormecido” mas existe a sensação de que de um momento para o outro, um dos dois jogadores poder vir a assinar pelo clube italiano, sendo afirmado que no caso de Veloso os de Génova podem chegar mesmo aos 14 milhões de euros.
Entretanto e apesar dos assobios lançados por alguns adeptos benfiquistas ao guarda-redes Roberto, durante o jogo com o Sion, Amorim mostrou-se solidário com o jogador que custou 8,5 milhões de euros aos cofres benfiquistas. “Não dou muito valor a isso. Quando cheguei ao Benfica, também senti muitas dúvidas em relação a mim. Devem deixá-lo fazer o campeonato. Treinei com ele e acho que tem muita qualidade. Deviam falar só no fim da época, mas é normal. Agora é deixar o Roberto trabalhar. Aliás, os benfiquistas vão deixar”, afirmou.
Roberto: 8,5 milhões de crédito malparado - João Rui Rodrigues
Não há muita gente que possa afirmar com convicção que conhece as qualidades e defeitos de Roberto, o reforço por quem o Benfica perdeu a cabeça gastando 8,5 milhões de euros.
Aos 24 anos, o guardião espanhol nunca jogou com assiduidade nos emblemas por onde passou, nomeadamente no Atlético Madrid, onde foi formado.
Os últimos 6 meses da época passada, salvando o Saragoça da descida, deram-lhe alguma tarimba e mostraram qualidades que os encarnados entenderam ser suficientes para tão avultado investimento.
O problema é que o guardião vai carregar sempre o preço do passe nas costas, com toda a gente a identificá-lo com o valor que custou e não por aquilo que joga.
Como seria de esperar, Roberto não esconde essa pressão acrescida e no jogo com o Sion deu dois “frangos” que fazem aumentar ainda mais a desconfiança dos adeptos que não esquecem a boa temporada de Quim e a injustiça que foi dispensá-lo e o facto de Eduardo ter sido possível de contratar por “apenas” 4 milhões de euros.
Para já, o crédito a Roberto está muito malparado.
Aos 24 anos, o guardião espanhol nunca jogou com assiduidade nos emblemas por onde passou, nomeadamente no Atlético Madrid, onde foi formado.
Os últimos 6 meses da época passada, salvando o Saragoça da descida, deram-lhe alguma tarimba e mostraram qualidades que os encarnados entenderam ser suficientes para tão avultado investimento.
O problema é que o guardião vai carregar sempre o preço do passe nas costas, com toda a gente a identificá-lo com o valor que custou e não por aquilo que joga.
Como seria de esperar, Roberto não esconde essa pressão acrescida e no jogo com o Sion deu dois “frangos” que fazem aumentar ainda mais a desconfiança dos adeptos que não esquecem a boa temporada de Quim e a injustiça que foi dispensá-lo e o facto de Eduardo ter sido possível de contratar por “apenas” 4 milhões de euros.
Para já, o crédito a Roberto está muito malparado.
Roberto: solução ou problema? - Luís Avelãs
Nos tempos que correm, em que a crise é cada vez mais evidente, custa perceber como é que os principais emblemas nacionais conseguem comprar futebolistas por verbas entre os 7 e os 10 milhões de euros. Se estivéssemos a falar de clubes ricos, cujas sad’s tivessem lucros consideráveis, ainda entenderia esses investimentos “loucos”. No entanto, todos sabemos, as contas de Benfica, FC Porto e Sporting são tudo menos um “mar de rosas”. E escusam de me tentar explicar, através de complicadas manobras de engenharia financeira, que o caso não é bem assim. Podem continuar a assobiar para o lado e a negar as evidências mas, o mais certo - a manter-se este tipo de actuação - é que um dia a coisa “rebenta”.
Mas, quando se gasta uma soma avultada num jogador há, antes de tudo, que equacionar o valor futebolístico do atleta. Convém ter em conta o seu passado, o rendimento por onde passou, a margem de progressão, a possibilidade de ganhar dinheiro numa venda futura e ter a certeza que a sua inclusão no plantel é essencial. Ora, é exactamente fazendo esse tipo de avaliação que não consigo entender como é que o Benfica resolveu pagar 8,5 milhões de euros pelo guarda-redes espanhol Roberto.
Eu sei que, nesta altura, é fácil colocar em causa a validade da operação encarnada, pois o guardião, logo no primeiro teste mais a sério, teve dois deslizes, o primeiro dos quais se engloba na categoria dos frangos. Contudo, posso garantir, este texto estava programado há muito. Só não veio a público antes porque, devido ao Mundial, estive “sintonizado” na África do Sul.
Por princípio tenho dificuldade em aceitar que um guarda-redes possa custar tanto dinheiro. No futebol, sempre assim foi e será, os elementos mais caros são os avançados, os jogadores que marcam golos, os artistas que fazem a diferença. Como em tudo, no entanto, existem excepções. Gastar uma boa maquia por gente como Buffon, Casillas, Cech ou Júlio César (o do Inter) parece-me adequado, face ao seu rendimento ao longo dos anos. São “keepers” com provas dadas.
O caso de Roberto começa antes de o próprio ser escolhido. Jesus é o responsável e, melhor que ninguém, deve saber o que faz falta à equipa. Porém, abdicar de Quim quando o internacional português fez a sua melhor temporada na Luz – contribuindo para a conquista do título – é bastante discutível. O treinador quer um titular claro, que garanta pontos ao conjunto. É uma ambição legítima. Só tenho dúvidas é que com Quim isso não estivesse contemplado. Afinal de contas, quantos pontos perderam os encarnados por causa do guarda-redes na época passada? E se o minhoto era assim tão falível então como se justifica que ele fosse titular absoluto no Nacional? E jogou a final da Taça da Liga, quando o titular vinha sendo outro, porquê?
Jesus nunca escondeu que não apreciava Quim. O afastamento estava há muito agendado e só não aconteceu mais cedo porque o guarda-redes mostrou, em campo, ser o melhor do plantel. A força que o técnico fez para que as águias contratassem Júlio César ao Belenenses comprova a sua intenção. Aliás, ele bem se esforçou por tentar “puxar” pelo brasileiro. Contudo, este – a exemplo do que sucedeu com Moretto anos antes – não se deu bem com a passagem de um clube mediano para um obrigado a vencer. E, pior, não conseguiu conviver com uma titularidade prevista “a priori”. Curiosamente, finda a temporada, Jesus disse que Júlio César ainda “era um miúdo que tinha de aprender”. Aceito a observação, só não entendo é como é que alguém considera normal utilizar a Liga Europa para “ensaios”...
Regressemos a Roberto, o menos culpado de tudo isto. Era fácil de prever que o espanhol iria estar debaixo da atenção dos adeptos e que, desde sempre, as suas prestações iriam ser escalpelizadas ao pormenor. Só não se previa é que, à primeira, se espalhasse ao comprido. Agora, se não se recompõe depressa, o Benfica vai ter um problema complicadíssimo para resolver, nomeadamente Jesus.
PS – Não sou nada dado a bruxedos e coisas do género mas, sinceramente, acho que alguma força oculta resolveu importunar a carreira de Quim. Ser dispensado do Benfica depois de ter sido totalista no Nacional é incompreensível (mais ainda quando os seus dois suplentes continuam...); não fazer parte do lote de três guarda-redes para o Mundial da África do Sul foi uma injustiça tremenda (alguém consegue dizer que Daniel Fernandes já fez mais, nos clubes ou na Selecção, pare merecer estar à sua frente?), mas sofrer uma lesão grave (que o obriga a paragem de cerca de 6 meses) logo num dos primeiros treinos no Sporting de Braga é... demais!
Mas, quando se gasta uma soma avultada num jogador há, antes de tudo, que equacionar o valor futebolístico do atleta. Convém ter em conta o seu passado, o rendimento por onde passou, a margem de progressão, a possibilidade de ganhar dinheiro numa venda futura e ter a certeza que a sua inclusão no plantel é essencial. Ora, é exactamente fazendo esse tipo de avaliação que não consigo entender como é que o Benfica resolveu pagar 8,5 milhões de euros pelo guarda-redes espanhol Roberto.
Eu sei que, nesta altura, é fácil colocar em causa a validade da operação encarnada, pois o guardião, logo no primeiro teste mais a sério, teve dois deslizes, o primeiro dos quais se engloba na categoria dos frangos. Contudo, posso garantir, este texto estava programado há muito. Só não veio a público antes porque, devido ao Mundial, estive “sintonizado” na África do Sul.
Por princípio tenho dificuldade em aceitar que um guarda-redes possa custar tanto dinheiro. No futebol, sempre assim foi e será, os elementos mais caros são os avançados, os jogadores que marcam golos, os artistas que fazem a diferença. Como em tudo, no entanto, existem excepções. Gastar uma boa maquia por gente como Buffon, Casillas, Cech ou Júlio César (o do Inter) parece-me adequado, face ao seu rendimento ao longo dos anos. São “keepers” com provas dadas.
O caso de Roberto começa antes de o próprio ser escolhido. Jesus é o responsável e, melhor que ninguém, deve saber o que faz falta à equipa. Porém, abdicar de Quim quando o internacional português fez a sua melhor temporada na Luz – contribuindo para a conquista do título – é bastante discutível. O treinador quer um titular claro, que garanta pontos ao conjunto. É uma ambição legítima. Só tenho dúvidas é que com Quim isso não estivesse contemplado. Afinal de contas, quantos pontos perderam os encarnados por causa do guarda-redes na época passada? E se o minhoto era assim tão falível então como se justifica que ele fosse titular absoluto no Nacional? E jogou a final da Taça da Liga, quando o titular vinha sendo outro, porquê?
Jesus nunca escondeu que não apreciava Quim. O afastamento estava há muito agendado e só não aconteceu mais cedo porque o guarda-redes mostrou, em campo, ser o melhor do plantel. A força que o técnico fez para que as águias contratassem Júlio César ao Belenenses comprova a sua intenção. Aliás, ele bem se esforçou por tentar “puxar” pelo brasileiro. Contudo, este – a exemplo do que sucedeu com Moretto anos antes – não se deu bem com a passagem de um clube mediano para um obrigado a vencer. E, pior, não conseguiu conviver com uma titularidade prevista “a priori”. Curiosamente, finda a temporada, Jesus disse que Júlio César ainda “era um miúdo que tinha de aprender”. Aceito a observação, só não entendo é como é que alguém considera normal utilizar a Liga Europa para “ensaios”...
Regressemos a Roberto, o menos culpado de tudo isto. Era fácil de prever que o espanhol iria estar debaixo da atenção dos adeptos e que, desde sempre, as suas prestações iriam ser escalpelizadas ao pormenor. Só não se previa é que, à primeira, se espalhasse ao comprido. Agora, se não se recompõe depressa, o Benfica vai ter um problema complicadíssimo para resolver, nomeadamente Jesus.
PS – Não sou nada dado a bruxedos e coisas do género mas, sinceramente, acho que alguma força oculta resolveu importunar a carreira de Quim. Ser dispensado do Benfica depois de ter sido totalista no Nacional é incompreensível (mais ainda quando os seus dois suplentes continuam...); não fazer parte do lote de três guarda-redes para o Mundial da África do Sul foi uma injustiça tremenda (alguém consegue dizer que Daniel Fernandes já fez mais, nos clubes ou na Selecção, pare merecer estar à sua frente?), mas sofrer uma lesão grave (que o obriga a paragem de cerca de 6 meses) logo num dos primeiros treinos no Sporting de Braga é... demais!
domingo, julho 11, 2010
Uma Verdade Inconveniente
O Benfica foi melhor que o adversário, mesmo com menos tempo de preparação.
No entanto, a diferença foi feita pelos dois guarda-redes.
Vanins foi quase intransponível, Roberto errou nas duas vezes que o Sion chegou à baliza encarnada.
De resto, os movimentos e as características do Benfica campeão continuam, ao que parece, intactas.
Falta dar-lhes ritmo.
Mais futebol
No entanto, a diferença foi feita pelos dois guarda-redes.
Vanins foi quase intransponível, Roberto errou nas duas vezes que o Sion chegou à baliza encarnada.
De resto, os movimentos e as características do Benfica campeão continuam, ao que parece, intactas.
Falta dar-lhes ritmo.
Mais futebol
quinta-feira, julho 08, 2010
Uma Questão de Qualidade
Os clubes portugueses vão auferir um total de 854.860 euros em compensações da FIFA pela cedência de jogadores para o Mundial, em que só o Benfica recebe 327 mil euros, 38,4 por cento do total, avança o jornal Público esta manhã.
O FC Porto é o segundo da lista, com 248 mil euros, seguindo-se o Sporting (127 mil euros). Também Nacional, Sporting de Braga, Leixões, União de Leiria e Vitória de Setúbal poderão receber parte desta verba, caso tenham enviado à FIFA um formulário.
Os jogadores uruguaios Maxi Pereira e Fucile, de Benfica e FC Porto, respectivamente, são os que mais vão render aos clubes, não só porque chegaram às meias-finais, e vão discutir o terceiro lugar do Mundial, mas também porque passaram as duas últimas temporadas na mesma equipa.
Os valores a receber por cada clube são calculados sobre o número de dias que os jogadores estiveram ao serviço das selecções (contagem inicia-se duas semanas antes do Mundial e finaliza no dia seguinte ao da eliminação) a multiplicar por 1600 dólares.
No caso dos jogadores que estiveram em dois clubes nas duas últimas épocas (casos de Beto ou Coentrão, por exemplo), o montante será dividido entre os clubes. Por isso, neste caso, o Leixões receberá parte do valor de Beto, tal como Saragoça e Rio Ave por Coentrão ter representado os dois clubes na época 2008/09.
O valor de cada jogador é igual, tenha ou não sido utilizado em jogos (casos de Bruno Alves, totalista, e Rolando, que nunca entrou em campo.
O FC Porto é o segundo da lista, com 248 mil euros, seguindo-se o Sporting (127 mil euros). Também Nacional, Sporting de Braga, Leixões, União de Leiria e Vitória de Setúbal poderão receber parte desta verba, caso tenham enviado à FIFA um formulário.
Os jogadores uruguaios Maxi Pereira e Fucile, de Benfica e FC Porto, respectivamente, são os que mais vão render aos clubes, não só porque chegaram às meias-finais, e vão discutir o terceiro lugar do Mundial, mas também porque passaram as duas últimas temporadas na mesma equipa.
Os valores a receber por cada clube são calculados sobre o número de dias que os jogadores estiveram ao serviço das selecções (contagem inicia-se duas semanas antes do Mundial e finaliza no dia seguinte ao da eliminação) a multiplicar por 1600 dólares.
No caso dos jogadores que estiveram em dois clubes nas duas últimas épocas (casos de Beto ou Coentrão, por exemplo), o montante será dividido entre os clubes. Por isso, neste caso, o Leixões receberá parte do valor de Beto, tal como Saragoça e Rio Ave por Coentrão ter representado os dois clubes na época 2008/09.
O valor de cada jogador é igual, tenha ou não sido utilizado em jogos (casos de Bruno Alves, totalista, e Rolando, que nunca entrou em campo.
quarta-feira, julho 07, 2010
Relembrar um dos maiores crimes lesa Benfica - João Pinto
A propósito desta inesperada e surpreendente transferência de João Moutinho para o Futebol Clube do Porto, vem-me à memória a ida de João Pinto para o Sporting, numa “estória” que foi muito mal contada.
Se alguém conseguiu esse patamar de ser símbolo de um clube, João Pinto foi-o, seguramente, no Benfica. Numa carreira nos encarnados que acompanhei bem de perto enquanto jornalista, João Pinto que esteve para sair para o Sporting apenas com 1 ano de águia ao peito, numa jogada de Sousa Cintra, acabou por continuar na Luz até 2000, já que o Presidente, Jorge de Brito, conseguiu-o convencer a permanecer mesmo depois de o jogador ter encaixado 30 mil contos pagos pelo Sporting.
João Pinto não só continuou a vestir de encarnado, como se transformou na grande referência do Benfica, durante anos a fio, tendo ficado para a história do futebol português, muito em especial, pela exibição e marcação de 3 golos nos célebres 3-6 em Alvalade que garantiu o Título à equipa benfiquista. Até um contrato vitalício fez. Foi a maneira que o Presidente, Manuel Damásio, encontrou para aplacar a ira dos adeptos após sucessivos maus resultados.
Com Vale e Azevedo no comando do Benfica e após o Euro 2000 onde João Pinto marcou aquele que foi considerado o melhor golo da prova e um dos melhores de sempre, o jogador ruma ao Sporting com um anúncio pomposo de “custo zero”, sem que o Benfica recebesse nada!
Vale e Azevedo apontou a situação como benéfica para o Benfica, uma vez que se livrava do contrato vitalício e de um alto vencimento. Enquanto isso, os Sportinguistas exultavam com a vinda do Capitão benfiquista, ainda por cima a “custo zero”, numa operação que envolveu, também, o empresário José Veiga.
Como mais tarde se provou, afinal o “custo zero” foram 10 milhões de euros entre prémio de assinatura e vencimentos, que provocaram investigações e ameaças porque terá havido dinheiro que “voou” não se sabe bem para onde.
Há ainda questões por esclarecer e perguntas a que ninguém responde directamente. Será que Vale e Azevedo, que libertou o jogador do Benfica, recebeu alguma coisa?
Que razões estão por detrás das “estórias” contraditórias contadas por Veiga e dirigentes do Sporting?
Como se explica que os dirigentes falem em “custo zero” quando os clubes acabam por desembolsar milhões que não se percebe bem para onde vão?
Carlos Severino
Se alguém conseguiu esse patamar de ser símbolo de um clube, João Pinto foi-o, seguramente, no Benfica. Numa carreira nos encarnados que acompanhei bem de perto enquanto jornalista, João Pinto que esteve para sair para o Sporting apenas com 1 ano de águia ao peito, numa jogada de Sousa Cintra, acabou por continuar na Luz até 2000, já que o Presidente, Jorge de Brito, conseguiu-o convencer a permanecer mesmo depois de o jogador ter encaixado 30 mil contos pagos pelo Sporting.
João Pinto não só continuou a vestir de encarnado, como se transformou na grande referência do Benfica, durante anos a fio, tendo ficado para a história do futebol português, muito em especial, pela exibição e marcação de 3 golos nos célebres 3-6 em Alvalade que garantiu o Título à equipa benfiquista. Até um contrato vitalício fez. Foi a maneira que o Presidente, Manuel Damásio, encontrou para aplacar a ira dos adeptos após sucessivos maus resultados.
Com Vale e Azevedo no comando do Benfica e após o Euro 2000 onde João Pinto marcou aquele que foi considerado o melhor golo da prova e um dos melhores de sempre, o jogador ruma ao Sporting com um anúncio pomposo de “custo zero”, sem que o Benfica recebesse nada!
Vale e Azevedo apontou a situação como benéfica para o Benfica, uma vez que se livrava do contrato vitalício e de um alto vencimento. Enquanto isso, os Sportinguistas exultavam com a vinda do Capitão benfiquista, ainda por cima a “custo zero”, numa operação que envolveu, também, o empresário José Veiga.
Como mais tarde se provou, afinal o “custo zero” foram 10 milhões de euros entre prémio de assinatura e vencimentos, que provocaram investigações e ameaças porque terá havido dinheiro que “voou” não se sabe bem para onde.
Há ainda questões por esclarecer e perguntas a que ninguém responde directamente. Será que Vale e Azevedo, que libertou o jogador do Benfica, recebeu alguma coisa?
Que razões estão por detrás das “estórias” contraditórias contadas por Veiga e dirigentes do Sporting?
Como se explica que os dirigentes falem em “custo zero” quando os clubes acabam por desembolsar milhões que não se percebe bem para onde vão?
Carlos Severino
A maldição da braçadeira - Bernardo Ribeiro
A transferência de João Moutinho do Sporting para o FC Porto está longe de um normal ato de gestão. Ou mesmo uma saudável negociação como tantas vezes acontece em Itália entre os grandes da Serie A. Antes um caso cheio de episódios rocambolescos em que nenhuma das partes sai ilesa. Mas o que antes parecia um erro trágico de José Eduardo Bettencourt e Costinha, percebe-se melhor hoje com os factos dados à estampa. E o que mais choca no meio de tudo isto? O comportamento de João Moutinho, um jovem que passa de capitão do Sporting a alguém cujo comportamento profissional se torna quase incompreensível.
Não pode condenar-se a vontade de Moutinho sair. O jogador terá sido um dos que mais sofreu com a saída de Paulo Bento, a péssima temporada consequente e a nova ordem das coisas em Alvalade. Mas ele, que já tinha tido um comportamento feio quando desejara sair para o Everton, fica ainda pior na fotografia quando recusa treinar-se e se fecha no quarto enquanto os companheiros correm ao sol de Alcochete. O teor das mensagens que “Record” revela e as palavras lidas são de um homem que parece desesperado. Mesmo sabendo que corria o risco de perder a braçadeira ou que era um líder a quem alguns no balneário (e fora dele) não reconheciam competência para o cargo, custa perceber como pode um homem que ganha cerca de 20 mil contos/mês portar-se assim.
É também óbvio que o FC Porto esteve sempre na jogada e que a estratégia de Moutinho é esta porque há muito sabia ter emprego seguro e mais bem pago noutro lado. Os dragões aplicaram aos leões a receita que tantas vezes repetiram na Luz. O último (lembram-se?) foi Christian “Cebola” Rodríguez. Noticiados os encontros a época passada entre Pinto da Costa, Zahavi e Moutinho num hotel da Invicta, resta saber há quanto tempo estava Moutinho “comprado” pelo FC Porto. É uma dúvida razoável.
Não pode condenar-se a vontade de Moutinho sair. O jogador terá sido um dos que mais sofreu com a saída de Paulo Bento, a péssima temporada consequente e a nova ordem das coisas em Alvalade. Mas ele, que já tinha tido um comportamento feio quando desejara sair para o Everton, fica ainda pior na fotografia quando recusa treinar-se e se fecha no quarto enquanto os companheiros correm ao sol de Alcochete. O teor das mensagens que “Record” revela e as palavras lidas são de um homem que parece desesperado. Mesmo sabendo que corria o risco de perder a braçadeira ou que era um líder a quem alguns no balneário (e fora dele) não reconheciam competência para o cargo, custa perceber como pode um homem que ganha cerca de 20 mil contos/mês portar-se assim.
É também óbvio que o FC Porto esteve sempre na jogada e que a estratégia de Moutinho é esta porque há muito sabia ter emprego seguro e mais bem pago noutro lado. Os dragões aplicaram aos leões a receita que tantas vezes repetiram na Luz. O último (lembram-se?) foi Christian “Cebola” Rodríguez. Noticiados os encontros a época passada entre Pinto da Costa, Zahavi e Moutinho num hotel da Invicta, resta saber há quanto tempo estava Moutinho “comprado” pelo FC Porto. É uma dúvida razoável.
terça-feira, julho 06, 2010
CONVERSAS EM FAMÍLIA - Gamado com a devida Vénia ao Vedeta da Bola
ANTERO HENRIQUE – Estou sim? presidente?
PINTO DA COSTA – Bom dia? Então que me conta?
ANTERO HENRIQUE – Está tudo tratado, tal como me pediu.
PINTO DA COSTA – Óptimo. E quando é que ele chega?
ANTERO HENRIQUE – Hoje ainda, ou no máximo amanhã. Isto correu ainda melhor do que eu pensava. Eu sabia que o presidente era um génio, mas esta..., f…-se!!
PINTO DA COSTA – Eu não lhe disse? Aqueles gajos são uns tansos, e este cabeça de cotonete ainda é mais parvo que o outro, mesmo sem beber. Isto é como mudar fraldas a bebés. E o nosso Costa também está a ir muito bem. Sempre acreditei nele (risos).
ANTERO HENRIQUE – Pois é, Maniches e o car……, ao que eles chegaram…
PINTO DA COSTA – Por ali estamos nós descansados. Pongolles, Maniches…Agora tiveram de ficar com o outro gajo que ninguém quer...
ANTERO HENRIQUE – …..humm qual ?
PINTO DA COSTA - Aquele da sérvia ou da macedónia ou lá de onde é… Que esteve para vir para cá. F…-se, do que nos safámos….
ANTERO HENRIQUE – Ah, já sei,…que era para ir para a Grécia… pois foi, livrámo-nos de boa.
PINTO DA COSTA - Coitado do Paulo…Deve estar f….connosco.
ANTERO HENRIQUE – …e agora ficam sem o capitãozinho… coitados (risos)
PINTO DA COSTA – Lembra-se o que eu lhe disse há seis meses, naquele jantar?
ANTERO HENRIQUE – Então não lembro, presidente ? Eu nunca me esqueço dessas coisas. O Zahavi ainda tinha dúvidas, até porque tem lá o puto e tal, mas os gajos caíram que nem uns patinhos. 1 milhão sempre é 1 milhão, mas o gajo trabalhou bem a coisa. O documento estava espectacular. E a questão da selecção também ajudou. Com o brasuca nunca deu para estas coisas...não é? Agora sim... perfeito! ...e ainda ficámos bem vistos com a cena do Nuno André. Com jeito ainda trazemos também o russo.
PINTO DA COSTA – Calma, homem! É preciso ir com calma. Senão os gajos ainda são corridos pelos sócios, e depois tudo se pode complicar para o nosso lado.
ANTERO HENRIQUE – Era bom conseguirmos trabalhar assim também com os outros…
PINTO DA COSTA – Pois…mas isso para aí chia mais fino. Os tempos do amigo Damásio já lá vão…
ANTERO HENRIQUE – Agora é capaz de ser complicado é quando lá formos, os assobios e tal…
PINTO DA COSTA – Onde, à Luz?
ANTERO HENRIQUE – Não presidente, o Moutinho..., a Alvalade.
PINTO DA COSTA – O quê? Nem pense nisso! Os gajos ainda o vão aplaudir, como fizeram ao Ruben. Vocês não está bem a ver o que é aquela gente. E pode ter a certeza que eu irei lá estar, sentadinho ao lado do cotonete... e desta vez até lhe aperto a mão (risos). Depois mando-lhe uns sms’s, para você se rir um pouco. Um corno é sempre um corno (mais risos).
ANTERO HENRIQUE – A vida é bela, presidente. Você consegue sempre surpreender-me. E agora como é que fazemos para ele voltar à selecção?
PINTO DA COSTA – Não se preocupe. Vai voltar, e vai ser titular. Está tudo tratado. Agora é que ele vai ficar em boa forma (risos)…E como sabe, o Raul, sem as nossas "vitaminas", vai perder o lugar. Está tudo tratado. Tudo normal. Aprenda, que eu não duro sempre, e quando eu desaparecer você vai ter de dar muito ao dente, que isto aqui não vai ser fácil.
ANTERO HENRIQUE – Logo se verá, presidente, logo se verá… Sabe que eu aprendo depressa….
PINTO DA COSTA – Olhe, tenho de desligar, que a Fernandinha já chegou…e estas coisas…(risos)
ANTERO HENRIQUE – Está bem, presidente. Um grande abraço.
PINTO DA COSTA – Um abraço. Até amanhã, e mais uma vez obrigado por tudo.
ANTERO HENRIQUE – De nada, presidente. É a minha obrigação.
NOTA: Este texto é de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
PINTO DA COSTA – Bom dia? Então que me conta?
ANTERO HENRIQUE – Está tudo tratado, tal como me pediu.
PINTO DA COSTA – Óptimo. E quando é que ele chega?
ANTERO HENRIQUE – Hoje ainda, ou no máximo amanhã. Isto correu ainda melhor do que eu pensava. Eu sabia que o presidente era um génio, mas esta..., f…-se!!
PINTO DA COSTA – Eu não lhe disse? Aqueles gajos são uns tansos, e este cabeça de cotonete ainda é mais parvo que o outro, mesmo sem beber. Isto é como mudar fraldas a bebés. E o nosso Costa também está a ir muito bem. Sempre acreditei nele (risos).
ANTERO HENRIQUE – Pois é, Maniches e o car……, ao que eles chegaram…
PINTO DA COSTA – Por ali estamos nós descansados. Pongolles, Maniches…Agora tiveram de ficar com o outro gajo que ninguém quer...
ANTERO HENRIQUE – …..humm qual ?
PINTO DA COSTA - Aquele da sérvia ou da macedónia ou lá de onde é… Que esteve para vir para cá. F…-se, do que nos safámos….
ANTERO HENRIQUE – Ah, já sei,…que era para ir para a Grécia… pois foi, livrámo-nos de boa.
PINTO DA COSTA - Coitado do Paulo…Deve estar f….connosco.
ANTERO HENRIQUE – …e agora ficam sem o capitãozinho… coitados (risos)
PINTO DA COSTA – Lembra-se o que eu lhe disse há seis meses, naquele jantar?
ANTERO HENRIQUE – Então não lembro, presidente ? Eu nunca me esqueço dessas coisas. O Zahavi ainda tinha dúvidas, até porque tem lá o puto e tal, mas os gajos caíram que nem uns patinhos. 1 milhão sempre é 1 milhão, mas o gajo trabalhou bem a coisa. O documento estava espectacular. E a questão da selecção também ajudou. Com o brasuca nunca deu para estas coisas...não é? Agora sim... perfeito! ...e ainda ficámos bem vistos com a cena do Nuno André. Com jeito ainda trazemos também o russo.
PINTO DA COSTA – Calma, homem! É preciso ir com calma. Senão os gajos ainda são corridos pelos sócios, e depois tudo se pode complicar para o nosso lado.
ANTERO HENRIQUE – Era bom conseguirmos trabalhar assim também com os outros…
PINTO DA COSTA – Pois…mas isso para aí chia mais fino. Os tempos do amigo Damásio já lá vão…
ANTERO HENRIQUE – Agora é capaz de ser complicado é quando lá formos, os assobios e tal…
PINTO DA COSTA – Onde, à Luz?
ANTERO HENRIQUE – Não presidente, o Moutinho..., a Alvalade.
PINTO DA COSTA – O quê? Nem pense nisso! Os gajos ainda o vão aplaudir, como fizeram ao Ruben. Vocês não está bem a ver o que é aquela gente. E pode ter a certeza que eu irei lá estar, sentadinho ao lado do cotonete... e desta vez até lhe aperto a mão (risos). Depois mando-lhe uns sms’s, para você se rir um pouco. Um corno é sempre um corno (mais risos).
ANTERO HENRIQUE – A vida é bela, presidente. Você consegue sempre surpreender-me. E agora como é que fazemos para ele voltar à selecção?
PINTO DA COSTA – Não se preocupe. Vai voltar, e vai ser titular. Está tudo tratado. Agora é que ele vai ficar em boa forma (risos)…E como sabe, o Raul, sem as nossas "vitaminas", vai perder o lugar. Está tudo tratado. Tudo normal. Aprenda, que eu não duro sempre, e quando eu desaparecer você vai ter de dar muito ao dente, que isto aqui não vai ser fácil.
ANTERO HENRIQUE – Logo se verá, presidente, logo se verá… Sabe que eu aprendo depressa….
PINTO DA COSTA – Olhe, tenho de desligar, que a Fernandinha já chegou…e estas coisas…(risos)
ANTERO HENRIQUE – Está bem, presidente. Um grande abraço.
PINTO DA COSTA – Um abraço. Até amanhã, e mais uma vez obrigado por tudo.
ANTERO HENRIQUE – De nada, presidente. É a minha obrigação.
NOTA: Este texto é de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
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