A transferência de João Moutinho para o FC Porto significa uma nova era no futebol português no que a troca de jogadores entre os “três grandes” diz respeito. É uma novidade interessante que é prática comum, por exemplo, em Itália, mas que não pode ser comparada a nada no mercado, porque nenhum clube vende aquilo que proclama como símbolo. O Milan pode trocar um Simic ou um Favalli com o rival Inter Milão, mas nunca aceitaria vender Maldini ao inimigo como o inverso não seria possível com Javier Zanetti. Del Piero ou Raul até podem não acabar as carreiras nos clubes de coração mas de certeza que não acabam vestidos com as cores de emblemas rivais. Em Inglaterra, admite-se que Ashley Cole troque o Arsenal pelo Chelsea, mas o Arsenal não luta há anos pelo título. E alguém imagina Lampard no Manchester United e Gary Neville no Chelsea? Nem pensar...
Ao assumir-se como um clube capaz de vender aquilo de que melhor tem para a concorrência, o Sporting deu um sinal ao mercado ao deixar de se assumir como “um grande”, passando a ter a mesma posição que emblemas como o Sporting de Braga ou Vitória de Guimarães, condenados a vender as jóias para sobreviverem. Numa perspectiva de mercado, o FC Porto acaba por fazer um excelente negócio ao comprar um jogador capaz de fazer mais de 40 jogos por temporada por pouco mais que dois “Grimis”.
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