A transferência de João Moutinho do Sporting para o FC Porto está longe de um normal ato de gestão. Ou mesmo uma saudável negociação como tantas vezes acontece em Itália entre os grandes da Serie A. Antes um caso cheio de episódios rocambolescos em que nenhuma das partes sai ilesa. Mas o que antes parecia um erro trágico de José Eduardo Bettencourt e Costinha, percebe-se melhor hoje com os factos dados à estampa. E o que mais choca no meio de tudo isto? O comportamento de João Moutinho, um jovem que passa de capitão do Sporting a alguém cujo comportamento profissional se torna quase incompreensível.
Não pode condenar-se a vontade de Moutinho sair. O jogador terá sido um dos que mais sofreu com a saída de Paulo Bento, a péssima temporada consequente e a nova ordem das coisas em Alvalade. Mas ele, que já tinha tido um comportamento feio quando desejara sair para o Everton, fica ainda pior na fotografia quando recusa treinar-se e se fecha no quarto enquanto os companheiros correm ao sol de Alcochete. O teor das mensagens que “Record” revela e as palavras lidas são de um homem que parece desesperado. Mesmo sabendo que corria o risco de perder a braçadeira ou que era um líder a quem alguns no balneário (e fora dele) não reconheciam competência para o cargo, custa perceber como pode um homem que ganha cerca de 20 mil contos/mês portar-se assim.
É também óbvio que o FC Porto esteve sempre na jogada e que a estratégia de Moutinho é esta porque há muito sabia ter emprego seguro e mais bem pago noutro lado. Os dragões aplicaram aos leões a receita que tantas vezes repetiram na Luz. O último (lembram-se?) foi Christian “Cebola” Rodríguez. Noticiados os encontros a época passada entre Pinto da Costa, Zahavi e Moutinho num hotel da Invicta, resta saber há quanto tempo estava Moutinho “comprado” pelo FC Porto. É uma dúvida razoável.
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