quarta-feira, novembro 24, 2010

Benfica: o dia em que Jesus teve razão. Ou nem por isso - Luís Sobral

Dizia Jorge Jesus depois de vencer o Hapoel na Luz, uma coisa deste género: atenção, esta equipa é boa, ainda vai ter importância nas contas do grupo.

Provou-se que tinha razão. Ou nem por isso.

Tinha razão porque ao vencer pela primeira vez na Liga dos Campeões, o Hapoel Telavive selou o adeus do Benfica à Liga dos Campeões e apurou Schalke e Lyon. Não tinha razão nenhuma quando dizia que os israelistas formam uma boa equipa. Longe disso, pelo menos pelos padrões da mais importante competição de clubes europeus.

Então que se passou com o Benfica?

Provavelmente muita coisa, a maior parte dela só compreensível para quem está lá dentro, dirigentes, treinadores e jogadores.

O que se viu foi isto: baixa intensidade, insensibilidade aos sinais do adversários, escassa confiança e, talvez mais importante, ausência de vontade de vencer.

De resto, este tem sido o traço mais característico do Benfica em 2010/11: parece cansado de ganhar, sem a garra da época passada.

Sejamos claro: o que decidiu não foi a qualidade dos jogadores, a organização, o valor como equipa, a sorte ou o azar. O que decidiu, em Israel, foi a vontade de ganhar. O Hapoel teve-a, o Benfica nem por isso.

O resto, o que explica este estado de alma, saberemos um dia mais tarde. Quando se tornar inevitável alterar alguma coisa.

Para já, Portugal ficou a saber que na segunda metade da temporada não terá equipas entre a elite europeia e provavelmente estará muito bem representado na Liga Europa. Bom para o ranking, péssimo para o orgulho benfiquista.

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