Somados, Nuno Gomes leva não mais de 15 minutos reais na Liga. No passado domingo entrou a 4 minutos do final. Caso não seja por lesão ou para queimar tempo sob pressão, está é uma substituição que só premeia um jovem imberbe, para sentir o cheiro da competição a sério, ou castiga alguém que já está a mais. E ninguém melhor do que os jogadores para interpretar o sentido do dedo técnico.
Não condenemos Jesus neste olhar sobre o avançado. Enquanto titular, até à chegada do técnico campeão, Nuno Gomes marcava escassos golos para o peso relativo do salário no orçamento da equipa, ficava aquém da concretização necessária a um clube que queira chegar ao título. Para mais, Nuno Gomes casa muito melhor com um sistema claro na utilização de uma dupla de pontas-de-lança, do que neste de Jesus, que privilegia os flancos com as entradas de um “nove e meio” vagabundo como é Saviola e também pode ser Aimar.
Por isso Nuno Gomes derrapa do banco para a bancada quando não há lesões. Por isso Jesus o utiliza pouco ou nada, num sábio sinal de não querer que um afeto de última hora leve à renovação com o histórico jogador por mais uma época.
Mas Nuno Gomes é um predestinado, e a esses não se pode dar uma nesga, uma oportunidade, um minuto que seja, sem correr riscos de uma súbita valorização.
Se ao golo juntarmos as sentidas lágrimas e a reação dos colegas, numa emulação coletiva que este ano ainda não se vira, parece que Jesus encontrou ali, naqueles quatro minutos de raiva, um dilema para resolver.
Um bom dilema, aliás.
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