Lá na terra não há quem não saiba. “Não sei por onde vou, não sei para onde vou, sei que não vou por aí”. Lá, em Vila do Conde, Régio joga na alma de todos, serve poesia a todos. Hoje, ainda lá na terra, Coentrão até diz ao povo mais do que Régio. Joga na alma de todos, serve bola a todos. Que fenómeno é este? Não há muito tempo, apontamentos bonitos no Rio Ave, permitiam falar num caso encerrado de vocação. E o resto? Dizia-se que o miúdo das Caxinas, a popular zona piscatória, não seria capaz de crescer socialmente. Dizia-se pior, dizia-se que jamais consolidaria a face bisonha da sua arte.
Ali ao lado, o FC Porto descartou o rapaz. Acreditou o Benfica, ainda que as dúvidas persistissem. Dois anos carregados de assimetrias acentuaram as incertezas. E depois? Que prodígio foi esse? Fábio Coentrão cresceu, cresceu muito, cresceu tanto que não há memória de alguém ter crescido tão aceleradamente no futebol nacional. Já se começa a falar no melhor lateral-esquerdo de sempre. Lateral? Extremo também.
Lateral ou extremo, sempre nonstop, sempre com expressão possessiva pelo mais belo. No Benfica, na Selecção Nacional, ou há Coentrão ou não há Coentrão. Haver ou não haver Coentrão faz toda a diferença. O estatuto não se dá, conquista-se. Coentrão conquistou.
E o futuro? Não há gigante europeu que se não enamore dele. Não sei para onde vai, não sei por onde vai, sei que vai por aí…
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