Confesso que, em momentos de maior debilidade psicológica, tenho assistido a jogos do Real Madrid com o único propósito de ver um jogador que na época passada alinhava no Benfica a vencer uma partida de futebol. Hoje em dia, é um luxo que não dispenso. Acresce a este prazer, a curiosidade em assistir ao desempenho de José Mourinho e Cristiano Ronaldo, dois portugueses extremamente profissionais, ambiciosos e competentes. É, aliás, possível que o Mundo esteja a ficar com uma ideia ligeiramente errada sobre como são os portugueses. Por sorte, Manuel Cajuda também se encontra a trabalhar no estrangeiro, se não podíamos estar perante um equívoco irreversível.
Há muito que se percebeu que Cristiano Ronaldo é viciado em vitórias Mas, esta época, em Madrid, o jogador encontrou o seu dealer: José Mourinho. E não podia ter vindo em melhor altura: como passou o Verão a ser treinado por Carlos Queiroz, é provável que Cristiano estivesse já numa fase muito adiantada da desintoxicação.
Dito isto, quando imagino uma palestra de Mourinho no Real Madrid, não consigo evitar lembrar-me da cena em que o druida de Asterix distribui a poção mágica pelos gauleses. Calculo que, por razões óbvias, Cristiano Ronaldo esteja dispensado de ouvir as palavras de motivação do treinador. Ainda assim, depois de muita insistência por parte do jogador, Mourinho deve dizer-lhe: “Tu não precisas, Cristiano. Já te esqueceste que caíste num caldeirão de ambição, quando eras pequeno?”
Sem comentários:
Enviar um comentário