Dez pontos e cinco golos depois, Jesus já não é o mesmo treinador aos olhos encarnados. Não faz sentido. Nos 'dez pontos' existirão alguns fundamentos para isso. Nos 'cinco golos', a crítica terá de ser específica.
Recorda-se, então, o 4-1 de Liverpool, onde David Luiz também jogou a lateral-esquerdo. A comparação é um bom meio para perceber a importância das táticas em confronto com os que dizem que tudo se baseia só na qualidade dos jogadores. É que em Liverpool jogaram Di María e Ramires, os dois jogadores de que tanto se lamenta a ausência esta época. A dinâmica coletiva foi, no entanto, diferente, com Aimar também a segundo avançado. Essa alteração de posicionamento é mais importante, no plano da organização e criação de jogo no habitat dos maestros (centro do meio-campo ofensivo) do que a mera troca de um defesa-esquerdo. Nesse espaço, o mais natural seria Hulk passar da mesma forma por Coentrão. A diferença estaria em que, depois, em vez da lentidão pesada de Sidnei a ir para a dobra, surgiria a velocidade decisiva de David Luiz. Ou seja, mais decisivo que Coentrão por David Luiz foi David Luiz por Sidnei.
No tempo que leva na Luz (quase época e meia), Jesus teve 180 minutos no 'lado lunar' da vida tática. Não é muito. O que mais impressiona ver esta época é a sua postura quase introspetiva no banco quando as coisas correm mal, em contraste com a forma efusiva como salta, grita e gesticula, sobretudo quando correm bem ou quer corrigir um posicionamento. Diria que nenhuma das duas posturas é futebolisticamente muito saudável (nem influente no rendimento da equipa). Apenas são sintomas de algo mais profundo que se passa antes dos jogos e, claro, anda pela sua cabeça neste momento.
Em qualquer delas, porém, é o mesmo treinador...
1 comentário:
Mas o JJ, que não quis o Urreta, ainda acredita no Sidnei para alguma coisa? No ano passado, apesar da magia de futebol que vimos, o Benfica chegou de rastos ao fim, e apesar de ter alterado a defesa para Liverpool (em consequência "daquela" arbitragem no jogo do Braga com o Guimarães)quase que não ganhamos nada por ter puxado demais pelos jogadores, mesmo desde a pré-época. Um bocadinho de humildade não lhe ficaria mal!
Enviar um comentário