Dos cinco melhores jogadores de Portugal na fase de grupos, antes da competição só Raul Meireles reunia o consenso em torno do lugar que Carlos Queiroz lhe reservava entre os 23 eleitos.
Este Mundial tem mostrado alguma evidência de Ronaldo, mas não tem sido de Simão, Liedson ou Deco. Passados três jogos, muito da qualificação passou pela segurança de Eduardo, pela eficácia de Ricardo Carvalho, pelo voluntarismo de Fábio Coentrão, pela discrição de Tiago e pelo pulmão inesgotável de Raul Meireles.
Se, como disse o seleccionador, "o melhor de Portugal ainda está para vir", convém que nenhum dos improváveis heróis se canse.
Fábio Coentrão (Benfica) 270 m
Nasceu sportinguista e extremo, mas foi no Benfica e a defesa-esquerdo que se fez jogador de futebol. Este ano, celebrou o título de campeão e, no dia seguinte, casou-se em Vila do Conde, cidade de onde é natural.
Antes do final da festa soube que Carlos Queiroz o convocara para o Mundial de futebol.
No Benfica só à segunda tentativa conseguiu garantir o lugar no plantel.
Em 2007, acabou emprestado ao Rio Ave e ainda passou uma temporada no Saragoça antes de regressar ao estádio da Luz onde Jorge Jesus o converteu a lateral.
Na selecção, a história não podia ter sido diferente.
Estreou-se frente à Bósnia em Novembro no jogo que deu o acesso ao Mundial, foi titular no jogo de abertura do Grupo G e, ao fim de 270 minutos, conquistou o lugar. Nesta altura, como jogador que mais passes tentou - segundo as estatísticas da FIFA, 163 com uma taxa de sucesso de 80% - a influência de Fábio Coentrão sente-se em todos os sectores do campo. "É novo, rápido e chega a bolas que parecem perdidas. Tem estado muito bem", disse Ricardo Carvalho, depois de Coentrão ter sido o melhor dos portugueses frente ao Brasil.
"Não tenho medo de ninguém neste Mundial", garantiu o número 23. O próximo teste é já amanhã na Cidade do Cabo.
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