Sem oposição – Rui Alves assumiu vontade de ir a jogo mas, pelos vistos, fez mal as contas ou esperava apoios que nunca apareceram ou, a meio do processo, desapareceram -, Fernando Gomes foi eleito novo presidente da Liga de Clubes. Não sei se isso é uma boa ou má notícia para a modalidade. Contudo, a avaliar pelo significativo voto de confiança que recebeu da maioria dos emblemas que competem nas duas divisões profissionais do futebol nacional, parece que há muita gente a acreditar no seu desempenho. Vamos esperar para ver.
No discurso de tomada de posse – para além de ter tido o mérito de rejeitar a conversa do desgraçadinho que está a sacrificar a vida para ocupar o cargo - o economista disse algumas coisas interessantes. Destaco o facto de ter assumido que o futebol precisa (como praticamente tudo neste país) de ser repensado, de maneira a que os clubes não continuem, aparentemente sem grandes preocupações dos seus dirigentes, a caminhar para o abismo. Com efeito, só loucos, desonestos, distraídos ou optimistas obsessivos é que podem considerar normal ver os emblemas nacionais gastar, ano após ano, muito mais do que angariam em receitas várias. Por outras palavras, urge encontrar maneira de fazer aumentar as receitas. Como é que eu não sei. Fernando Gomes, tenho a certeza, deve ter umas ideias mas, fazendo fé nas contas do FC Porto (clube que serviu durante largos anos na área financeira), a missão não será fácil. Ou melhor: será virtualmente impossível, pois se até os grandes – mesmo com receitas avultadas – vivem com a “corda no pescoço”, imagino o que se passa na casa dos mais pequenos...
Gomes disse também que “se não tivermos memória não conhecemos a nossa essência”. É uma frase bonita que, curiosamente, até ganha maior relevo porque, na intervenção, afirmou igualmente que “numa Associação Patronal como é a Liga, o cumprimento de regras que a todos obriga é essencial à sua dinâmica de respeito na sociedade e uma condição vital para a sua própria existência enquanto tal”. Espero que, nos próximos 4 anos, o dirigente revele memória suficiente para ter sempre presente esta conduta de rigor. Promessas do género não têm faltado, ao longo dos tempos, no futebol e em outras modalidades cá do burgo. Quanto a cumpri-las é que tem sido mais difícil.
PS – A história do futebol português está recheada de episódios atípicos. São tantos que, naturalmente, nem vou apontar exemplos. No entanto, nesta altura, não deixa de ser intrigante ver Benfica e Sporting (aparentemente mais os encarnados) ao lado de Fernando Gomes quando o seu FC Porto se “esqueceu” de o apoiar, como nem se dignou a aparecer no acto eleitoral. Um dia, quem sabe, talvez Pinto da Costa explique esta opção. Ou não...
1 comentário:
O Porto e ... o Braga, não apareceram. Coincidências!
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