Sendo certo que nos primeiros jogos do Mundial sul-africano o desempenho das equipas de arbitragem foi claramente positivo, agora, quando chegámos aos embates a eliminar - o que equivale a dizer que as selecções eventualmente prejudicadas ficam sem espaço de manobra para poder recuperar -, a avaliação é bem distinta. Para pior, para muito pior. E o que faz ou diz a FIFA em relação a isso? Emite um comunicado absurdo em que, pela enésima vez, se percebe que Joseph Blatter e seus pares têm prazer em viver de forma autista. Tal diagnóstico não seria preocupante se essa maleita não acabasse por afectar a verdade desportiva do mais mediático desporto mundial.
Os graves erros nos embates Alemanha-Inglaterra e Argentina-México podiam facilmente ser evitados. Um qualquer sensor dentro das balizas ou na bola seria mais que suficiente para validar o golo de Frank Lampard, enquanto o recurso ao vídeo, em escassos segundos, serviria não só para fazer justiça ao pontapé do médio do Chelsea, como anularia o golo ilegal com que Tevez adiantou os sul-americanos no confronto com os mexicanos.
Mas a FIFA, perante o repúdio generalizado, opta por dizer que "não fará comentários sobre as decisões dos árbitros no terreno de jogo". Bom, bem vistas as coisas, de facto não é preciso comentar nada, pois todos sabemos que os juízes erraram e que, por não existirem meios de auxílio, nada há (ou havia) a fazer.
Curiosamente, no passado sábado, o secretário geral da FIFA (Jerome Valcke) anunciou que se está a estudar a introdução de dois novos auxiliares para o árbitro principal. Na mesma ocasião, contudo, descartou a utilização de vídeo.
As "cabeças pensantes" da FIFA até podem achar por bem destacar 12, 37 ou 55 árbitros para cada partida que continuarão a estar expostos ao erro, pois é por demais evidente que existem lances muito rápidos e onde é quase impossível ter a certeza do que aconteceu. O recurso ao vídeo, isso sim, pode ajudar a reparar muitos erros, conforme sucede na NBA, no râguebi, no hóquei em gelo, no futebol americano ou no ténis. Ou não é verdade?!
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