Com os 7-0, os portugueses passaram do pessimismo fatal para a euforia, sempre uma transição agradável. Os ingleses também estão eufóricos, mas, coitados, sofreram muito mais do que nós para chegarem ao mesmo estado de espírito.
"Mas", como escreveu, com pontaria, António Tadeia n'O JOGO de ontem, "o meio-termo não é nem será nunca uma especialidade nacional. Veja-se a forma acabrunhada como a equipa ficou após o 0-0 inaugural e o modo confiante como sai da goleada à Coreia. O que vale é que, antes dos previsíveis oitavos-de-final, ainda aparecerá por aí o Brasil. Resta saber se para temperar ou agravar entusiasmos."
Pois resta, pois resta. Se, amanhã à tarde, o Brasil nos temperar os entusiasmos, pode ser que fiquemos mais saborosos. Se ganharmos ao Brasil, a vitória será sempre desvalorizada pelos nossos concorrentes, alegando que o Brasil não se esforçou ou mesmo que preferiu perder para evitar (ou não) a Espanha. Nós também teremos essa defesa caso percamos - o de não querermos ser primeiros do Grupo G para não jogarmos contra os segundos do Grupo H.
Teremos de ser bruxos, claro, porque amanhã à tardinha é o Chile-Espanha. Se empatarem e a Suíça ganhar às Honduras, a Espanha é eliminada e fica o Chile em primeiro e a Suíça em segundo.
São estas contas todas que dão cabo da cabeça a qualquer mortal. Contra a Suíça, queremos certamente jogar. Mas quem sabe se nos corre melhor contra a Espanha ou o Chile?
Acabou-se o baile. Reinstale-se a angústia.
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