quinta-feira, junho 01, 2006

Os números e as versões da polémica Zé Castro

Desde a última Assembleia Geral, na sexta-feira, que o assunto na Académica é Zé Castro, o seu falhado processo de renovação e a transferência, sem custos, para o Atlético de Madrid.
Ontem trocaram-se comunicados em sites, primeiro com José Viterbo, ex-treinador das camadas jovens e da equipa B da Académica e amigo de Zé Castro, a expor uma versão ligada ao jogador, depois com o clube, no seu sítio oficial, a reafirmar por escrito o que dissera o presidente, José Eduardo Simões, na tal reunião de associados.
Duas versões bem diferentes.
De tudo o que se escreveu, retêm-se logo duas discrepâncias: o valor da proposta feita, em Julho de 2005, numa reunião entre o vice-presidente Luís Neves e o agente FIFA Nuno Rolo, que representa Zé Castro, e a existência, na altura, de hipóteses de transferência.
Nos números, José Viterbo garante que, na única abordagem concreta que os dirigentes fizeram, nesse encontro em Julho, a proposta era de 11 mil euros mensais, tendo Nuno Rolo contraproposto 25 mil/mês, negociáveis até 22500;
a Briosa, porém, fala em 900 mil por três anos, alegando que o empresário do jogador pediu então 1,25 milhões, significando isso que "ficaria a ser o mais bem pago de toda a equipa”.
Essa proposta da Académica, segundo os representantes de Zé Castro, só nasceu há uma semana, chegando em carta datada de 26 de Maio.
Seriam três épocas, com salário de 300 mil euros/ano, uma cláusula de rescisão de três milhões de euros e 30% do passe para o jogador, em caso de transferência.
Quanto a propostas, José Viterbo assegura que o Wigan enviou um fax, apresentado por Nuno Rolo a Luís Neves, no qual o clube inglês se mostrava disposto a pagar 750 mil euros, no máximo um milhão, pelo passe do jogador, e revela que o West Ham também fez uma oferta, por telefone;
a Briosa diz, contudo, que não lhe chegou uma única proposta.
No comunicado, dirigido aos sócios, os responsáveis da Académica insinuam ainda que o Atlético de Madrid é só uma ponte, uma forma de facilitar a transferência para outro clube português, o que explica a carta registada da semana passada. “(…) o envio da comunicação de renovação (…) tem uma razão simples, que é a defesa dos interesses da instituição no caso do jogador, em vez de Madrid, ser contratado por um qualquer clube português. É que o futuro é imprevisível.”

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