terça-feira, julho 25, 2006

A indesejável miscigenação entre futebol e política

Competitividade. Esta palavra parece resumir na perfeição o principal objectivo que Hermínio Loureiro pretende alcançar nos próximos quatro anos, caso seja eleito presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Competitividade nos relvados e fora deles, nomeadamente no que diz aspecto aos aspectos financeiros dos clubes. «O mais recente anuário das finanças do futebol profissional mostra que a principal liga foi capaz de gerar 248 milhões de euros em receitas, que contrastam com 270 milhões de despesas. Quem gasta mais do que tem, só percorre um caminho: o da falência.»
Aos 40 anos, este ex-governante, que também já foi presidente da comissão parlamentar de acompanhamento do Euro 2004, abraça «um dos maiores desafios da sua vida profissional».
A primeira a medida a tomar, se chegar onde pretende, está já definida. «Vou fazer uma profunda avaliação de custos na estrutura que dirige o futebol profissional, visando a sua diminuição. Não busco cortes cegos, mas uma diminuição que seja assente no objectivo permanente de ser mais eficaz com menos recursos.»
No que diz respeito aos apoios a adquirir - recorde-se que é essencial obter a concordância de vinte por cento dos emblemas profissionais para oficializar a candidatura -, Hermínio Loureiro aguarda uma boa resposta. «Desde os três maiores clubes ao mais pequeno, todos os apoios são importantes», ressalvou, confidenciando que também já falou com Valentim Loureiro, o seu antecessor e candidato a próximo presidente da Mesa da Assembleia Geral.
«O major foi muito claro ao dizer que não se imiscuirá no processo eleitoral. Ele recolhe o apoio praticamente unânime de todos os clubes, por isso não apresentarei outro candidato para a liderança da Assembleia Geral.»
Sobre a possibilidade do futuro presidente da Liga ser remunerado, Hermínio Loureiro lembra que, com os estatutos actuais, isso não será possível. «Os estatutos não o permitem e para que os estatutos sejam mudados é necessários que os clubes o permitam.»
Atento ao que se vai passando nos bastidores do futebol português, Hermínio Loureiro teceu também algumas considerações sobre o «caso Mateus». «Tenho seguido isso com enorme preocupação. Existem regulamentos e se tudo funcionar em pleno não existem problemas.»

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