sexta-feira, julho 14, 2006

Veremos o sentido da decisão

Na véspera do dia em que são conhecidas as sentenças jurídicas do escândalo calciocaos, Silvio Berlusconi, dono do AC Milan e ex-primeiro-ministro de Itália, decidiu contra-atacar, pedindo que se castiguem pessoas e não clubes. AC Milan, Juventus, Lazio e Fiorentina podem descer de divisão.
Todo este processo é estranho. Foi tudo muito rápido. A descida de divisão nunca pode ser a sentença final, porque prejudica muito mais os adeptos que a pessoa em causa», afirmou Berlusconi.
Hoje, Juventus, AC Milan, Lazio e Fiorentina ficam a saber se descem ou não de divisão.
Chegou o dia que pode vir a ser um dos mais negros da história do futebol italiano e até mundial. O procurador federal Stefano Palazzi vai anunciar a sentença do escândalo calciocaos, também conhecido como Moggiopoly, e que poderá resultar na descida de divisão de gigantes históricos como Juventus, AC Milan, Lazio e Fiorentina.
Na véspera da grande decisão surgem as vozes de alguns dos principais protagonistas. Uns a criticar, como Silvio Berlusconi, dono do AC Milan; outros, como Luciano Moggi, ex-director da Juventus e principal visado de todo o processo, a elogiar a actuação célere da justiça italiana num dos casos desportivos mais complicados da sua história.
Silvio Berlusconi considera que «os clubes nunca deveriam estar em causa neste processo», mas sim pessoas.
«O AC Milan não aceitará sanções contra os adeptos. Castigar um clube com a descida de divisão é castigar os adeptos que não têm culpa. Deve-se, isso sim, castigar as pessoas que tenham cometido irregularidades», afirmou Berlusconi, em entrevista ao La Gazzetta dello Sport.
A resposta da Federação italiana foi imediata, na voz do comissário extraordinário Guido Rossi: «Berlusconi? Não me interessa o que ele diz. O meu trabalho é outro. E acredito piamente na justiça italiana.»
Já ao início da noite de ontem, o ex-dirigente da Juventus, Luciano Moggi, apontado como o cérebro do escândalo de corrupção e tráfico de influências, elogiou «a velocidade da justiça», adiando para depois de amanhã uma declaração sobre a sentença.

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